sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Verdadeiro Trem da Alegria, com o erário público

O que mais indigna o cidadão comum é que as aposentadorias normalmente são concedidas proporcionalmente à sua contribuição: por que os deputados não criam um fundo de aposentadoria com base ao tempo e ao valor de suas próprias contribuições, ao largo dos seus mandatos? Há deputado com mais de 20 anos de atividades. Será que pública emborca a sensibilidade dos que representam parcelas da população? Ou atacam o erário público sem ficar vermelhos de vergonha? Dizer-se impotente para reagir ou agir com dignidade e honestidade é falta de capacidade representativa. Tomara que o povo não esqueçca desses atuais deputados na próxima eleição.

Ora, isso não é de ninguém!

Falta da escolaridade, inexistência de valores em muitas famílias e até na escola hoje em sucateamento generalizado, maus exemplos das autoridades com a coisa pública parecem que incutem no cidadão comum o raciocínio de que qualquer bem, móvel ou imóvel, não é de ninguém, ganha quem chega antes.
Estarrecedores os registros televisivos desta terça-feira, dia 16 de dezembro, ao serem constatados desvios, na verdade roubos, de produtos doados pelos brasileiros para os flagelados das enchentes catarinenses. Gente jovem, voluntária ou por dever de serviço, aproveita-se e se apropria daquilo que não é seu, daquilo que se destina a quem realmente sofreu e sofre com a falta de ação governamental na prevenção de situações de risco que por vezes é previsível.
Triste é viver numa terra onde todos, de cima para baixo ou de baixo para cima, usam a malfadada Lei de Gerson, “levar vantagem em tudo, certo?” Se um soldado, ainda jovem começando a vida e recebendo instruções cívicas nos quartéis e nos pátios sobre ordem e progresso, acha que as doações do povo brasileiro não são de ninguém, imagine-se o que acontece na vida de quem recebe delegação de representatividade popular nos demais escalões das autoridades brasileiras...
Bondade e solidariedade, pelo visto, não são de ninguém.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Coisas de viagens

Você se imagina viajando para descansar, rever amigos e familiares, conhecer novos lugares, buscar negócios, estudos, enfim, está ali carregando malas e maletas, cheias principalmente, e não lhe ocorre que vai enfrentar algumas coisas bem curiosas, ou quase isso.


Caso de gente que senta ao seu lado, às vezes bem maior do que a capacidade da poltrona. E, pior, quando senta na janela ou no meio do setor central, parece que ele é que levou azar de ir ao banheiro mais vezes que você.


Desta viagem que estou acabando de fazer, por exemplo, tive que enfrentar um companheiro de viagem, entre Salt Lake City e Los Angeles, que não conseguia parar de mexer com a perna direita, fazendo algum barulho, quando não encostava no seu joelho. Pensei em perguntar se ele tinha algum problema, se era um cacoete, se estava nervoso, mas isso iria iniciar uma conversa que talvez derivasse para clima nada interessante. Nem mesmo depois, quando no ar, ele parou de mexer rapidamente com a perna...


As empresas aéreas descobriram um bom filão agora com os excessos de peso de malas dos passageiros. Foi-se o tempo em que você fazia uma viagem internacional e podia levar duas malas de até 32 kh cada. Hoje, tanto nos vôos internos quanto nos internacionais, são 2 kg e o restante você deve pagar. Algumas empresas brasileiras, como a TAM e a Gol, dão alguma fechada de olhos dependendo do número de passageiros. E tudo, a cada aeroporto que você 'visita', cada ocorrência lhe tira não menos que 50 dólares...


Em viagens mais longas, era comum assistir de forma coletiva a filmes. Hoje a coisa está evoluída, pois cada assento possui um aparelho para ver filmes e programas, ouvir, jogar, etc. Facilidade e conforto de um lado mas algum incômodo de outro, pois as empresas embutem anúncios a cada busca de filme ou programa de TV. Mas, como você tem poucas opções, sendo uma delas desligar tudo e totalmente, o jeito é absorver ou se estressar com as peças publicitárias.

Viajar é abrir horizontes, sempre se ouvia isso, e ainda se ouve, mas ultimamente você ter que tirar o cinto com fivela de metal, os sapatos, tirar o boné, relógio, óculos e outros instrumentos pessoais chega a ser risível. Mas, como isso se imagina fruto de sandices e burrices de alguns, a gente agüenta e se submete, afinal está indo e vindo neste mundo. Os erros de uns condenam a todos.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Ser vendedor...

Levei bom tempo para descobrir que sou um vendedor. Isso demorou porque nunca admiti que tinha aptidões para. Esqueci na verdade o fato de que, pequeno, ganhava das minhas tias Sofia e Guênia as sobras das verduras que tinham levado para vender nas feiras livres de Curitiba ou nas quitandas de seus contatos. Como não queriam levar de volta, deixavam comigo as verduras e eu, de carrinho, oferecia às vizinhas da rua Pará e Paranaguá. Num tapa as consultadas abasteciam suas casas de verduras frescas, sem qualquer agrotóxico. Tinha sempre um dinheiro acumulado, por horas, claro, fruto das minhas vendas.

Meu primeiro emprego foi um armazém de secos e molhados, ma rua Engenheiro Niepce da Silva, com o Arthur e Osny Feld. Menor de idade, carteira assinada, aprendi um pouco da arte de atender à freguesia, como servir cachaça em copinho pequeno para os habituês, medir/pesar mercadorias e entregar aos clientes.

Quando ingressei no jornalismo, aos 17 anos, tendo carteira assinada no dia 01 de dezembro de 1963 apenas, fiquei distanciado de vendas de um modo inconsciente, acho. Aprendia a redigir e enviar as matérias que eram publicadas na 'Última Hora', grande jornal da época, sem vincular seu conteúdo a qualquer sentido comercial, a não ser mesmo fidelizar leitores nos temas trabalhados. Ou seja, vendi ao jornal minha capacidade de trabalhar, vendi meu trabalho. Essa venda ficou apropriada primeiro por UH e depois pelo 'Diário do Paraná', Rádio Colombo, Rádio Cultura do Paraná, e por outros veículos mais, de modo oculto, sem que eu tenha sentido ter vendido o meu próprio trabalho.

Pois bem: a redescoberta de minha condição de vendedor pôde ser registrada com maior evidência e consciência quando fazia compras e vendas, tanto de casas e apartamentos quanto de veículos de minha propriedade. Uma após outra, essas vendas ocorriam sempre de modo satisfatório para ambos os lados, tanto para mim, que conseguia vender, quando para o comprador, que se satisfazia com o que adquirira. Lembro uma vez quando queria vender o meu SP 2 e o tinha exposto numa esquina ideal, na Coronel Dulcídio com Av. Batel: um casal simples, com uma criança no colo, extasiava-se com o veículo e queria porque queria comprar o produto. Eu tive dois ímpetos, um de que sempre dizia a verdade sobre o produto que estava vendendo, ou seja, os seus defeitos, se no motor, se na lataria, e outro porque estava com pena do casal candidato a comprar o veículo. O carro dera-me boas dores de cabeça e eu avaliei que aquele modesto casal teria mais problemas para manter e consertar o veículo quando de seu uso. Falei francamente dos defeitos por um tempo, após o que o sujeito me respondeu: "pelo jeito o sr. gosta muito do carro porque está colocando os defeitos para não vender". Não era verdade no todo, mas, pensei, já que o cara quer, que leve...

Tenho mesmo vendido muita coisa na vida, e todas sempre dizendo a verdade sobre o produto, mesmo que alguns negócios demorem para ser concretizados. Descobrir que somos vendedores é uma boa, desde que tenhamos em mente de que qualquer venda deve ser boa para os dois lados, para quem vende e para quem compra. Se descobrirmos com bastante antecedência de que temos inclinação para negócios, seguramente quando vendermos o nosso trabalho para uma empresa ou uma outra pessoa teremos uma melhor noção do nosso próprio valor...

Você já pensou nisso algum dia?

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Eleições e seus (normais!?) absurdos

Como sou da área de comunicação social e exerço, por vezes, em dever de ofício, funções de consultor, chega a ser ridícula a forma como grande parte dos candidatos a vereador e a prefeito se dirige aos eleitores através da rádio e da TV. Nesta, principalmente.

Vejam vocês que o despreparo é latente em todos os quadrantes da telinha, ou do ouvido. Candidatos que prometem programas de saúde, melhor atendimento público, estradas, asfaltamentos, melhor qualidade de vida aos cidadãos. Como se isso fosse atividade de vereador, que deveria fiscalizar as ações do prefeito e seus subordinados, sugerir projetos de obras para que o Executivo implante ou não, de acordo com o orçamento que ele - como legislador - deveria analisar e aprovar.

Parece que a pessoa entrou num partido para ganhar o paraíso. Alguns, na verdade, usam e abusam das benesses desse paraíso. É um paraíso, mesmo, no bolso dele, somente dele. E se busca apoio, aquele voto, aquele sagrado voto, para entrar e curtir o paraíso. Não se observa quais os deveres e responsabilidades como vereador, como representante do povo. Os candidatos a prefeito, então, prometem coisas que a gente sabe serem impossíveis de alcançar. Uns até propõem metrôs elevados, como se isso fosse possível em determinadas cidades.

A cada eleição, municipal principalmente, a incultura é ressaltada pelos palavrórios embrulhados em pacotes de espertezas: fazem trovas com seus nomes ou apelidos, é o Zé da cova, do suco, da farmácia, da pipoca, coisas que soam mal e tornam os programas eleitorais nos veículos de comunicação um comprovante real da existência de um povo inculto.

Seria o caos educacional ou o caos do conhecimento? Aquela frase "a voz do povo é a voz de Deus" chega a batucar no meu raciocínio sobre as eleições periódicas que acontecem à nossa volta. Claro, muita gente ganhou um emprego provisório, eventual, distribuindo folhetos e abanando flanelas pelas esquinas da vida; teve algum reconhecimento funcional pelos titulares das candidaturas, mas que é triste acompanhar esse quadro da véspera de eleições, isso é.

Onde estão aqueles sonhos de eleições distritais puras, onde a gente escolheria o meu vizinho, que tem ótimas condições de me representar, para legislar e executar melhorias que eu desejo e almejo para o meu ir e vir pelas estradas da vida? Se existissem eleições distritais, até os assessores dos eleitos seriam meus outros vizinhos, que saberiam incutir nos eleitos as providências mais adequadas para a vida de todos os cidadãos...

Sei que o retorno aos escritos neste blog pode ser sentido pelos leitores como um lamento de véspera de eleições. Mas o clima que vivenciamos atualmente nos impulsiona a extravasar esses sentimentos de tristeza e quase desesperanças. Não desejo estar certo, nessa análise. Mas estou com receio de estar bem perto de que estamos vivendo o caos da representatividade...

domingo, 3 de agosto de 2008

Aniversário

Lembro muito bem de um jornal de Francisco Beltrão, PR, nos tempos em que trabalhava como relações públicas regional da Companhia Paranaense de Energia, Copel, quando achei extranho que o título do mesmo era mais ou menos assim: Fulano de tal completaria tantos anos neste dia! Referia-se ao pai do editor/diretor, que, naquele dia, se estivesse vivo, completaria xis anos. Em minha memória, esse título ficou marcado como uma coisa mórbida, saudosa, sentimental e de amor filial.

Pois neste 3 de agosto de 2008 o meu progenitor, o ferreiro competente Francisco, estaria completando 98 anos. Posso estar enganado num ano, pois a diferença de idades entre ele e a mãe era de 11 anos.

Qual a lembrança que se poderia ter de um pai lutador, brigador, que escondia sentimentos por ser um europeu, e os europeus, principalmente os homens adultos, deveriam ser duros em tudo, até na dificuldade de acariciar o semblante de um filho, ou filha? Pois o ferreiro Chico era assim, criativo, curioso, orgulhoso dos seus feitos ao produzir arados para os clientes colonos primeiro em Contenda, com a família Szczypior, e depois nas áreas de Araucária, tanto no Galarda quanto no bairro hoje conhecido como Estação. Esteve também em Serrinha, Contenda, num bom tempo, até que nos mudamos para a Vila Guaíra, em Curitiba, na Rua Morretes, 88, cidade que lhe deu trabalho na fábrica de bondes e depois nas oficinas da Transparaná, na André de Barros. Montou uma ferraria/oficina em casa, já na esquina das ruas Pará e Paranaguá, onde viveu os seus últimos dias.

Desde criança, ouvíamos suas histórias por vezes assustadoras, descrevendo as visagens na estrada de Tomás Coelho, que vinha da Igreja de São Miguel até a fazenda do avô materno Józef Gembaroski. As descrições dele sobre sua infância, em Lipinki, na Polônia, perto da cidade de Tarnów, o riacho onde brincava. Cheguei a visitar o local polonês, na casa onde a avó Wiktoria viveu e ali morreu, de troncos, baixinha, acho que para o tamanho tanto dele como de sua mãe.

Lembranças que tenho de meu pai são muitas, mas na maioria era que ele sempre estava trabalhando, criando coisas. Até aqui em Roça Velha, onde possuo um sítio que dá vistas para a sede do terreno onde nasci, há histórias dele ainda marcadas na lembrança dos mais velhos moradores, sobre ferramentas que fazia, gerador de luz a partir de moinhos movidos à água.

Que este texto seja visto, peço licença, como um fato sentimental, amor filial e de saudosismo.

Inhenho!

Edição de 31 de julho do Diário Catarinense, coluna de Maicon Tenfen. Todos os brasileiros deveriam ler e se sentir.
Inhenho
Você é um otário. Mais do que isso, aliás. É também um coió, um bestiola, um mané-coco, um pascácio, um toleirão, um papalvo, um babaquara, um apombocado, um bate-orelha, um molongó, um lapardeiro, um zé xexé. Pra re­sumir, você é um "inhenho", nem mais nem menos.E por quê?Simples: você não é um cidadão, quem disse essa besteira? Você é apenas um pagador de impos­tos, um idiota que trabalha o uno inteiro para financiar farras em Brasília. Como se isso fosse pouco, você, imbecil, estulto, pancrácio, ainda é a principal vítima de nos­sas leis hiperbólicas e autoritárias.A lei seca, por exemplo. Não pense que ela serve para prender o filhinho de papai que encheu a cara e atropelou uma família in­teira. Serve para multar você, ba­baca, que costuma tomar um copo de vinho depois do almoço.E as leis de proteção ambiental? Nunca ouvi dizer que foram apli­cadas contra os magnatas da ma­deira, os canalhas que devastam as florestas, mas sei que já caíram com toda a peçonha sobre uns pobretões aí que raspavam a casca das árvores para fazer chá.Isso aqui é Brasil, esqueceu? É um país de todos, menos meu, me­nos seu, menos ainda dessa piazada que cresce vendo espertalhões se dando bem e trouxas pagando a conta. É a terra do Daniel Dantas, do Naji Nahas, do Celso Pitta. Eles é que têm um sistema judiciário para protegê-los nas falcatruas. Você, não.Você é um zero-à-esquerda, um pobre diabo, uma lesma, uma ameba, um verme utilitário, você chega a dar nojo, só existe na hora da derrama, só vira gente diante do leão.Falar nisso, não sei se você sabe, nosso sistema de coleta do imposto de renda, principalmente quando ativado contra um pé-rapado da sua laia, é um modelo para o mun- do. Sim senhor, nisso o governo é bamba, não dá ponto sem nó. Mas diga lá, ô seu papa-bosta, você tem saúde pública de qualidade? Tem educação condizente para seus fi-lhos? Tem segurança onde mora?O mais triste é que de vez em quando aparece algum asno maior jque você e declama que "o imposto de renda é o mais justo dos tribu- tos". Só rindo. Por acaso o mais justo dos tributos ajudou a acelerar os trabalhos na parte sul da BR- 101? Ajudou a atender os apelos da comunidade para dar um jeito na matança que está a BR-470?Enquanto as pessoas morrem no asfalto, e isso só para citar um exemplo da negligência do estado com as vaquinhas de presépio aqui debaixo, continuamos pagando o mais justo dos tributos, e os mais injustos também, pois imposto é o que não falta no Brasil, digo, na Corruptolândia, na Mensalândia, na Prende-e-soltolândia.Mas o pior de tudo, ô panaca, é que você é manso. Sim, manso, frouxo, passivo, é isso mesmo que está escrito. Deixa os ladrões ba- fejarem no seu cangote e não faz nada, ou porque não pode, ou por- que já desistiu de lutar. Duvida? Então me diga o que vai fazer de- pois de ler estas linhas. Não sabe? Eu sei: você vai rir ou me xingar, tanto faz, e depois vai continuar pastando, pagando e votando no mesmo tipo de crápula em que vo­tou até hoje.
Até a próxima, otário.

sábado, 26 de julho de 2008

Como conquistar/fidelizar leitores/ouvintes

Seria pretencioso demais definir regras sobre o comportamento humano, embora tenhamos milhares de publicações relacionadas e que, na maioria das vezes, atendem às expectativas de estudiosos e curiosos. Mas, qual seria a melhor dica para conquistarmos leitores/ouvintes nos nossos trabalhos de comunicadores?



É comum achar que, na hora de assistir a uma entrevista pela TV ou ouvir perguntas feitas na rádio, aquele entrevistador e/ou aquela entrevistadora são fracos, fazem perguntas muito fracas, muito burras. É nossa tendência errada de analisar pessoas e fatos sem se perguntar os motivos porque aqueles repórteres estão ali, diante da câmera ou diante do microfone.



Na realidade, a audiência é medida pelo nível das curiosidades natuarais do ser humano, no contexto em que ele vive, sente, pensa e espera satisfazer seu interior. Conheci(ço) muitos profissionais que se mantinham(ém) nos empregos apenas pelo fato de que nas entrevistas usa(va)m perguntas que determinada faixa de leitores apreciava, ou seja, os perguntadores se colocavam no lugar dos ouvintes ou expectadores. Perguntas empáticas, então.



No seu dia-a-dia, na condição de ouvinte, leitor ou expectador, você busca ler e ouvir coisas que satisfaçam sua curiosidade. Se você está ligado nos tempos atuais, há uma miscelânia de veículos que podem atendê-lo: TV, jornal, rádio, sites, alto-falantes. Você procura informações, ou mesmo entretenimento, escolhendo um desses veículos dependendo onde esteja, se no carro, em casa, no escritório ou mesmo numa ilha remota. Com os aparelhinhos disponíveis no chamado mundo moderno (palavra pouco usada nos últimos tempos!), você consegue satisfazer sua curiosidade. Na impossibilidade de ter algum desses instrumentos, uma revista ou um livro permitem que você se (in)forme.



Por último, quero dizer que somos mesmo usuários da informação, não importando qual é o nosso nível cultural. Recebemos, ou procuramos receber, coisas que nos satisfaçam no dia-a-dia. Alguns querem ficar no esporte ou na coluna social, outros na economia ou política, boa parte apenas para passar o tempo e viver mentalmente ocupado. O povão gosta de títulos policialescos e de acidentes, ou novelas chorosas e cheias e cenas com transas até em horários nada ideais, o intelectual busca ampliar seus horizontes e conhecimentos, e assim caminha a humanidade no seu interesse de dar continuidade ao que nos rodeia e permite.



Os melhores profissionais, não importa seu nível intelectual, trabalham para as faixas de consumidores, aumentando ou mantendo a clientela. E isso, mesmo, vem ocorrendo sempre.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Ser amigo

Alguém um dia perguntou o que significava a palavra amigo na vivência de um sexagenário. Busca aqui e acolá no tempo vivenciado, eis que surgem algumas definições seguramente experimentadas, curtidas, comemoradas.

Amigo mesmo é aquele sujeito, ou aquela sujeita, que convive com você sem buscar recompensas, ou trocas. Ele ou ela lembram-se de você, das suas coisas e seus familiares, festejam quando você conseguiu um feito que o realizou, alguma coisa que você conquistou e em momento algum dá demonstração de ciumeira, inveja.

Amigo é aquele em que palavras como arrogância, ódio, ironia, mesquinharia, entre outras, inexistem em seu vocabulário e pensamento.

Amigo é aquele mais do que irmão que se doaa, que está sempre pronto para o ajudar, participar com você das suas andanças, mesmo que estas sejam difíceis, íngrimes, suadas.

Amiga mesmo é aquela pessoa que basta um olhar para dizer se você está bem ou não tão bem.

Amigo é aquele ser que convive com você e, quando os olhos se encontram, um mundo melhor começa, ou recomeça, para ambos.

Afinal, alguma coisa preciosa existe nas pessoas que, sem somas ou cifrões, ou mesmo números, grandes ou pequenos, se tornam amigas.

Amigo é aquela pessoa que você deixou para trás, em suas caminhadas, mas quando você as encontra é como se elas estiveram com você ontem, ou anteontem. Parecem que elas nem estiveram longe, no tempo ou na geografia.

Amigo, mesmo, é você com os outros, ou são os outros, com você.

E, se estabelecem um dia, 20 de julho, como o Dia do Amigo, isso é bom e especial, mas os dias dos amigos são todos os dias de sua vida.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Ilações nada gratuitas

Vamos falar a verdade, sobre expansão e desenvolvimento do Rotary, a nossa organização internacional? Temos, infelizmente, diminuído a qualidade dos nossos associados, com alguns ingressos de profissionais que não são tão profissionais como desejaríamos. Motivo disso: somos pressionados pelos líderes maiores a que não percamos sócios e procuremos superar as metas propostas. Alguns dirigentes de clubes, para não ter que se explicar ao governador e ao coordenador de desenvolvimento social, aceitam qualquer proposta, de amigos dos amigos, de vizinhos, de parentes e do próprio cônjuge, sem se preocupar se eles são ou foram líderes de algum negócio ou alguma profissão...

Vamos ser justos para todos os interessados? São muitas as ongs no Brasil, milhares, todas com alguém idealizando atividades e ações pelo bem comum (a maioria tem essas intenções, acredito). Provavelmente são profissionais lideres que conjugam a famosa frase da música de Geraldo Vandré: 'quem sabe faz a hora, não espera acontecer'... Não poderíamos chamar essas pessoas tão interessadas pela coletividade para fazerem parte dos nossos quadros? Claro, teríamos que readequar os nossos programas para efetivar gente que quer fazer a diferença. Seríamos justos com eles, e conosco.

Criaríamos boa vontade e melhores amizades se acertássemos um esquema que propicie um melhor relacionamento entre sócios, visitantes, palestrantes, convidados e familiares. Quantos clubes padecem e não crescem, e pouco realizam, pelo simples fato de que seus dirigentes se esquecem que existem comissões de companheirismo, recepção aos visitantes, mentores? É comum recepcionar levemente um recuperante ou mesmo um visitante e deixá-lo numa mesa, quase que isolado, sem que ninguém converse com ele, que fale sobre o nosso Rotary e os nossos inspiradores programas do servir.

Seriam benéficos para todos os interessados se todos os nossos programas fossem realizáveis a curto e a médio prazos. Se eles representassem o interesse de toda a coletividade, ou mesmo a maioria dos sócios. Quantos clubes nada gastam com programas de visitas a doentes e órfãos, aqueles em que se entoam canções para os debilitados e sem esperanças? Investe-se apenas o tempo de cada um que é valiosíssimo se doado a quem precisa.

Estas ilações estão sendo escritas para quem se interessar em conjugar esforços para realizarmos sonhos na gestão que começa nesta data. Usem e abusem, pois servir nada custa, apenas o nosso rico tempo de seres humanos preocupados com o mundo cada vez mais impessoal que nos cerca.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Fumante é o bandido

Li estes dias um articulista do Diário Catarinense falando que o fumante foi escolhido, nos últimos tempos, como o vilão do meio ambiente ou, ops, dos ambientes . Ele é um excluído em todos os ambientes pois age como um predador dos pulmões alheios. Ironias e verdades à parte, o fumo, mesmo, faz mal à saúde, poderíamos fazer algumas ilações nada gratuítas, tais como:

- os tomadores de bebidas, todas e principalmente as alcoólicas, esses não são tão bandidos, mesmo que tomem e virem verdadeiros assassinos quando nos volantes, nas ruas e estradas da vida. Quantos acidentes e quantas mortes ocorrem a cada minuto porque um motorista dirige alcoolizado? Os hospitais que o digam e o povo é quem paga pelo prejuízo. Ninguém faz campanha contra os tomadores das biritas.

- os usuários de drogas que misturam o pó e otras cositas más nas bebidas alcoólicas, fazem badernas nas estações-tubos e ônibus, arrancam placas e pedras das vias públicas, ah, mas não são considerados tão bandidos quanto os fumantes... No máximo, nos estádios, não se apanha nenhum drogado, mas se proibe a venda da cervejinha...

Acredito, mesmo, que as coisas poderiam ser estirpadas pelo Governo e pelo Congresso: bastaria que fosse proibido plantar fumo e fabricar cigarros e distribuir essa erva maldita que tantas mortes causa na população pré-cancerosa. Já que a bebida alcoólica prejudica a saúde e causa tantos transtornos no mundo, que tal uma total proivbição de sua fabricação e sua venda nos botecos do nosso querido Brasil!? Acabar-se-iam os problemas, os hospitais não teriam tantas despesas com os tratamentos médicos. E o meio ambiente estaria livre desses bandidos que tanto mal causam no nosso dia-a-dia.

Problema é que, proibido o fabrico de cigarros e das bebidas, logo logo algum ladino membro da bancada governista proporia um novo tributo para substituir as perdas com a arrecadação dos cigarros e das bebidas alcoólicas. Correremos esse grave e sempre imimente risco... Mas, agradecidos, estaremos livres desses nefastos predadores.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Cidadania aos índios já!

Parece que não estamos vivendo num mundo correto quando se olha e se sabe o que acontece com os índios no Brasil. Vejamos:

- nos noticiários recentes, internacionais principalmente, com reflexo rápido em nosso rincão, eis que se sabe que há tribos de índios estabelecidas em suas 'reservas' (reservas de quem mesmo, cara pálida?) funcionando com laptops moderníssimos, ligados a sinais de satélites certamente em contatos com seus mestres que querem que a Amazônia, por exemplo, seja território internacional. Uma reserva mundial, o pulmão para o mundo 'civilizado'!!!!

- quantos de nós já vimos ou convivemos, mesmo que de passagem, com nossos indígenas? A gente percebeu que a maioria é simplória, olhares sem esperanças diante do porvir, aqueles olhos pedintes, na maioria, submissos, como que conformados com o domínio dos caras pálidas, sem aspas.

- ora, se grande parte de líderes indígenas já está usando computadores, celulares, equipamentos de segurança, armas inclusive (não temos provas disso, ainda), por quais motivos os nossos 'líderes do povo' não aprovam uma lei tornando-os cidadãos de primeira ou de segunda classe? Sabem todos que índio não vai preso por atirar uma seta ou cortar orelhas de quem quer que seja em nosso civilizado país!.. Eles nem são cidadãos perante a nossa constituição, são vistos e tratados apenas como um rebanho de pessoas que devem ser atendidas em suas reservas que na verdade não pertencem a eles. Pertencem a quem os patrocina de lá de fora somente para conseguir retirar as principais riquezas que ainda (será que ainda?) se encontram em terras nacionais.

- que coincidência que, numa larga área territorial, a chamada Amazônia (pegando Brasil, Venezuela, Colômbia, etc), vem surgindo no noticiário a idéia de que as 'nações indígenas amazônicas' devem ser reconhecidas, transformadas numa espécie de país. E, claro, esse tese é defendida no exterior, principalmente formulada por ONGs certamente ligadas aos exploradores que continuam, há mais de quinhentos anos, achando que isso aqui é e continua sendo a sua colônia...

- é bom achar, desde já, que índio é gente, é brasileiro, ou venezuelano, ou colombiano, como qualquer morador nessas paragens. Na verdade, o dono desta terra abençoada e explorada, há milênios. Ele poderia votar, ter carteira de identidade, receber bolsa família e não os minguados centavos que lhe chegam, quando chegam, em suas reservas, aposentar-se depois de 65 anos com o dinheiro coletivo dos caras pálidas que confiam na honestidade dos governantes, ter assistência médica e medicamentos confiáveis para suas dores e clamores. Enfim, índio deveria mesmo ter a cidadania plena, como todos nós.

- alguém topa criar e fazer barulho como uma ONG chamada 'Cidadania aos Índios Já'? Receberemos recursos a fundo perdido do governo, ou dos governos, abriremos uma conta corrente nos maiores bancos estrangeiros principalmente para recebermos polpudas doações a uma nobre causa, a causa de devolver um pouco àqueles que saudaram a chegada desses maravilhosos caras pálidas do mundo civilizado, há mais de quinhentos anos. Seria, mesmo, dar melhor sentido ao mundo em que vivemos...

terça-feira, 3 de junho de 2008

Então, tá (IV)

Eis que adentra na nossa sala de trabalho, em Vidal Ramos, SC, um sujeito vestido como investigador portando no peito um círculo com as letras grandes FBI. Não pediu licença, não saudou e foi perguntando pela chefia, sem citar nome. No susto, tanto as funcionárias quanto eu, com caras de sonsos, balbuciamos alguma coisa e perguntamos se ele tinha marcado alguma visita e com quem mesmo ele queria falar. Abruptamente, tal como entrou, disse que queria falar com o chefe.

Uma das meninas abriu a porta da chefia e esta mandou entrar. Nós, ali na frente da sala da chefia, ficamos apreensivos, pois não tínhamos nem pego o nome do cara do FBI. Minutos depois, eis que ele sai da sala e diz até logo. Foi quando vimos que no círculo onde havia as letras FBI estava escrito Federação Brasileira de Investigações. Era simplesmente um sujeito que foi oferecer serviços de vigilância para a empresa, inclusive tendo pedido desculpas para a chefia porque eles até estavam com um funcionário preso por uso de armas mas que era uma firma de que poderia fazer grampos, câmeras mil, etc.

Então, tá.

Meio ambiente ou ambiente como meio?

Longe de mim querer ter razão em tudo, ou na maioria das coisas, mas a gente precisa entender o que é mesmo defender o meio ambiente nos dias quase turbulentos como os de hoje. Muito se lê e se vê sobre ambientalismo, aquecimento global como conseqüência do nada sustentado desmatamento, lutas armadas até, como foices sem martelos, em torno do assunto. O problema que vejo é até falta de educação ambiental: poucos se preocupam com os esgotos que saem de suas casas, dos sofisticados edifícios que se erguem sem qualquer compromisso com o meio ambiente urbano. Todos sabemos para onde vai o esgoto, claro, para o ralo da natureza, os lençóis, dos rios e riachos, quando não se concentra em áreas abertas que exalam cheiros realmente poluidores, num desconforto danado para todos. Não se vê, nos estudos e nas aplicações das regras das leis e das normas urbanísticas e urbanizadoras qualquer item sobre aumento das redes de esgotos. Não se precisa dizer que muitas das doenças que assolam o mundo que nos cerca saem exatamente da falta de um programa e um sistema de saneamento básico.

Agora, algumas perguntas: vocês conhecem alguma ONG que trate desse assunto com a mesma intensidade como que lutam contra o tal do aquecimento global? Alguém poderia dizer o que acha dos baixíssimos índices de saneamento básico nas cidades como Florianópolis, Curitiba, São Paulo e outras de maior porte? E as de menor porte, possuem redes de esgotos adequadas à demanda dos seus moradores? Alguém sabe se os órgãos ambientais atuam na proibição de florestamento com árvores exóticas como pinus e eucaliptos, somente paa falar de duas espécies, junto aos leitos dos rios, aos vales das águas? Claro que isso parece não afetar as responsabilidades dos ditos órgãos. Parece não ser responsabilidade funcional deles.

O que importa mesmo é criar ONGs, comitês e organizações que possam receber recursos a fundo perdido sem aplicar em programa algum. Ou, quando se pede prestações de contas pelas verbas recebidas, ou desaparecem as entidades ou desaparecem os seus responsáveis. E o dinheiro do povo foi para o ralo, assim como vão os esgotos sem devido tratamento.

Se existissem realmente pessoas preocupadas com o meio ambiente, teríamos um mundo melhor e menos poluído. O que se vê, com pesar, é que muitos usam o ambiente como meio de ganhar uns. O resto é falta de real consciência ambientalista... Uma pena.

domingo, 27 de abril de 2008

Eu só queria entender (I)

Recebi esclarecimentos sobre procedimentos do Diretran, da URBS, via vereador amigo Zé Maria, que ao ser multado por qualquer problema no preenchimento do talão de estacionamento, você paga um talão, de R$ 10,00, e recebe 9 folhas; bom, está esclarecido o problema por falta absoluta de informações no talão da infração.

Como aprendi no dia-a-dia do jornalismo e da comunicação, é bom revisar o que foi escrito erroneamente. É o que estou fazendo nesta data, agradecido ao representante do povo na Câmara Municipal de Curitiba, Zé Maria.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Queria apenas entender...

Primeiro, jeito é não deixar abril terminar sem postar algum artigo. O de hoje pode ser visto como um desabafo de um quase estressado brasileiro, morador de Curitiba e Araucária e hoje curtindo as belezas de uma pequena cidade catarinense, Vidal Ramos, com seus 5.800 habitantes, metade na área rural.

Queria entender como é aplicada a multa pela Prefeitura de Curitiba, no seu chamado Estar. O título deve ser entendido como estar multado, estar sempre pagando taxas e mais taxas. No sistema de Curitiba, não se pode entender as taxas quando você erra no talão do estacionamento. Hoje imprimiram um talão para raspar os números, ano, dia, hora e minutos, super caro, e claro pago por nós, pobres usuários das áreas apropriadas que deveriam ter uma fiscalização contra roubos, assaltos, etc.

Pois bem: se você erra, ou deixa de raspar um dos itens dali, recebe logo uma multa. A folhinha do talão custa 1 real e você deve procurar o guardinha em qualquer esquina curitibana em cinco dias, pagando - pasmem! - 10 vezes mais o valor da folha! Se você deixar passar, eis que vem uma multinha de - continuem pasmos - 53 vezes mais! O justo e correto, nesses casos, seria apenas cobrar uma nova folha, que seria uma multa de 100%.

Queria entender a cabeça de alguns vizinhos meus, da Travessa Lange, em Curitiba, que costumam entrar em suas garagens sempre contra-mão. E, claro, ninguém do policiamento municipal de trânsito para corrigir essas pessoas que colocam em risco a sua e a vida dos outros. Ah, sim, e são mal-educadas quando você as aborda, reclamando.

Queria entender o que vai na cabeça de muitos donos de veículos com placas de Blumenau, SC, que fazem da BR 470 uma verdadeira pista de corrida, ultrapassando em faixas contínuas, entrando na sua frente como se fossem donos do mundo. Que mundo esses caras devem ter e como devem ser poderosos em suas casas, no seu dia-a-dia!

Queria entender qual o critério que pessoas (ir)responsáveis dos Governos usaram para decretar cobranças de pedágio em estradas federais que não possuem condição alguma para serem pedagiadas. Não têm pistas adicionais nas subidas e descidas, as pontes são de apenas duas pistas, os acostamentos inexistem. Continuam cobrando IPVA e outras taxas dos proprietários de veículos apenas para pagar a sua manutenção, ou seja, dos seus salários; arrumar as rodovias, oferecendo segurança aos seus mantenedores, nada...

Queria entender os motivos porque se briga tanto na questão de construção de usinas hidrelétricas em nosso país, quando se deveria lutar contra a poluição que os veículos causam nas cidades e nas estradas, usando combustível poluidor que realmente aquece o planeta. Ninguém briga contra a transnacional Petrobrás que joga combustível poluidor nos nossos narizes.

Queria entender o porque de cidadãos pagarem obras e mais obras, na maioria superfaturadas, sem que pudesse participar de audiência pública que definisse a sua necessidade. Os legislativos estão comprometidos com o Executivo e uma constante e evidente complacência do judiciário e defensoria pública. Ou seja, o cidadão é sempre o pagador pelas coisas executadas sem que ele pudesse pelo menos opinar.

Queria entender os motivos porque o Governo dá um aumento maior para os aposentados que ganham até 1 mil reais e bem menos, a cada ano, aos que ganham mais do que isso. Os que pagaram menos previdência social são beneficiados e aqueles que descontaram mais sobre seus salários maiores cada vez ficam com poder aquisitivo diminuído. A Constituição Federal é pisoteada e ninguém dos 'dignos representantes do Povo' no Legislativo se lembra de que o justo deveria prevalecer no nosso dia-a-dia. Ou seja, a nossa Carta Magna é Mínima...

Enfim, são ilações de um quase estressado brasileiro.

domingo, 30 de março de 2008

Como não se criar/manter um clube rotário

* Nos meus quase bem vividos tempos de associado de clube de uma grande organização não-governamental, o Rotary International, tive muitas oportunidades de trabalhar em conjunto com outros líderes para a criação e manutenção de entidades de profissionais e líderes em negócios. Confesso que na extensa lista de situações vividas e por vivenciar para o surgimento e funcionamento de um perfeito clube de serviços, surgem e surgirão fatos positivos e negativos. Isso é evidente aos olhos de quem se interessa, sem outras intenções (tais como fazer carreira na organização, mostrar-se aos companheiros e à comunidade, buscar projeção para galgar cargos públicos ou mesmo tentar se eleger com votos dos constantes crédulos em promessas eleitorais), pelo bem-estar dos cidadãos que fazem uma cidade/localidade/bairro crescer

* Digo que é mais fácil falar das coisas que não deram certo, aquelas passadas na busca de formar e funcionar um clube de serviços, contrastando com as milhares de formas e fórmulas exaustivamente difundidas pelos nossos líderes. Ensinam-nos que, para formar um novo clube de Rotary, busquemos primeiro quatro atividades distintas na localidade e se procure quem são os seus melhores e maiores líderes. Faça-se uma reunião com eles, explique-se o que é Rotary e as suas potencialidade de servir numa comunidade
Se você não fizer isso, reunir quatro líderes profissionais no início, descobre que esta será uma das coisas que não vai dar certo para o perfeito funcionamento do novo clube...

*Ensinaram-nos que, formando um novo clube com pessoas que se conhecem muito, que já têm um relacionamento pessoal ou de negócios, os caminhos para o sucesso - através do companheirismo e da amizade - apresentam boas perspectivas. Claro, quando se reúne um grupo de amigos, o companheirismo se ressalta, os planos e programas têm tudo para darem certo. Mas a tendência, na maioria das vezes, é que, quando algum desses companheiros quer ousar mais, atender aos ditames e às regras sugeridas pelas lideranças regionais e internacionais, como contribuir para a Fundação Rotária e seus internacionais objetivos de minorar as dificuldades de quem precisa, eis que começam a surgir fissuras no relacionamento grupal, contrariando aqueles que vieram ao novo clube apenas pelo companheirismo e pela amizade.
O companheirismo e a amizade são peças de comportamento fundamentais, desde que todos - todos, sem exceção - olhem além de si mesmos...

* O governador do Distrito recebe instruções na assembléia internacional principalmente para motivar os seus clubes no sentido de atender aos planos e metas de Rotary International. Cada presidente de RI têm suas ênfases, modificadas com base em óticas de crescimento e expansão dos seus planos e metas para o ano em que comandará, pelo entusiasmo, pelo carisma, pelo vislumbre de transformar a organização cada vez maior e melhor. Uma delas é manter e dar qualidade aos quadros sociais atuais, não perdendo um sócio sequer no ano. A outra é dar oportunidades de profissionais de localidades a ter uma nova entidade de prestação de serviços. Muitos dos governadores atendem essas duas metas - manutenção/qualificação e expansão - paralelamente, ou seja, tocam firmemente os dois programas. Mas, há alguns que escolhem um deles. O plano relegado a segundo plano demora várias gestões para retornar a ritmos esperados, positivos.
Se um dirigente esquece um desses dois programas de Rotary International, eis mais uma coisa que não vai certo na nossa organização...

* Mais um fato que muitos dos nossos antigos, atuais e novos dirigentes, governadores principalmente, vivenciam, sabem das situações e se mostraram, ou se mostram, impotentes de resolver: a entrada e saída de rotarianos de um ano para outro. É comum observar, com tristeza, quão expressivo é o número de novos rotarianos presentes em nossos treinamentos, em nossas assembléias e conferências. Vêm, participam, dão a sua contribuição, quando lhes dão espaços, e não retornam mais aos encontros, quando muito nem ficam mais na organização. Onde estariam os nossos erros? Seriam as longas palestras sobre deveres e obrigações dos membros, dos presidentes, diretores e responsáveis pelas áreas diretivas dos clubes? Seria pelo fato de que são sempre os mesmos a palestrar, a comandar os seminários e as forças-tarefas? Seria porque o item reconhecimento pelas coisas acontecidas inexistem e, quando existem, são apresentadas apenas como premiação e não como exemplos a serem seguidos pelos demais?
Reuniões prolongadas, palestras globalizadas ou globalizantes, temas distantes das realidades de cada clube e cada localidade afugentam os novos/recentes sócios e desestimulam sua permanência na organização...

* Vou parar por aqui, pois estou cometendo um dos pecados de comunicação bastante constantes em nosso meio rotário: textos longos, verdadeiros tratados às vezes ricos em comparações e conhecimento, são os que afugentam também qualquer cidadão, profissional principalmente, pelo tempo que tomam no seu dia-a-dia. Quando alguém envia um texto curto para nossas revistas oficiais e para-oficiais, ele é recebido de bom grado, a gente lê rapidamente e absorve seu conteúdo. Os longos exigem mais de quem quer acrescentar conhecimentos. São válidos, mas nos últimos tempos são os que mais constato. Leio-os e acompanho-os mais pelo meu hábito diário profissional.
Temos que lembrar que o tempo das pessoas para ler e aumentar o conhecimento está cada vez menor. O turbilhão de notícias que absorvemos, ou apenas ouvimos de passagem, pode ser também um dos motivos que diminui o nosso modo de servir à comunidade...

* Se você concorda com pelo menos uma dessas colocações, ouso sugerir que leve ao seu conselho diretor, ou ao seu clube, numa reunião forçada no tema, e debata qual ou quais seriam as melhores saídas para melhorarmos a nossa vocação de voluntários, dando de si antes de pensar em si...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Sueltos

Nada como retornar ao trabalho e observar que o Brasil começa a funcionar, de fato, depois do Carnaval. Algumas curiosidades que não devem ser deixadas de lado:



- A gente tem que trabalhar e pagar tributos e constata que os parlamentares brasileiros, federais principalmente, têm uma verbinha de 15 mil reais para seus gastos funcionais. Disse funcionais sem aspas? Poxa, estou sonolento, de ressaca carnavalesca... Em janeiro, tempo de recesso, nada menos que 70% dos parlamentares usaram a verbinha!!!



- Um estrangeiro, visitando o nosso amado e belíssimo país, deve ficar intrigado com as luzes e cores apresentadas pelas TVs, durante os festejos momescos (que termo ultrapassado no nosso português!). Pode pensar que nossa terrinha vive alegre pela vida que tem e que oferece aos seus satisfeitos habitantes. E até um regente de orquestra de Boston anunciou aos quatro ventos, em Davos, que as mulheres brasileiras sobem as saias e mostram tudo...

- Pois não é que a Prefeitura de Pontal do Paraná, que tem potenciais de turismo e de lazer muito expressivos, resolveu neste último ano de gestão do prefeito médico instalar em mais de quarenta pontos uns totens de concreto, na cor amarela, dando nomes aos balneários e fazendo propaganda da gestão 2005-2008. De gosto nada interessante e nem visual, informa nuns o slogan Bela e Justa (!), os totens apenas atrapalham a tal propalada beleza do município. Enquanto isso, lagoas, poluição visual e sonora e buracos nas ruas atormentam os já impacientes contribuintes...

Bem, estes são apenas alguns sueltos naturalmente justificados pelo período pós-Momo...