quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Acho que sei, mas o povo deveria saber!

Se dezenas de rodovias foram entregues para serem pedagiadas por empresas privadas, quantos veículos e quanto foi arrecadado e gasto nos últimos tempos seriam perguntas que nem eu ainda sei. Mas que o povo deveria saber, isso deveria.
- - - - - -
Se nos Ministérios dos Transportes e do Turismo houve desvios de dinheiro público, seus ministros sairam ou foram saídos, suas equipes também, o certo seria que houvesse uma divulgação dos valores roubados e seus responsáveis punidos. Mas, pelo que se vê, ex-ministros são absolvidos pelos políticos quadrilheiros, o dinheiro some, toma doril e o erário público (sim, o bolso do brasileiro) absorve. O tutu foi pelo ladrão, ops, ficou com o ladrão. E nada se sabe disso. O dinheiro era fantasma, se auto-diluiu...
- - - - - -
Todos pagamos impostos, não importa se temos emprego ou não, se somos moradores ou ocupantes de favelas, mocós ou residências de luxo. Quando temos uma certa renda mensal e anual e temos que pagar ainda o Imposto sobre a dita renda, o certo e o justo seria que abatêssemos os valores dos impostos que pagamos no feijão, arroz, água, luz, telefones, gasolina, escola dos filhos, universidades, INSS, FGTS, IPTU, ITR. Mas, duvido que todo o povo saiba que está pagando mais de 20% de imposto sobre os produtos básicos de sua sobrevivência. E os quadrilheiros da política distribuem o dinheiro público entre si, querendo a cada dia mais e mais para si.
- - - - - -
O brasileiro, normalmente, sobrevive vendo e sentindo as coisas acontecem diante de si e pouco liga. Vejam essas greves dos serviços antes vistos como essenciais: a cada período, ficam privados de enviar e receber correspondências porque os funcionários dos Correios entram em greve duas ou três vezes por ano. Contas que não chegam em sua casa e você tem que correr atrás. Precisam de atendimento hospitalar e eis que até médicos paralisam suas atividades por quererem ganhar mais, o justo pelos seus serviços. Tenho um raciocínio meio radical: duvido que esse pessoal entraria em greve se houvesse paralisação nos seus proventos. Mas, nossas leis são protetoras da leniência cada vez maior no nosso país...
- - - - - -
Nesse caminhar, imaginem quanto prejuízo é provocado quando o transporte coletivo entra em greve, quando cobradores cruzam os braços, quando a Receita Federal deixa de fiscalizar o contrabando nas fronteiras, quando os policiais (até militares) páram. Temos, mesmo, tendências cordeirísticas... Haja!

domingo, 18 de setembro de 2011

`Sueltos´ dominicais

Tentemos explicar os motivos porque muitos motoristas entram e circulam em vias de 60km por hora e, ali no meio da pista, vão a 40...
------
Quando cai uma garoa ou uma pequena chuva, ficamos intrigados poque quase todos os veículos à sua frente diminuem o ritmo, mesmo que a pista à frente esteja limpa, chamando-os a andar...
------
Se você ficar longe do noticiário, televisivo principalmente, por alguns dias, pensa que ficará por fora dos acontencimentos. Ao retornar, confirma que nada perdeu, pois a maior parte das notícias era policial e de tempo ruim tanto aqui quanto lá fora. Novidades, só ruins, as boas não dão audiência. Triste, isso.
------
Muitos puristas de linguagem estranham que repórteres pronunciem erradamente a palavra Paraná (acentuam Párana) nos noticiários. Cacoetes deles, querem inovar ou chamar atenção? Não se sabe, mas que soa mal, isso soa.
------
Na madrugada, vemos um programa novo da Globo sobre esportes. Falam de times apenas cariocas e paulistas, de outros Estados, nada. O eixo Rio-SP continua dominando, ou pensa que domina, as coisas brasileiras. Pena.
------
Amigos mandam via email denúncia de que os deputados federais arquivaram o projeto do ficha limpa e que a midia foi proibida de divulgar. Voltamos à censura? Ou continuamos censurados e quase ninguém esperneia? Todos estão felizes com as coisas como estão, pelo jeito. Passivos e felizes.
------
Você já caiu numa calçada, depois de tropeçar numa saliência ou no meio fio? A sensação é assustadora, mesmo, naqueles segundos antes de sentir o solo perto do seu rosto, de sua cara. Vivi isto nesta semana, machucando levemente o mindinho da mão esquerda...
------
Nas estradas onde existem placas de que o DNIT está implantando obras, você observa que os funcionários apenas tapam buracos, jogando uma espécie de areia preta, uma mistura de asfalto com pedriscos. E as saliências de anos existentes na BR 153, por exemplo, entre General Carmeiro e Palmas, continuam colocando em risco os veículos e as pessoas.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Gestão, co-gestão e congestão

Nada como viver num país em que ninguém se preocupa com a palavra gestão. Para resolver qualquer problema, o governo (ou seja, nós, que elegemos as pessoas que ali estão) busca aumentar os impostos. Qualquer reforma que se faça, principalmente envolvendo valores financeiros, nunca o resultado diminui os custos, sempre há aumento dos custos. Corrijam-me se por acaso estou errado. - - - - - - O famigerado IPMF, sigla de Imposto Provisório de Movimentação Financeira, acabou quando se descobriu que a grande parte do que era recolhido compulsoriamente das nossas contas bancárias era desviada para outros setores e não especificamente para atender às necessidades da saúde. Lembram disso? Pois bem. O problema estava na gestão das coisas, como fazer chegar os recursos para atender às necessidades de saúde da população. Mas o que acontecia era que os recursos eram gestionados para cobrir buracos do orçamento da União, empréstimos internacionais não pagos, juros astronômicos de contas feitas por governos principalmente para atender a interesses de grandes empreiteiras... - - - - - - Temos um emaranhado sistema de poderes: todos querem mandar e poucos obedecer. Vejamos o que acontece com nossas leis, complicadas para serem seguidas: fazemos leis e mais leis para ordenar as coisas e elas nos custam os olhos da cara. Temos representantes eleitos para executar os programas e as necessidades da população e um monte de órgãos para fiscalizar. Sabemos o que isso nos custa, os olhos da cara, sim. Quando alguém está querendo implantar alguma obra, eis que um órgão descobre que os procedimentos não estão legalizados, não são normais, não estão dentro dos preceitos normativos. E dá-lhe atraso no benefício. - - - - - Nosso país é mais estatal do que privado, temos certamente mais funcionários públicos do que particulares. Terei que pesquisar isso, mas acredito que meu chute está acertado. Se tirarmos os jovens ainda sem trabalho e a multidão de desempregados, teremos sim um país de servidores públicos. E tenho absoluta certeza de que a maioria está na área burocrática, de preenchimento de papéis e de fiscalização, poucos estão na produção. Porque, quando existe uma obra comandada por empresa estatal, a maioria absoluta de trabalhadores virá de empreiteiras do serviço público, ou seja, pessoas contratadas por empresas particulares Os chamados terceirizados. Pois os servidores públicos, mesmo aqueles de empresas da dita economia mista, estão lá, belos e perfumados, atrás de uma mesinha, computadores modernos à sua frente, `fiscalizando`..... - - - - - Creio que os nossos maiores problemas estão na gestão das coisas comuns. O sonhado sistema de co-gestão, em que todos estariam envolvidos nos problemas e nas soluções dos problemas, virou apenas uma efetiva congestão mental... E todos sofremos com isso.

domingo, 11 de setembro de 2011

Um jacu morreu no console do meu carro

Era manhã do dia 8 de agosto, eu apressado na estrada para dar uma palestra a alunos do Colégio Estadual de Faxinal da Boa Vista, em Turvo, quase divisa com Prudentópolis. Num dado momento, nas proximidades de Irati, eis que ouço um barulho enorme no lado direito do painel, com o vidro para-brisa quebrado e algo caindo no console do meu carro, perninhas se mexendo para a dianteira, cabeça para trás. E uma nuvem de penas tomando todo o interior do veículo. Um susto, uma coisa de louco, nunca tinha experimentado tal situação. O carro em movimento, até parar e dá-lhe penas para todo o lado, todo o interior do carro. - - - - - Assustado e brabo, logo que o carro foi parado, pego a ave e sem olhar bem para ela, abro o vidro da janela esquerda e atiro o aninal para o acostamento. E começo a dirigir o carro até a cidade para dar um jeito no para-brisa. Claro que as penas continuavam a circular dentro do carro, algumas saindo pelas janelas abertas. Quando chego na oficina e descrevo o que aconteceu, o mecânico me diz que eu fui batido por um jacu, uma ave um pouco maior que uma galinha que normalmente está nas estradas em busca de alimento, de milho ou soja caido das carretas. E. de fato, tive que concordar com ele, pois dificilmente uma galinha voaria de um barranco na altura da parte superior do para-brisa do carro. O jacu deveria estar no barranco e tentou voar para outro lado da estrada, desgraçadamente para ele e para mim, naquela exata hora de minha passagem por ali.... - - - - - Lamentável que a ave escolheu (se é que poderia escolher) uma forma de morrer no console do meu carro. Sinal de alguma superstição? Isso estava marcado na agenda da minha vida? Serei um predador das estradas? Muita coisa se passa pela cabeça em situações assim. Terei que me conformar com a denominação de que sou pessoa diferente: quando acontecem as coisas, elas são inusitadas. Penso que deixarei isso para os posteriores.