sexta-feira, 29 de junho de 2007

Parece, mas não é

Muita coisa parece como verdadeira para nós ou para outros mas, na realidade, essa coisa é um tanto diferente daquilo que poderia parecer. Vejamos algumas estórias vivenciadas:

1.
Quando o então presidente da Polônia, Lech Walesa, curtindo ainda os efeitos da abertura do Leste Europeu, a derrubada do Muro de Berlim, quis visitar o Estado do Paraná, sua assessoria ou sua embaixada programou um encontro com lideranças empresariais num local que imaginaria ser abrangente, de todo o Estado do Paraná. A visita foi feita para a sede bem engendrada da Associação Comercial do Paraná. Mais tarde descobriram que a atuação da ACP, embora tenha tradicionalmente o nome do Estado, é restrita à cidade de Curitiba. Ou seja, pareceu que era para o Paraná inteiro.

2.
Ainda nos tempos de editoria do jornal bilingüe polonês Lud, O Povo, veio uma revelação histórica de que a colonização polonesa ao Brasil aconteceu por engano para um grupo de 71 famílias. Esse pessoal tinha adquirido passagem em navio que o levaria para as Américas, e o porto era de São Francisco. Qual não foi a surpresa ou a desilusão quando todos aportaram em São Francisco, mas do Sul, em Santa Catarina, sendo em seguida direcionados todos para a cidade de Brusque, que se transformou no berço da colonização polonesa do Brasil! Que a historiadora amiga Maria do Carmo Kruger Goulart me confirme ou me conteste. Mas isso foi tirado pelo escritor e pesquisador, já falecido, Jan Krawczyk, com artigo publicado numa das edições daquele jornal da comunidade polônica que encerrou atividades em 1998.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Curso para melhores atores

Como iniciaria famoso ex-diretor de cinema inserido agora como jornalista global: amigos, e se a partir de agora todos os cursos superiores incluíssem, obrigatoriamente, a disciplina de arte dramática, a arte de interpretação, nossa política e nossos políticos não seriam melhores e mais eficientes?
Pois é: o raciocínio é bem simples. Se cada um dos brasileiros fizer, completar um curso superior e tiver aulas com bom aproveitamento de interpretação, teremos mais pessoas a concorrer com os candidatos e, naturalmente, a média dos eleitos conterá mais gente capacitada para interpretar os anseios dos seus eleitores.
Estaríamos certos no raciocínio, pois fatalmente os professores dessas matérias incluiriam o que é honestidade, ética, verdade, etc, e, para que a pessoa eleita pudesse se manter no cargo, deveria olhar as vontades justas da maioria que o elegeu.
Então, ficaríamos assim: quanto mais gente formada na arte, mais concorrência haveria e, no frigir das coisas, teríamos atores mais reais e realistas. Pelo menos nos sonhos de um escriba que continua pensando que o mundo tem jeito, a começar pelo Brasil. Mas, são sonhos.
Uma prevenção para evitar protestos e tentativas de processos: essa teoria não tira méritos e nem respeito aos profissionais dos palcos dos teatros do nosso mundo. Esses são profissionais, a maioria incluída no rol dos sofridos assalarianos que sonham com uma vida melhor.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Onde você se encontra?

1

Quantos vizinhos você conhece, tem normal relacionamento, conversa como eles, têm algum tipo de amizade?

2

Qual foi a mais recente oportunidade em que você afagou uma criança carente, ou parou para falar com alguém que estava fazendo um pedido de ajuda?

3

Qual foi o último projeto ou programa do qual você participou em que havia algum benefício de cunho social, assistencial ou mero gesto de bondade sem usar a "lei de Gerson"?

4

Nos últimos contatos tidos com pessoas, quantas você pôde olhar bem nos seus olhos e dar uma real atenção ao conteúdo do colóquio?

5

Há quanto tempo você escreveu uma carta, de próprio punho, para um parente ou um amigo?

6

Nos últimos trinta dias, estando num ônibus, trem, táxi, numa fila ou numa loja, panificadora, quantas vezes você puxou conversa com outra pessoa?

7

Qual foi a mensagem mais bonita que você transmitiu para algum conhecido, amigo ou não, na última semana?

8

Você se lembra quando foi a última vez em que abriu o seu coração para uma outra pessoa?

9

Qual foi a sua mais recente participação para resolver um ou mais conflitos entre pessoas próximas, afins ou apenas conhecidas?

10

Você se lembra de uma proposta ou um motivo que o fez votar no seu candidato a Governador, Prefeito, Vereador, Deputados, Senador?

De posse das respostas, que serão somente suas, você avaliará se está no contexto, é uma pessoa normal ou apenas está passando nesta vida...

Simplicidade

(Autoria atribuída ao meu amigo jornalista Alexandre Garcia. Sim, tenho alguns amigos conhecidos nacionalmente, graças a Deus!)

É curioso observar como a vida nos oferece resposta aos mais variados questionamentos do cotidiano.
Vejamos:
A mais longa caminhada só é possível passo a passo.
O mais belo livro do mundo foi escrito letra por letra.
Os milênios se sucedem, segundo a segundo.
As mais violentas cachoeiras se formam de pequenas fontes.
A imponência do pinheiro e a beleza do ipê começaram, ambas, na simplicidade das sementes.
Não fosse a gota, não haveria chuvas.
O mais singelo ninho se fez de pequenos gravetos.
A mais bela construção não teria se efetuado senão a partir do primeiro tijolo.
As imensas dunas se compõem de minúsculos grãos de areia.
Como já refere o adágio popular, nos menores frascos se guardam as melhores fragrâncias.
É quase incrível imaginar que apenas 7 notas musicais, tenham dado vida à “Ave Maria” de Bach e à “Aleluia” de Handel.
O brilhantismo de Einstein e a ternura de Madre Tereza de Calcutá tiveram que estagiar no período fetal, e nem mesmo Jesus dispensou a fragilidade do berço.
Assim também o mundo de paz, de harmonia e de amor com que tanto sonhamos, só será construído a partir de pequenos gestos de compreensão... de solidariedade..., respeito, ternura, fraternidade, benevolência, indulgência e perdão no dia-a -dia.
Ninguém pode mudar o mundo.
Mas podemos mudar uma pequena parcela dele: esta parcela que chamamos de “EU”.

Não é fácil, nem rápido.
Mas vale a pena tentar.
(Alexandre Garcia)

terça-feira, 26 de junho de 2007

As coisas estratosféricas do mundo

Deu na revista Nesweek desta semana: se todos os motoristas existentes nos Estados Unidos parassem com seus carros durante um dia, 24 horas, haveria uma economia de 385 milhões de galões de gasolina, multipliquemos isso por 3,78 para sentirmos o que seria em termos de volume. A revista faz a seguinte publicação: a China, país mais populoso do mundo, se fizer igual, ou seja, parar com todos os seus veículos durante um dia inteiro, a economia dali seria de 39,7 milhões de galões... Não se tem dados sobre o Brasil, mas acho que pelos números de carros e extensões de suas rodovias estaríamos numa situação bastante incômoda em termos de gastos. Ainda mais que aqui no Brasil pagamos os tributos mais elevados do mundo, inclusive na gasolina e seus conseqüências...

E onde está o ar mais poluído do mundo? As 10 cidades campeãs são: Cairo, Egito; Delhi, India; Kolkata, India; Tianjin, China; Chonging, China; Kanpur, India; Lucknow, India; Jakarta, Indonésia; Shenyang, China; e Zhengzhou, China. Fiquem tranqüilos, agourentos do Brasil, nenhuma das nossas cidades entrou nessa lista de 10...

Na mesma revista: o Brasil chegou a produzir de janeiro para cá nada menos de 700 mil veículos flex e a previsão, com o andar da carruagem e se os governos não atrapalharem, é que nosso país estará com 30 milhões de carros flex circulando pelas suas diversas artérias.

Outra curiosidade para mexermos com a cabeça: a diabetes está matando gente no mesmo nível da AIDS e o maior problema se encontra nos chamados países pobres. Afirma-se que o fato das gentes saírem de seus tradicionais habitats e se concentrarem cada vez mais nos centros urbanos é o maior provocador de problemas de diabetes. Principalmente pela ingerência de comidas saturadas, poucos vegetais e quase nada de andar a pé ou de bicicleta.

Boas Novas, familiares principalmente

Bem, sempre me imaginei ter que dar uma notícia social envolvendo a minha própria família, sangue do meu sangue, como se diria melhor. Exerci a função de colunista social almejando mudar o estilo daquela pura badalação, fria e com palavras iguais, repetitivas a cada publicação. Isso foi por muito tempo. Em 1970, quando nasceu a minha primeira filha Clarissa, minha coluna não era social, era de clubes e o anúncio do nascimento foi feito pelos meus colegas de colunismo social, Dino Almeida, Carlos Jung, Kalil Simão e outros. Os nascimentos dos outros, Alessandra e Cassiano, também tiveram a costumeira modéstia, nunca falar de si ou de seus familiares na sua própria coluna.
A chegada das netas Sophia Cristina e Paula Beatrice, uma na fria Philadélphia e outra na cálida África do Sul, foi comemorada e festejada pelos familiares e amigos e por algumas notas em jornais. A vinda de Stella, aqui no Brasil, três anos atrás, foi festejada e comemorada por muitos, mas sem a possibilidade de notas em periódicos, pelas circunstâncias dos tempos e da vida.
Como hoje tenho este espaço, posso voltar a exercitar o colunismo social, com maior emoção, desta feita:
É que ontem, dia 25, nasceu meu primeiro neto varão, filho da filha mais velha, Clarissa e Sam Clark, que deve levar o nome de Oliver Thomas, segundo penso, nos Estados Unidos, cidade de Pendleton, Oregon, onde me encontro há mais de sessenta dias. Menino grande, comprido, veio se somar às alegrias familiares e integrar um time que vai se tornando cada vez mais forte e mais vigoroso, em termos de vida no mundo globalizado.
Claro que todos estão felizes com a vinda dele, deve ter olhos claros pelos sinais iniciais, pelas tentativas de abertura deles, e será um forte candidato a suceder mãe, pai e avôs no gosto pelos livros e pelas palavras e letras, pela ciência, pela vida plena que merece ter.
Se até o vetusto New York Times tem colunismo social, de eventos pessoais, é compreensível e normal haver um registro desses em nosso blog, modestamente falando.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Então, tá.

Há uma nova expressão jornalística, mais politica do que econômica, para deixar no final da notícia aquela insofismável certeza de que tudo está ou será aceito como normal ou insolúvel no reino da fantasia, em que o governante acha ser o rei e os habitantes eleitores seus vassalos. Reino deve ser entendido como governos municipal, estadual ou nacional.

- quando alguém explica que a Contribuição Provisória de Movimentação Financeira, há tanto tempo vigente como provisória, não pode acabar porque isso seria um baque no orçamento da União. Ninguém diz que a saúde, principal alvo de melhoria através da CPMF, está longe de melhorar e que os recursos são desviados para outros setores, nada essenciais à República. O consolo é: então, tá.

- quando alguém próximo ao Presidente, um irmão mais recentemente, é envolvido em denúncias, comprovadamente, eis que o irmão mais poderoso afirma que doa a quem doer, tudo deve ser apurado e se ele estiver envolvido, que seja punido. Na seqüência das investigações, o nome do irmão envolvido sai do processo, afinal ele é apenas um carneirinho pequeno, uma peça muito pequena no grosso calibre da corrupção nacional. Dito mais ou menos assim pelo irmão mais poderoso. A resposta diante disso: então, tá.

- por uma lei estadual, no Paraná, agora a colocação de aparelhos que separam o ar dos canos de água que abastecem casas, condomínios e outros usuários somente poderá ser feita pela empresa concessionária e se deduz que com modelos de equipamentos que apenas a empresa mais privada que estatal define. É que se jurava que a água encanada no Paraná não continha ar... Até um comunicado oficial da empresa foi publicado sobre isso, de que de forma alguma havia ar nos canos. Mas, agora só ela pode instalar equipamentos que separam o ar da água. Então, tá.

- um jornal americano, The New York Times, desta semana, revela um impasse entre dois distritos de Nova Jersey: aplicar ou não madeira do Brasil no cais local. Um grupo acha que usar ipê brasileiro, mesmo com certificação legal de retirada, seria incentivar o desmatamento da Amazônia. Outro grupo acha que uma coisa nada tem a ver com a outra. Enquanto isso, está sendo impedido o uso da madeira importada do Brasil, devidamente legalizada. Então, tá.

- um deputado estadual que já foi secretário ambiental, no Paraná, descobriu que o mau cheiro que estava circulando no recinto da Assembléia Legislativa não era proveniente das diversas bancadas partidárias ali lotadas e representadas, era dos esgotos, sim, do prédio que abriga o Legislativo, cujos dejetos iam direto para as águas do rio que passa por ali. Denúncias daqui, explicações dali, eis que o comando da Casa, depois de negar tudo, anuncia finalmente que está sendo concluída a reforma que corrige os problemas de esgotos da nossa Assembléia. Então, tá.

- na esfera do Município de Curitiba, a Câmara tem instalada uma comissão para averiguar invasões de áreas legalizadas, privadas ou de domínio comum público, e passa a convocar e convidar pessoas que estariam sendo visadas como mandantes dessas invasões ou apenas como sabedoras do que acontece no pedaço. Pois não é que um cidadão, que preside o partido que não conta com vereadores de sua legenda no Legislativo, provoca celeuma dizendo que ele não tem porque comparecer ali, não reconhece a legitimidade da comissão e nem dos vereadores. E o tema fica nesse vai-e-vem, gasta-se recursos e tempo para o debate, as invasões continuam e ninguém é responsabilizado. Então, tá.


E assim poderíamos viajar nessa sensação inconformável do Então, Tá. Mas nossos caminhos teriam que ter um cunho mais otimista. Então, tá.

domingo, 24 de junho de 2007

Quando se publica foto do caráter de uma pessoa

Um fato profissional que não me orgulha muito foi a vez em que recebi a visita de quatro jovens, de famílias abastadas e/ou conhecidas na cidade de Cascavel, que desejavam reclamar de ato de diretoria de um dos ativos clubes sociais da cidade, o Tuiuti Esporte Clube, que os tinha suspenso por mau comportamento.
Tanto insistiram em registrar a sua reclamação que pedi ao meu assistente José Ivaldece colher seus depoimentos para futuro aproveitamento em minha coluna diária do jornal local chamado “O Paraná”.
Alguns dias depois, na falta de mais material para a coluna, textualizei seus reclamos, omitindo alguns termos mais fortes contra a decisão da diretoria do TEC, e publiquei na coluna de domingo.
Houve certa repercussão, claro, pela nota dada. O normal seria que o clube enviasse esclarecimentos a respeito, mas não o fez. No decorrer da semana, eis que recebo, dia sim, dia não, cópias de declarações firmadas primeiro por um, depois por outro dos reclamantes, todos com registros em cartório, negando que tivessem dado as declarações à coluna e que aquilo era uma inverdade.
Bom, quando chegou uma carta desse tipo firmada pela pessoa que mais reclamou e que mais xingou diretores do clube por terem suspenso seus direitos sociais na entidade, minha paciência se esgotou, coisa rara na minha atividade como colunista social, diga-se de passagem. Afinal, coluna social na época tinha a função de promover a sociedade, falando de coisas boas e construtivas.
Peguei as anotações do Ivaldece, descrevi de forma pormenorizada os fatos ali constantes e relatei como ocorreram as coisas, desde a chegada dos reclamantes até alguns termos mais fortes ditos pelos mesmos ao meu assistente.
No final da matéria, como colunista social podia exarar opiniões mais pessoais, afirmei que finalmente, despois de mais de 20 anos de jornalismo, consegui fotografar o caráter de quatro pessoas: e incluí quatro quadros, com fundo preto, legendando os nomes de cada um deles.
No dia seguinte, o radialista e jornalista Paulo Martins, da Rádio Colméia, encontrando-me no mercado local, disse: “olha, Surek, eu nunca tinha visto um ferro tão bem dado, tão bem aplicado e merecido!”.
Reconheço que foi um senhor ferro, mas não me orgulho dele, pela extrema agressão ao bom senso jornalístico.

sábado, 23 de junho de 2007

O mundo dos e-mailados

Nos últimos quinze anos, um pouco mais, um pouco menos, tenho acompanhado o quanto evoluiu o sistema de comunicação entre as pessoas e empresas. Pouco se telefona para outro, como outrora, pois o custo está cada vez mais salgado. Pouco se escreve, pois os selos estão saindo, também, os olhos da cara. Quase que está extinto o envio de fax, mesmo que ele tenha credibilidade extra-oficial nas esferas gerais. E muito se usa o sistema inovador do e-mail.
Bom, muito se usa, sim, mas pouco se aproveita. Como já foi novidade, muita gente aderiu, comprou computador, foi a aulas específicas, aprendeu a usar o Word, o Power Point, o Reader. O maior problema é que aquele hábito antigo, dos meus tempos escolares e adolescente, de receber e responder, por educação pelo menos, com o sistema de e-emails isso mudou.
O pessoal usa, lê, recebe, deleta e na maioria das vezes nem se incomoda em responder, dizer que não quer mais participar da lista, que gostou ou não gostou daquele assunto.
Enfim, estou desconfiado que, paradoxalmente, enquanto a novidade foi assimilada, pelo baixo custo e facilidade de inter-comunicação entre as pessoas, o distanciamento entre estas aumentou com a existência e com o funcionamento do e-mail; a relação entre os e-mailados parece que diminuiu, pois, quando se encontram fisicamente apenas sorriem, se abraçam e nada comentam sobre o que houve na inter-comunicação às vezes forçada, outras vezes pelo menos curiosa.
De minha parte, entretanto, dentro da linha perniciosa de otimista, como sou acusado por alguns dos meus conhecidos, acredito que nunca teria podido ver e ler livros ou publicações existentes em bibliotecas, ou ter visto filmagens ou situações que melhoraram as cores da minha mente, do meu conhecimento.
Claro, sonhador e idealista como sou, estaria mais agradado e satisfeito se os membros de minha lista particular, perto de cem, por vezes dissessem alguma coisa sobre algum assunto que devo estar abarrotando suas caixas de mensagens.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Os mentores de nossas vidas

Não sei se acontece ou aconteceu com algum de vocês, mas eu tive a honra de ter sido premiado por vários mentores intelectuais, se é que eu me encaixe nesse nível como intelectual. Aquelas pessoas que nem poderiam ser comparadas com nossos pais, nossos padrinhos, nossos tios. Pessoas que em momentos oportunos e adequados sempre estavam à disposição para algum conselho, algum apoio, algum ato que mostrava entender e motivar nossas ações, nossos planos.
Primeiro, na infância, recebia incentivos de meu avô materno, o patriarca da família Józef Gembaroski, em gestos, afagos, etc., dando-nos a impressão de que esperava bastante da gente, como pessoa, como neto. Boa lembranças desse primeiro mentor.
Depois, o Vicente Costa, um dono de um bar na esquina das ruas Morretes e Pará, em Curitiba. No trato, no respeito e no encaminhamento para que, ainda menino e estudante, ajeitasse suas escritas contábeis. E até me convidando para ser auxiliar de escritório em firmas de engenharia, enquanto estudava contabilidade de noite. Uma dessas empresas era de Adel Karam, um super engenheiro que pode também ser apontado como instigante mentor, motivador, respeitador.
E, mais tarde, em diversas oportunidades, eis que apareceram mentores especiais como os médicos e poetas Arildo José de Albuquerque e Mário Pilotto, este, por sinal, falecido há pouco tempo e a quem devo muito do que amealhei em termos de respeito, animação, liderança e sensibilidade pelo próximo, dentro e fora do círculo de Rotary International. Pessoas como Azaury Marés de Souza, Felipe Thiago Gomes, Ennio Marques Ferreira, Mauro Onivaldo Ticianelli, Emílio Zola Florenzano.
Bom, outros existiram e talvez mais alguns aparecerão, mas essa lembrança de termos sido aquinhoados com o convívio de mentores em nossa vida dá mostras da verdadeira dimensão do que é viver e ser abençoado por Deus.
Você, amigo leitor, poderia listar quais foram os seus mentores até agora?

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Estará a mídia comprometida sempre?

Um breve estudo sobre o comportamento da chamada mídia brasileira poderia apontar um resultado também superficial e breve: sim, ela está comprometida, através de seus diversos veículos. Os grupos poderosos da mídia estão divididos e enfrentam uma poderosa máquina estatal, aquela que possui verbas e recursos para patrocinar qualquer tipo de acontecimento, evento ou projeto.
Então, estamos caminhando para uma encruzilhada: ou aceitamos o avanço das forças estatizantes dos meios de comunicação, vide emissoras e rádios oficiais, recebendo apenas as informações que interessam aos eventuais executivos do Estado; ou passamos a confiar no que os diversos segmentos da iniciativa privada nos comunicam através de seus veículos.
De uma coisa podemos estar certos: nenhuma das duas forças sobrevive sem contar com mútua parceria. Para os governos atingirem as populações, terão que usar os chamados veículos abertos; e para os veículos privados continuarem atuando e melhorando deverão contar com algum subsídio ou algum anúncio, mesmo que publicitário, dos órgãos e das empresas estatais.
Hoje, como ontem, quem está na iniciativa privada quer ter algum poder na iniciativa oficial; e quem está no poder quer ter alguma influência na ressonância que lhe pode oferecer a mídia privada.
E, amigos, entenda-se o rumo que a comunicação deve ter, ou poderia ter, neste início do século 21.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

É possível Dar de Si Antes de Pensar em Si?

Como muitos amigos e conhecidos sabem, pertenço a uma organização mundial de prestação de serviços voluntários, o Rotary International, onde cheguei a ser até governador de um dos seus Distritos, o 4730, ao qual continuo pertencendo. Comecei a conhecer a organização quando atuava no jornalismo, em Curitiba, no Diário do Paraná, dos Diários e Emissoras Associados, tendo sido convidado permanente de um dos clubes, o Rotary Club Curitiba Oeste, então presidido por um grande amigo meu, Osvaldo Obroslak.
Suas reuniões eram animadas, respeitosas e as presenças ali eram de gente conhecida na cidade, grandes profissionais que respeitava e poucas vezes encontrava assim, todos reunidos, tratando de serviço à comunidade.
O que mais me atraía era o carinho com que recebiam os convidados, outros profissionais, ou mesmo pessoas de suas famílias, esposas, filhos, netos e bisnetos. Já na porta, um grupo saudava os chegantes e os encaminhava a lugares onde sempre havia uma pessoa designada para deixá-los à vontade, com informações de como funcionava o clube, a organização, o que fazia, que comunidade servia, etc.
Como minha função no jornal era de colunista social com textos mais informativos do que badalativos, costumava ter em primeira mão notícias importantes, confiáveis e de gente importante nas esferas oficiais e empresariais.
Outro motivo de atração era também que naquele clube não havia discussão sobre temas polêmicos, que dividissem o plenário, que motivassem distenções e desagregação. Todos os assuntos tratados giravam em torno de um slogan instigante, Dar de Si Antes de Pensar em Si. E havia um outro que me agradava: Mais se Beneficia Quem Melhor Serve.
Bom, somente o primeiro slogan já daria o que pensar e a fazer.
Dentro daquilo que eu fazia profissionalmente, sempre pensando que a notícia deveria servir e não atender ao um anseio egoístico pessoal, ou de promoção pessoal, os rotarianos e seus assuntos comunitários me encantavam e ainda me encantam, principalmente aqueles que nos dias atuais continuam agindo dentro de seu slogan maior, o Dar de Si Antes de Pensar em Si.
Há muitos outros motivos para mostrar quão gratificante é servir no seu dia-a-dia, pela família, pela vizinhança, pelo bairro, pela cidade, Estado e Nação, sendo um sócio de um Rotary Club mais próximo.
Mas, o encanto por esta organização de serviços, uma super ONG, que é integrada por líderes profissionais que buscam a paz e a compreensão mundiais, pode ser dissecado em futuros escritos.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Qual a melhor notícia?

Qual seria a melhor notícia que você gostaria de receber, ou sentir, logo que acordasse? Pode ser na sua caixa postal do seu email.

- que você nem tinha pedido, apenas jogado e sonhado ganhar na loteria e... ganhou?

- que você recebeu informações sobre um grande amigo ou amiga do passado e ele/ela estava lhe ligando naquela hora?

- que você fez seus exames de rotina, anual, abriu o seu email e viu que estava tudo legal com o seu corpo?

- que você tinha ido dormir cheio de preocupações com contas a pagar e. de manhã, restabelecido, chegou à conclusão que a crise não tinha aquele tamanho inicial?

- que você enviara currículos para um monte de empresas e teve três respostas positivas?

- que você tinha ajudado um amigo no(s) dia(s) anterior(es) e foi informado de que ele(s) tinha(s) conseguido atingir sua expectativa, sua necessidade?

- que você tinha enviado um artigo para uma revista e ele foi premiado?

- que você tivesse enviado uma mensagem a todos os seus contatos virtuais e TODOS lhe responderam?

sábado, 16 de junho de 2007

Que tal dar um tempo?

Muita gente vive e cresce e talvez não percebe que as coisas vividas e por viver deveriam ou deverão receber um tratamento mais carinhoso, mais especial.
Refiro-me ao fato de dar um tempo na vida, no serviço, no trabalho voluntário, talvez buscando ocupar alguma área que por qualquer motivo não teve oportunidade de atender, olhar, avaliar.
Bom, primeiro, lembre-se do que não conseguiu fazer na vida. Desde os tempos de criança. Das épocas em que a busca dos espaços parecia tão difícil, quase inatingível. Dos dias que não passavam depressa. Da ansiedade pelos dias e tempos que não vinham mais depressa como se queria para ficar adulto, buscando o inimaginável para a mente infantil ou do aborrescente.
Quanta coisa se desejava mas não se sabia como chegar lá.
Revejo algumas coisas, de como fomos influenciados pelo meio, pelo jeito da família, dos familiares, dos conhecidos, como adquirimos sem custos coisas que nem imaginávamos serem importantes, nem que fosse levemente.
Pois dar um tempo na vida é uma decisão que todos poderiam, ou deveriam, tomar. Se pudéssemos ter tomado essa decisão num tempo mais atrás, ou um longo tempo atrás, talvez não nos defrontaríamos com algumas situações desnecessárias.
Em nome das tradições e de referências culturais, de outros povos, de outros lugares, de histórias ou estórias que nos contaram como verdadeiras, tantas e tão confortantes horas poderíamos ter curtido, no decorrer da nossa existência.
Assim, proponho que demos um tempo, nos espaços que já ocupamos e que não voltam mais, nos lugares já percorridos e nos quais apenas tênues imagens ficaram gravadas. Nos papéis que acumulamos, material, fisica ou espiritualmente. Nos diversos papéis que tivemos que representar, em em milhares de palcos, alguns iluminados, outros, nem tanto. Nos baús que insistimos em fechar contendo ingratidões, lamentos, incoerências, incompreensões, feridas mal cicatrizadas que, lembradas por vezes, estariam querendo ser reabertas, buscando dores, de novo.
Sim, seria bom, saudável, emocionante, dar um tempo no nosso imaginável e perceptível respirar precioso, pois o melhor de tudo é curtir a vida, ter vivido e vislumbrar a belíssima possibilidade de poder continuar curtindo o nosso amadurecimento.
Pois a vida é bela, desde que saibamos dar um tempo, bem legal, nela.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Como tirar a vaca do brejo, literalmente

Atendendo a insistente expectativa da ex-caseira Tereza, fui compelido a comprar uma vaca, que levou o nome de Mimosa, e seu bezerro, para limpar meu pasto reduzido à beira do Lago Passaúna. A compra foi feita de modo mais sentimental e de pena do que qualquer outra emoção. Quando fui acertar a negociação, vi que era um animal magro, quase raquítico, que precisava de mais cuidados. Seu olhar era um pedido desesperado de "me leva daqui, me compre". Nem levei em conta o valor pedido, comprei e levei para o sítio.

Primeiro, tive que verificar as vacinas e as necessidades básicas para ter comigo dois animais. Era sua primeira cria, estava dando pouco leite, mas fui levando.

Nos primeiros dias, vi que a vaca era uma cerqueira, ou seja, gostava de pular a cerca em busca de vegetais. Não foi uma e nem duas as vezes que tivemos que buscar a dita fora do cercado.

Mas, desde os primeiros dias, ja na ocasião da compra, costumava acariciar o focinho dela; ela lambia minhas mãos e parte do braço.

Num certo dia, recebo um telefonema da caseira de que a vaca tinha caído de um barranco de quase seis metros e estava à beira da água e, de jeito algum, não saía dali. Cheguei ao local e fui informado de que ela foi puxada até metade do barranco mas, numa certa hora, empacava e voltava ao lugar onde estava, quase dentro d´água.

Meu primo Silvestre disse que vaca era assim mesmo, quando teimava era pior que burro, empacava. Sugeriu que a gente esperasse uma hora, mais ou menos, para haver nova tentativa de tirá-la dali.

No meio do almoço, sou chamado de novo pela caseira que me informava ter a vaca entrado na água, estava com meio corpo dentro do lago. Alguém já tinha me falado que animal desse tipo não pode ficar mais de uma hora na água, pela probabilidade de seu sangue congelar e, conseqüentemente, paralisar seu corpo e o levar à morte.

Desci ao ponto onde estava meio submersa, acariciei seu focinho e falei de modo brando que teríamos que sair dali. Pedi ao filho da caseira que desimpedisse reduzida área do barranco ao redor do lago, tirasse dali galhos e arame farpado; peguei a corda, acariciei de novo o focinho da vaca e lhe disse para irmos andando.

Pois a dita, nesse momento, simplesmente saiu da água e foi me acompanhando, devagar, uns 100 metros na beirada de lago. Parava por momentos, olhava para mim e para o capim que cercava a área e foi andando, me acompanhando. Chegando numa parte mais firme, sentiu estar segura e subiu ao pasto, de modo tranqüilo.

Todo o pessoal que me acompanhava no momento ficou contente e ao mesmo tempo extasiado com a forma do animal obedecer. Ao contar o acontecimento para alguns parentes, fiquei convencido de que é possivel tirar a vaca do brejo, desde que se converse com o animal e tenha gestos amigáveis e carinhosos, inspirando confiança.

Ou seja, quase me lembrei daquele filme do homem que encantava cavalos. No caso, acho que fui um encantador de vaca…

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Perguntas coçantes

1. Como justificar déficits previdenciários, prejudicando apenas a categoria dos aposentados da iniciativa privada, quando os aposentados do serviço público percebem exatamente o mesmo valor dos servidores da ativa?
2. Como entender a punição aos aposentados da iniciativa privada que percebem mais de três salários mínimos, que a cada ano recebem aumentos cada vez menores? Para contribuir, o faziam no teto máximo, de até 10 salários; depois, a cada ano, são punidos porque depositaram mais durante 30-35 anos?
3. Onde estão os valores dos desvios previdenciários provados e comprovados em muitos inquéritos e processos?
4. Se os direitos e os deveres são iguais para todos, como justificar que os trabalhadores em geral têm um tipo de financiamento habitacional e outros, como os trabalhadores de estatais da União, têm outros esquemas, com juros bem menores e prazos maiores?

(Acho que baixou em mim algum cacoete millordiano hoje....)

In/Úteis

1.
Se soubéssemos com quantos paus se faz uma canoa, de que tamanho seria ela e quantos políticos seriam necessários para afundá-la no primeiro rio que encontrarmos?
2.
Um senador americano foi flagrado estes dias com 90 mil dólares escondidos numa geladeira. É que todos os especialistas em esquentar dinheiro, vindos do Brasil, estavam com agendas lotadas e não chegaram a tempo para auxiliá-lo...
3.
Quantos amigos conhecemos que entraram na política partidária e, depois de não reeleitos ou eleitos, voltaram a ser eles mesmos, como eram antes conosco e com os seus? Acho que contaremos nos dedos de uma mão, apenas.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Exilado em Tomás Coelho!

Meu primeiro emprego como jornalista no combativo matutino Última Hora, edição do Paraná, aos vinte anos de idade, foi pras cucuias quando aconteceu o golpe ou a revolução de 31 de março de 1964.
Tinha iniciado atividades jornalísticas ali por março de 1963, tendo sido registrado como repórter de setor no dia 1º. de dezembro. A primeira e única orientação que recebi foi do diretor do jornal, Carlos Eduardo Fleury: “a partir de agora, você deve não apenas ler a notícia e sim ler como se faz, como se constrói a notícia. Sua leitura obrigatória diária estará nas páginas do Jornal do Brasil e Correio da Manhã”. E me deu um manual de redação do jornal UH, para conhecer e assimilar os termos uniformes redacionais.
Vez por outra fiz as vezes de repórter de plantão para as notícias de última hora. O jornal era tão ágil que fatos ocorridos até as 21 horas eram publicados na edição do dia seguinte, isso com a edição sendo impressa em São Paulo, a mais de 400 km de Curitiba.
Numa destas vezes, estava eu trabalhando na redação como plantonista, transmitindo matéria via telefone para SP, quando fui atingido no rosto por cacos de vidro da janela do Edifício Asa, na Voluntários da Pátria. Eram estudantes do Colégio Marista de Curitiba que estavam apedrejando o jornal, tido como comunista, por divulgar alguns fatos contrários à direita.
O quadro político e ideológico nacional estava quente, com os prós e contras dos grupos que queriam o poder. Uns, contra os janguistas; outros, pela reconquista do poder, sob a liderança do jornal O Globo e da TV Globo, com auxílio dos Diários e Emissoras Associados, de Chateaubriand.
Quando fecharam o jornal UH, seus jornalistas tiveram série de problemas. Uns foram presos ou indiciados pela polícia do Exército, outros estavam pressionados pelos órgãos estatais nos quais trabalhavam e uns terceiros ficavam esperando serem indiciados ou processados, todos como comunistas.
Eu, que recentemente havia tirado título eleitoral e carteira de identidade, nunca fui incomodado. Mas isso não tirou as ironias e gozações do meu primeiro mentor jornalístico, Mauro Ticianelli, que passou a informar a todos os meus amigos que nas duas semanas em que fiquei sem emprego, após o fechamento do jornal UH, as passei exilado na colônia Tomás Coelho, Araucária, localidade em que nasci e onde estava a maioria dos meus parentes.
Pena que não possa ter provas desse “exílio político e ideológico”, pois poderia buscar minha indenização junto à União, como muitos já fizeram, e alguns ainda o fazem, por ter sido confinado em Tomás Coelho... Tinha ficado na casa de minha mãe, preocupado em ter novo emprego que, em junho, foi nos Diários e Emissoras Associados, no jornal 'Diário do Paraná', onde fiquei até início de 1976.

Livre pensar não pesa e nem custa

Primeiro:
- será que essa de criar e cuidar de animais, cães e gatos principalmente, em Curitiba, não se deve pelo aumento da impessoalidade reinante na vizinhança? Vocês já viram que ao redor de suas residências há mais lojas de produtos veterinários do que botequins? Se isso é uma boa, não há dúvidas, mas que dá o que pensar, isso dá...
Segundo:
- sobre a crescente impessoalidade, uma pergunta que deveria ser respondida pelas pessoas que se aglomeram e se atropelam nas cidades: vocês conhecem seus principais vizinhos, têm algum relacionamento mais achegado com eles, trocam visitas, curtem novidades juntos? Ou estamos nos distanciando dos outros, introspectando cada vez mais e nos tornando verdadeiros eremitas urbanos? Pense nisso e tente mudar...
Terceiro:
- será que servidor público tem direito à greve? Mas, se ele serve, ou deveria servir, ao público, que é o seu principal e único patrão, parar de lhe servir não seria um gesto de pura insubordinação, passível de demissão ou desistência do serviço ao público? Muitas vezes nos vêm esses raciocínios sobre o verdadeiro sentido das palavras 'serviço público'... Na saúde, na coleta do lixo, no transporte coletivo, no saneamento, telefonia, energia, segurança pública.

Como economizar de 30 a 40 reais de luz

Se você tem uma casa com telhado, a maioria tem, claro, e quer economizar um pouco no seu orçamento com os custos de energia elétrica, que tal aposentar o seu chuveiro elétrico? Pois isso é possível com um investimento de mais ou menos 100 reais e mais o custo de uma caixa d'água de 200 litros.
A história comigo começou quando li que a revista Superinteressante tinha premiado várias pessoas pelos seus inventos e vi que o cidadão José Alcino Alano idealizou a construção de um sistema de água quente a partir de garrafas plásticas de 2 litros, uso de canos de PVC, cola, tinta acrílica e isopor para fazer o isolamento da caixa d'água. De posse do seu email, fiz contato e ele me enviou o manual, agradecendo pelo meu interesse e pedindo que nada seria cobrado pela dica, desde que eu aplicasse o sistema com finalidade social, ou seja, ajudando a quem precisa.
Bom, como a gente costuma ver para crer, resolvi construir o sistema. Foi uma semana inteira de trabalho, já que não tinha prática. Testei e funcionou: gastei exatos 96 reais em material e usei uma caixa d'água velha que tinha comprado do Carmelito, o homem de materiais de demolição da João Bettega, em Curitiba. A água fica quente em mais de 36 graus durante mais de 8 horas no inverno e acima de 40 graus no verão.
Usando esse sistema, a pessoa pode economizar de 30 a 40 reais de energia, dependendo, claro, de quantas pessoas tomam banho em sua casa.
Bom, apresentei a idéia a várias entidades, principalmente no Rotary, e o clube catarinense de Lages Norte, onde fui honrado como sócio honorário, adotou o sistema para atender a uma creche, sustentada em grande parte pelos seus sócios, cujas crianças não dispunham de água quente no seu dia-a-dia. Em dois dias, com ajuda de alguns companheiros, o sistema ficou pronto, bastando que o pessoal do clube arrumasse a caixa d'água e fizesse funcionar. Acho que a esta altura está servindo bem às crianças da creche.
O manual pode ser baixado por quem queira ajudar a quem precisa. Vai aí: http://josealcinoalano.vilabol.uol.com.br/manual.htm E, em 2006, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Paraná adotou a idéia e elaborou um manual a respeito, que pode ser baixado também por este blog: www.pr.gov.br/meioambiente/pdf/solar.pdf
Ah, caso resolva usar, mande-me um email comprovando sua utilidade e o alcance do benefício social. As boas idéias devem e podem servir a muitos. Use e abuse.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Como encantar voluntários

Tenho que registrar um fato que tento há muito desenvolver: como encantar voluntários para a atividade comunitária?

Cada um de nós deve ter tido algum tipo de experiência nessa área. Se foi encarregado de uma tarefa em que envolvia mais de uma pessoa, deve ter aplicado algum segredo para arregimentar essa(s) segunda(s) pessoa(s) para completar a atividade. Se pelo jeito de chegar nela, se usando forte argumento ou apenas aplicando seu poder de persuasão.

O maior problema estaria em como liderar algum grupo sem parecer que está liderando. Vocês já entraram nessa dúvida? Já fui e fiquei nela, por várias vezes. Quantas vezes ia a alguma reunião para iniciar um projeto e decidia que não iria abrir a boca, a fim de não ter mais uma incumbência comunitária? Muitas. Ouvia o assunto, acompanhava as idéias em volta dele e, em determinado momento, quando entrava no tema, usava da palavra e ao final dos debates ficava com alguma responsabilidade. Isso é liderar ou não saber liderar?

Como participar de um projeto sem que tenha ao final de assumir responsabilidades?

Com o passar dos anos e amealhando experiências nisso tudo, cheguei à conclusão de que essa coisa de liderar ou ser liderado vai muito de cada pessoa, de cada jeito de olhar as coisas que nos rodeiam.

Creio, de forma firme, que o maior e o melhor projeto é aquele em que todos os envolvidos participam ou vão participar, independentemente de quem esteja à sua frente. Lamento revelar que são poucos os que sabem liderar ou que sabem encantar voluntários. Mas que eles existem, ah, sim, existem, para nosso entusiasmo e nossa re-oxigenação.

A melhor liderança que conheci em meu mais de meio século de atividades comunitárias foi sempre aquela que usou empatia. Colocar-se no lugar do outro, buscando sentir e aplicar a vontade da maioria dos envolvidos, para mim, é a fórmula melhor de encantar voluntários no mundo terrível, egoísta e egocêntrico, em que vivemos. Quem tiver uma outra forma que amplie essa revelação, por favor, me instigue mais e melhor.

Brasileiro evoluiu?

Seria otimismo comparar os preços de algumas coisas entre Brasil e Estados Unidos?

- somos um país tão bom que sua população está pagando o mesmo preço da gasolina do que paga o povo dos Estados Unidos. Você paga o mesmo valor pelo litro da gasolina, com um pequeno detalhe: no litro da gasolina brasileira há mais de 20% de álcool...

- também nas latinhas de cerveja o custo é parecido. Pagamos aqui nos EUA entre 7 e 8 dólares a caixinha de 12 latas da cerveja mais popular, a Bud.

- a energia elétrica consumida pelo americano é um pouco mais barata que se paga no Brasil. É mais certo pensar e avaliar que os americanos, mesmo vivendo um tremendo recesso nos últimos tempos, não descobriram a fórmula tributária utilizada pelo governo brasileiro. Ah, e existe também nos EUA a tal da tarifa social para quem consome menos, mas cobrando algum valor, não como é feito no Brasil, onde os que têm mais pagam pelos que nada pagam...

Parece que o brasileiro está evoluindo, chegando perto do americano, embora o PIB dos EUA seja 5 a 8 vezes maior.

domingo, 3 de junho de 2007

Uma temporada de aventuras familiares nos USA

1 - Primeiro, levei um tombo na frente de uma das casas onde entregava jornal: marcando entrega na lista, não vi a escadinha entre a calçada e o jardim e, graças aos jornais que estavam na bolsa de jornais, o corpo foi amortecido na queda. O que não impediu, claro, de dar uma raspada no joelho esquerdo e no dedinho mínimo da mão direita, onde sangrou e acho que uns dois ou três jornais levaram a marca do 'dar o sangue' no trabalho matinal de entrega de jornais no lugar da Phia (que foi numa excursão a Portland, pousando no Zoo de lá). A sensação entre o início e o final da queda, naquele milésimo ou quase um segundo, é assustadora. Não queiram me imitar...

2 - Faltou comida, bebida e otras cositas más em Pendleton, neste final de semana: uma penca de jovens da cidade e da região estava concluindo o Hight School. Imaginem uma cidade como Pendleton tendo mais de 200 graduados. Foi festa em cada quadra. Fomos ao lunch nos vizinhos ao lado, cujo filho estava se graduando. Pessoal amável, a maioria tentando ser agradável com o seu spanglish, um bom ambiente e uma boa cerveja, além de carnes de todos os tipos, saladas que vcs conhecem e apreciam. O pai do menino é quem me convidou para pescaria na última quarta-feira, gente fina, quando ele mais pescou que eu, pois perdi uns 5 peixes bem naquela hora de 'embarcar' os bichinhos. Os peixes, uns 8, na maioria eram do tipo que eles chamam aqui de Rainbow Trout, na verdade são trutas, uma carne deliciosa. Ele não quis os peixes, então sobrou para nossa degustação. O Sam considera esse um dos melhores peixes daqui. Parece que vamos nesta segunda de novo pescar, preciso confirmar neste domingo com ele.

3 - As meninas aqui são uma graça, dormem antes das 21 horas, acordam normalmente e vão às atividades. A Paula fala bastante em português, mas às vezes não quer memorizar nada disso e pede que a Cla ou a Phia 'traduzam". As aulas delas devem estar acabando, mas terão tarefas de férias. A Paula foi anteonem dormir na casa de uma das suas amiguinhas, pela primeira vez. Levou um susto quando sua mãe disse quea amiguinha tinha a convidado para dormir na casa dela. Foi toda feliz.

4 - Acho que devo ter visto até agora mais de 80 DVDs aqui. No quarto onde estou há TV com DVD player, então tenho me esbaldado em ver filmes. Tiramos normalmente por semana de 10 a 14 filmes da Biblioteca/Library, alguns verdadeiras obras-primas, alguns com legendas, outros sem, então estou praticando meu spanglish. Estes dias alugamos o Inside Man, que é muito bom, o Infamous (que retrata como se comportava o famoso escritor Truman Capote) e um dos últimos filmes da Emma Thompson, cujo nome não me vêm à memória nesta madrugada aqui, em que ela é escritora que costuma matar sempre no final os seus protagonistas e, nesse filme, o protagonista sabe do roteiro e do costume de matança no final, pede a ela um fim diferente, honrado. Enfim, um super filme. Vi também aquele filme do Cidadão Kane, muito bom rever o dito. Conduzindo Miss Daisy é outro que acabei de rever. A Clarissa tem muitos filmes também que as meninas deverão escolher para serem doados à Biblioteca, pois de tanto que a gente aluga de graça acha que outros clientes da cidade mereceriam mais oções de filmes. Peguei para estes dias na locadora aquele filme FUR, com a Nicole Kidman, vou vê-lo hoje.

5 - Bom, ficar estes quarenta e poucos dias aqui até que tem sido uma boa. Claro que o pensamento está jogado e ativo nas coisas do Brasil, com alguma troca de textos com Cassiano e Emanuel, um dos usuários da Rede Polska, sobre ligar ou não a ADSL dali, e pagamento de alguns compromissos. Já fiz uns quatro artigos para aquele sonhado livro de passagens jornalísticas ou pessoais nestes 45 anos de profissão. Estou vendo aqui as ofertas de computadores, laptops, e há uma oferta daqui de um laptop de 14.1 por menos de 430 dólares, e 1 GB, 80 GB de memória, e talvez a gente compre para que eu ou a Cristinha levemos ao Brasil, para uso ou para repassar a quem queira comprar. Já comprei aqui uma cafeteira, por US$ 9,99, boa, e estou usando, e mais um triturador pequeno daqueles que costumamos usar aí para fazer geléias e otras cositas más.

6 - Estou raspando algumas portas para serem pintadas na casa. Nos primeiros dias estava difícil, mas acho que agora os braços e as pernas estão exercitadas para o trabalho então vai ir mais rapidamente. Parece que o Sam e Cla vão contratar um pessoal para pintar a casa, mas as portas e janelas ficarão a nosso cargo, pois esse tipo de mão-se-obra aqui é super alto. Numa das casas vizinhas, perto da praça, a dona chegou a pagar 5 mil dólares pelo trabalho, sem contar com algumas janelas. Claro, as casas são grandes, tem três lances normalmente com o porão. Enfim, estou raspando agora as portas da garagem e devo entrar nas janelas nesta semana. O Sam foi buscar alguns equipamentos de pintura (compressor, etc) na casa do Andrew e quando estiverem devidamente raspadas, iremos pintar as portas e janelas.

7 - No mais, vamos esperar a chegada do nenê, que anda se mexendo na barriga da Cla para entusiasmo da Phia, ela e Sam foram ontem ao Hospital em Walla-Walla para conhecer suas dependências e mais detalhes, e mais a chegada da dona Cristina, que anda meio sumida com seus compromissos em Curitiba e Faculdade e por vezes a gente pode trocar algum papo.

Abraços a todos, bom domingo.

As coisas são simples, alguns exageram

Imaginei montar este blog há algum tempo, mas faltavam oportunidade e certamente inspiração. Como sempre vivi emoções diferentes e diferenciadas, achei legal montar este canto esperando primeiro a compreensão de todos. Continuo lutando contra as próprias limitações e uma dose de humildade provoca um frisson quando se quer, ou se vai, falar sobre coisas que vivi, vi, vivenciei. Prometo não buscar e nem rebuscar palavras, para não confirmar de cara que sou do milênio passado.
Espero que possamos nos comunicar mais um pouco, não ficando apenas nos emails constantes e às vezes perversos no tamanho, no tipo, no teor.
Vamos ser simples, sim, mas, como alguém um dia me confidenciou, não exageremos na simplicidade, pois aí o perigo é ninguém se lembrar de você e nem do que você talvez fez na sua extrema simplicidade...