sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Uma cidade onde a fila por vezes não anda

Convivendo quase dez anos com situações urbanas lageanas e serranas, tenho que considerar algumas coisas de comportamento na agradável e por vezes curiosa cidade, onde a vida é curtida de modo descansado, creio eu.
No trânsito, é comum você conviver com pessoas ao volante que costumam botar a mão na buzina por qualquer situação. Contrastando com o jeito lageano, parece que esse alguém está se apressando por alguma coisa no seu dia-a-dia.

O som alto, com músicas estranhas que nada têm a ver com sonoridade audível e normal, grassa as artérias, com gente ao volante querendo aparecer, dizer que existe ou que está no pedaço.

Nas sinaleiras, ou nos sinaleiros, então, a coisa é estressante para quem quer andar normalmente. A sincronização, demorada e demasiada em algumas direções, não incomoda muito os motoristas, pois eles demoram para arrancar e, passados quatro ou cinco carros, eis que a fila estanca, não anda. E lá ficam veículos e mais veículos enfileirados à espera do novo sinal verde... Curioso que, nestas ocasiões, ninguém buzina, todos ficam ali vendo e deixando o tempo passar.

Fico curioso, também, quando presencio carros se movendo em algumas ruas a mais de 70 km por hora, entre um sinaleiro e outro. Que prazer tem esse motorista em correr tanto, tão desnecessariamente? O condutor estaria chapado ou drogado para se comportar assim, ou a adrenalina corre toda hora tão alta nas suas veias em todos os seus momentos?

Na área de prestação de serviços, a coisa fica no mesmo ritmo demorado das sinaleiras. Combina-se com o prestador de serviços uma hora para avaliar o pedido de sua necessidade, marca-se determinada hora e se fica no aguardo do ´favor´ do sujeito. Ele nem se comunica com você para dizer que não pode vir, ou para justificar alguma dificuldade de atendimento, e você fica ali na espera, muitas vezes dias e semanas. Ou, quando comparece, analisa o trabalho em vista e fica devendo um orçamento, que acaba não apresentando. Conheço muitos profissionais que almejam mudar esse paradigma.

Uma das coisas boas na cidade é o setor de estacionamento: poucas vezes você é multado e, se o for, comparece no departamento, compra como multa um talão ou dois e fica livre de autuação. Poucas cidades têm esse tipo de ação urbana. Contraste lageano para o mundo assanhado de aumentar receitas públicas.

Se é uma cidade ideal para morar? Claro que é, principalmente para aposentados ou pessoas que queiram uma vida calma, sem atropelos, respeitosa em alguns cruzamentos centrais. Mesmo enfrentando as situações descritas acima.

Se pudesse, ficaria aqui por mais tempo para não me estressar com as correrias da vida lá fora.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Vida do Malhado não é fácil, não

Vivi um inusitado momento numa madrugada de sábado de outubro, quando cheguei cansado de uma das viagens semanais ao interior. Cheguei na casa de Araucária, abri o portão, conduzi o carro até o interior e o deixei funcionando, puxando o freio de mão que não funciona como deveria. Saí do carro para fechar o portão, rapidamente, Quando voltei meus olhos para o carro, este estava descendo ladeira abaixo, davagarzinho, em direção à casinha do cachorro chamado Malhado.
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Corri atrás do veículo, que estava com a porta esquerda aberta e, dois metros antes dele bater na casinha do cachorro e nuns pés de uvarana e pau d´água, tentei pisar no freio, mas pisei apenas na embreagem, tentando segurar o carro com o ombro direito. O coitado do cachorro, acuado na corrente, perto de sua casinha, estava apavorado, não sabendo o que fazer. E eu, ali, lamentando a batida com para-choque de fibra partido...
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Agora sei porque o Malhado, quando me vê chegar com a camionete branca, no portão, corre rapidamente para sua casinha. Vida de cachorro não é fácil, mesmo.