quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Livre Pensar e Desejar


Sabem bem o que eu queria para o ano que vem?
- Não ter mais cuecas que apertem;
- Não responder a um passageiro de elevador quando pergunta se o tempo vai piorar ou melhorar;
- Usar o celular apenas quando ele consegue funcionar;
- Nunca mais ligar para o tele-atendimento de qualquer operadora;
- Desligar o noticiário quando o ministro Mantega anuncia as metas financeiras e orçamentárias;
- Não saber de qualquer detalhe de programas como BBB e Fazenda e muito menos ouvir inteligentes aportes verbais do Bial;
- Assistir a óperas clássicas que provoquem emoções por dentro e por fora;
- Não receber correspondências toda semana de Seleções ofertando prêmios milionários;
- Ter extrema paciência para ler contas telefônicas que oferecem planos, descontos e nunca diminuem o valor final;
- Usar perfume que, mesmo caro, permaneça mais tempo no corpo;
- Curtir os cantos dos pássaros da minha varanda e janela;
- Ver e curtir meus familiares, neto e netas, esposa, filhas, filho, genros e nora, não importa onde estejam, sempre com coração aberto e brilho nos olhos;
- Ver e rever os verdadeiros amigos, que são poucos mas verdadeiros;
- Tentar outros canais para acompanhar jogos de futebol, volibol, basquete e automobilismo sem a voz do Galvão;
- Não viver aventuras que exijam guinchos, mecânicos, seguradoras, clínicas e aquele clima de ter que explicar como foi;
- Servir a quem realmente precisa;
- Aumentar os círculos de amizade que permitam formar uma tribo do bem querer, do bem fazer e do bem curtir;
- Ingerir alimentos que irriguem o sangue e a mente;
- Manter coerência, justiça e ética em todos os atos, não importando as pressões materialistas que nos perseguem a toda hora;
- Conhecer as riquezas naturais do Brasil e de outros países;
- Conhecer melhor as pessoas que nos cercam;
- Ter um ano novo com saúde, mente atualizada e criativa sem ferir sentimentos dos outros e das outras.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Tempos de reconhecer e respeitar


Tenho certeza de que um pouco de indignação não é motivado pelo frio que chega valendo aqui no Sul, mas tenho que revelar e registrar um fato ocorrido no domingo, em Lages, quando minha esposa e eu estávamos tomando café num hotel tradicional, depois de uma noite de sábado e um início de madrugada especial e animado na exitosa Festa Nacional do Pinhão.
Sala de café praticamente vazia, apenas nós, mais um casal e três jovens, um deles nem tanto, a descontração e bom ambiente davam aquele aconchego que a gente gosta de ter e de curtir.
Terminada a sua refeição, eis que o trio saiu de sua mesa e se dirigiu à saída. Nesse momento, a atendente, uma senhora bastante atenciosa e prestativa, chamou um deles para lhe informar que, ao lado da sua mesa, no chão, caíra uma cédula de dez reais e que certamente deveria ser de um deles.
O mais velho, sem dizer nada, voltou até a nota, pegou-a e se dirigiu de novo à saída, não sem antes um dos jovens comentar jocosamente de que ´se fosse uma nota de cem a mulher nem avisaria!´, rindo. Todos ouviram, inclusive a funcionária.
Levamos um susto, logo demonstrando indignação pelo comportamento de um dos meninos. O casal ao nosso lado ficou visivelmente chateado e indignado também. Lívida, a funcionária nem sabia o que dizer, mas falamos com ela, e o outro casal também, tentando amenizar o ocorrido. Ela então nos disse que naquele hotel, sempre, quando se achava alguma coisa, algum pertence, logo eram encaminhados para a portaria e se tentava devolver ao hóspede esquecido. E que não importaria, naqueles instante e local, se a nota fosse de dez ou de cem, ela seria encaminhada ao verdadeiro dono, na portaria...
Diante do ocorrido, a gente fica a pensar e a imaginar que tipo de exemplo educacional, familiar e convívio possuem pessoas que circulam nas nossas andanças pelo país.
Numa terra em que só existem enganações e impunidade, parece até normal que jovens deseducados (ou, não educados) mostrem o seu jeito de ver as coisas e, no caso, não reconheçam a honestidade que deveria ser constante, permanente.
Reconhecer e respeitar são verbos pouco aplicados em nosso meio, talvez pelo aumento sem controle da população, pelas ausências paternais e maternais no dia-a-dia, na educação, no exemplo que deveriam dar aos filhos, desde crianças, ou mesmo pela precariedade cada vez maior em nosso ensino, desvalorização dos professores e principalmente pelo comportamento nada coerente e correto dos maiores líderes em nosso Brasil.
Estarei errado em afirmar que os tempos estão cada vez mais sombrios, quando se trata de analisar o mundo em que vivemos? Ou estamos esquecendo que respeito é bom e fortalece a amizade, o bom convívio, o bom viver?
Espero que os tempos do reconhecimento, do respeito e da educação sejam vividos a cada instante.

sábado, 5 de maio de 2012

O começo do fim?

Nesse mundo cada vez mais impessoal, com comunidades surgindo e tentando se manter na normalidade da vida (se é que podemos chamar assim), eis que os relacionamentos entre pessoas ficam cada vez mais difíceis.

Vejamos: vocês se lembram da última vez que alguém lhe disse por favor, por gentileza ou obrigado?
Raríssimas são as situações atualmente em que alguém é gentil com a outra pessoa. Se lhe telefonam, para talvez agilizar alguma coisa, você nem deixa tempo para o atendente lhe explicar para que veio na comunicação: você explode, não dá chance de explicações maiores e desliga, quando não xinga o profissional que tem uma tarefa e pretende ter algum resultado do contato.
Confesso, sim, que estou nessa fase da impaciência com as coisas que me cercam. Seria a idade, sim, mas minha experiência e minha idade poderiam ser mais respeitadas, com pessoas melhor preparadas para contatar consumidores, usuários de linhas telefônicas, canais de TV, bandas largas (que de largas têm pouco).
Sou da época em que o cliente sempre tinha razão. Lembram-se disso? Pois é: em qualquer contato que fazem com você, primeiro o tratam como sendo debilóide: colocam a você várias teclas para apertar, fazem mil propagandas de seus ‘produtos’ ou ‘serviços’ e você fica ali quase cinco minutos ouvindo, ouvindo até que chegue numa tecla para falar com o atendente. Quando chega nisso, depois de você explicar o que pretende, mandam você para outro ramal e lá vai vocë a explicar o que quer e o que pretende. Passaram-se mais de 10 minutos nisso.
Quando você quer mudar a portabilicidade (eita palavra bonita, hein?) e pede que o atendente lhe envie por email uma proposta, recebe a informação de que ele,  o atendente, não tem acesso a emails para se comunicar com clientes...
Somos medidos por baixo, pelo baixo conhecimento e pela baixa percepção das coisas, triste realidade dos atuais tempos. Mesmo que digam que aquele atendimentpo está sendo gravado, você acredita mesmo que algum supervisor terá ‘saco’ para ouvir a conversa que você teve com o atendente? Não terá...
Consolo-me com meus botões mentais ao decidir que somente em última situação manterei contato com os serviços de atendimento ao consumidor. Ou seja, quando estiver calmo,  quando o batimento cardíaco estiver normal, quando minhas contas estiverem em dia sem precisar falar com gerentes bancários de ‘minhas contas’, quando minha pressão arterial estiver normal e eu começar a sentir subir a adrenalina, farei um esforço para buscar atendimento online....
Nesse dia, sim, sentirei que estou começando a minha caminhada para o fim. Podemos dizer, fim da picada, no amplo sentido das coisas, da paciência, da endêmica passividade do nosso povo e do irrecuperável analfabetismo que grassa no nosso adormecido e combalido país.

Haja!




sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Nunca antes se ouviu e leu tanta asneira!

Temos que começar a dizer isso mesmo: nunca antes, neste país de berço esplêndido e deitado eternamente, se ouviu e se leu tanta asneira. Alguém usou seu tempo entre uma balada e uma curtida de férias para colocar e tirar a tal da Luiza do Canadá. Ela nem foi para lá e muito menos tem alguma qualidade que possa provocar tanto ´frisson´ virtual nos meios de comunicação. A furunfada televisiva sob lençóis alguns dizem ter sido um lance para levantar a audiência quedante do nefasto programa.
Tudo bem, tudo bem, pois nosso país tem uma faixa predominante de incultos e incautos, para não falar de analfabetos funcionais, e se abrem espaços no nosso dia-a-dia para receber esses ruídos mais ensurdecedores que os sons de carros de ´boys´ de fundo dos bairros, ou os latidos dos cães de apartamentos em condomínios ditos aprazíveis e tranquilos em nossa cidade.
Como está sendo difícil vislumbrar uma vida melhor nos meios urbanos ou nos lugares onde a TV aberta chega com suas baboseiras, programas apelativos, notícias nada importantes para acrescentar educacio ou culturalmente!
As redes sociais são interessantes, abrem-se leques de novas amizades ou reencontro de conhecidos e amigos que há muito não tínhamos notícias. As pessoas, diante dos monitores, em suas celas residenciais ou apartamentais, pagando altos tributos e taxas para permanecerem nelas, comunicam-se com o mundo inteiro e se esquecem de curtir ar puro das pradarias, ouvir sons dos pássaros em reservas que ainda existem não muito longe de seus redutos, encontrarem-se com os mais próximos, seus familiares, amigos e amigas e conversarem, olho no olho, sem precisar consumir e pagar por isso.
Quanta asneira poderíamos evitar de ver e ouvir, se deixássemos de acompanhar noticiários que abordam soluções para os endêmicos casos diários de desvio de dinheiro, nepotismos constantes, licitações fraudadas, quebras de valores e da ética, registradas e nunca punidas!
Como seria bom se a gente conseguisse deletar tudo isso, desplugar as ligações incômodas, excluir definitivamente dos nossos arquivos pessoais e mentais essas situações que nos atingem e reduzem perspectivas de uma vida cidadã, a que sempre merecemos e tivemos direito.