Vocês podem ficar imaginando que estou delirando ao dar esta informação: tomando meu café matinal aqui na chácara à beira do Lago Passaúna, onde fico mais tempo durante a semana, eis que vislumbro pela janela um belíssimo tucano! Sim, um tucano que solta um som cortante, como que anunciando sua existência e sua visita...
Primeiro, ficou no topo de uma das árvores, de olho no ninho de pássaros que, com patas e bicos lutam para que o visitante não ataque seus ovos e seus filhotes. Eu nem imaginava que tucanos são predadores, apreciam não só frutas mas ovos e pequenos pássaros. Pois ele ficou vários por aqui, até se exibindo nuns galhos de aroeiras, bem pertinho da varanda da casa. Consegui tirar fotos dele, bem boas, que mostro a vocês neste blog.
Ao anunciar a novidade desse multicolorido visitante, soube pelo primo Mário Lesniovski, meu vizinho aqui no Passaúna, que havia semanas atrás em seu bosque mais de cinco tucanos. Ele deu comida a eles mas depois de alguns dias foram adiante ou foram apanhados. Soube de Maria Arlete, a diretora de meio ambiente da Sanepar, que houve punições a alguns moradores que aprisionaram tucanos em suas propriedades. Mania gozada de gente que não quer apreciar o belo apenas, prende as aves de uma forma lamentável, ou para vender ou para apenas deixá-las presas em gaiolas!...
Claro que a vinda desses pássaros aqui ao redor do Passaúna se deve à falta de mais bosques no Estado. Elas procuram alimento e lugar para se reproduzirem e nossos pequenos bosques servem como novo ´habitat´ ou, pelo menos, onde ficar por alguns dias, algumas semanas.
Fico feliz em rever tais aves e procuro preservar.
Elas são aves lindas, ah, isso são.
Este blog ousa querer aumentar o conhecimento, registrando pensamentos, experiências, vivências, trocas. Afinal, são quase 50 anos buscando errar menos, acertar mais, ajeitar formas para entender e ampliar horizontes, ocupar os espaços, ser útil, fazer acontecer. E ter em mente que os próximos segundos, minutos, horas e dias serão bem melhores. Aceita-se todo tipo de ajuda, desde que tenha e ofereça otimismo. É a nossa declaração de princípios.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Escrever e falar são importantes, mas...
Fico pensando, na maioria das vezes e nos últimos tempos, se não estou ficando velho, inclusive nos pensamentos e raciocínios, quando tento acompanhar os acontecimentos ao meu redor. Vejam essa do governador Arruda, de Brasília, quando decretou a demissão do uso do gerúndio em todos os procedimentos dos funcionários do seu Governo, alegando que isso, esse modo de falar e escrever, estaria tornando o serviço público cada vez mais ineficiente.
Se foi para chamar a atenção de todos e aparecer na mídia e nos meios semi e intelectuais, conseguiu. Poderia chamar seu pessoal de recursos humanos (se é que essa área tem alguma valorização nos meandros politiqueiros e urneiros nas atuais gestões brasileiras) e determinar cursos de atualização e de procedimentos diante dos vícios de atendimento público. Poderia reciclar suas chefias e subordinados para melhorar o serviço público. Resolveu fazer reprimendas por decreto. Aliás, escolha também válida para dar puxões de orelhas nos seus servidores.
Já participei de programas em que se faziam palestras e instruções de atendimento público, quando servi na Assessoria de Relações Públicas na Copel. Nossa orientação principal era dizer aos colegas que tinham contato com o público consumidor que os nossos patrões eram exatamente os nossos consumidores. Como naquela época o Governo do Estado tinha na Copel mais de 90% de suas ações, ordinárias e preferenciais (hoje tem pouco mais de 50%), natural que todos os paranaenses eram os principais patrões dos servidores da empresa de economia mista. Assim, nada de engamelar os patrões, era essa a nossa orientação. Pode ser que aí foi um dos motivos porque tantos paranaenses se orgulhavam de sua empresa, pois eram tratados com educação, atenção.
Mas, quando as empresas e os Governos ficam cada vez mais burocratizados, chefias são indicadas pelos fisiológicos dirigentes de partidos políticos, servidores passam até de forma natural a apenas cumprir o expediente e, se puderem, empuram os assuntos de suas visíveis responsabilidades com trejeitos, frases comuns cacoetadas e uso de termos que possam agradar naquele momento o interlocutor. O gerundismo é umas das boas armas deles. Vou ficando, vamos administrando, vamos enrolando.
E os outros cacoetes de linguagem? Como soa mal aos ouvidos o uso difereciado da pronúncia de algumas palavras na rádio, na TV e nas entrevistas! Vocês já ouviram, e se aceita até de modo passivo, aqueles radialistas e apresentadores de TV acentuarem o Párana, o Brásil e outras palavras para talvez se destacarem como profissionais da comunicação. Tudo bem que nossa língua deriva do latim, uma língua morta, mas ela deveria ser tratada como uma língua a ser sempre aperfeiçoada, em que a sonoridade tivesse uma marca de crescimento, de agrado.
Não sei bem como enfrentar tudo isso, o gerundismo, a falta de responsabilidade em tratar as coisas públicas ou mesmo como melhorar o mundo que nos cerca. Tenho a impressão que os estudiosos e os incentivadores por uma forma melhor de viver, de sentir e de se comunicar estão recolhendo suas armas, o conhecimento, o exemplo, com seus valores e dissabores.
Se foi para chamar a atenção de todos e aparecer na mídia e nos meios semi e intelectuais, conseguiu. Poderia chamar seu pessoal de recursos humanos (se é que essa área tem alguma valorização nos meandros politiqueiros e urneiros nas atuais gestões brasileiras) e determinar cursos de atualização e de procedimentos diante dos vícios de atendimento público. Poderia reciclar suas chefias e subordinados para melhorar o serviço público. Resolveu fazer reprimendas por decreto. Aliás, escolha também válida para dar puxões de orelhas nos seus servidores.
Já participei de programas em que se faziam palestras e instruções de atendimento público, quando servi na Assessoria de Relações Públicas na Copel. Nossa orientação principal era dizer aos colegas que tinham contato com o público consumidor que os nossos patrões eram exatamente os nossos consumidores. Como naquela época o Governo do Estado tinha na Copel mais de 90% de suas ações, ordinárias e preferenciais (hoje tem pouco mais de 50%), natural que todos os paranaenses eram os principais patrões dos servidores da empresa de economia mista. Assim, nada de engamelar os patrões, era essa a nossa orientação. Pode ser que aí foi um dos motivos porque tantos paranaenses se orgulhavam de sua empresa, pois eram tratados com educação, atenção.
Mas, quando as empresas e os Governos ficam cada vez mais burocratizados, chefias são indicadas pelos fisiológicos dirigentes de partidos políticos, servidores passam até de forma natural a apenas cumprir o expediente e, se puderem, empuram os assuntos de suas visíveis responsabilidades com trejeitos, frases comuns cacoetadas e uso de termos que possam agradar naquele momento o interlocutor. O gerundismo é umas das boas armas deles. Vou ficando, vamos administrando, vamos enrolando.
E os outros cacoetes de linguagem? Como soa mal aos ouvidos o uso difereciado da pronúncia de algumas palavras na rádio, na TV e nas entrevistas! Vocês já ouviram, e se aceita até de modo passivo, aqueles radialistas e apresentadores de TV acentuarem o Párana, o Brásil e outras palavras para talvez se destacarem como profissionais da comunicação. Tudo bem que nossa língua deriva do latim, uma língua morta, mas ela deveria ser tratada como uma língua a ser sempre aperfeiçoada, em que a sonoridade tivesse uma marca de crescimento, de agrado.
Não sei bem como enfrentar tudo isso, o gerundismo, a falta de responsabilidade em tratar as coisas públicas ou mesmo como melhorar o mundo que nos cerca. Tenho a impressão que os estudiosos e os incentivadores por uma forma melhor de viver, de sentir e de se comunicar estão recolhendo suas armas, o conhecimento, o exemplo, com seus valores e dissabores.
Assinar:
Postagens (Atom)