terça-feira, 30 de abril de 2019

ITAIPU NOS SEUS 35 ANOS

Uma pergunta que os mais novos e até os mais velhos fazem até hoje, se o movimento de 31 de março ou 1 de abril foi golpe militar ou revolução.

No final da década de 1990, eis que alguns egressos do jornal Última Hora se reuniram para confraternizar, a convite do ex-sargento Walmor Weiss, colega de trabalho na equipe comandada por Mauro Ticianelli, aproveitando a vinda de ex-líder estudantil Parimé Brasil, então completando seu mandato como suplente ou senador de um dos Estados do Norte, Acre ou Roraima, não me lembro bem.

No grupo, surgiu a ideia de fazermos um livro em que todos os que trabalharam naquela época dariam o seu depoimento pessoal e ideológico, no qual cada um explanaria, a seu ver, se foi revolução ou golpe. Milton Ivan Heller e eu ficamos de reunir os depoimentos e publicar, talvez com a ajuda do então Governador José Richa, um dos grandes líderes estudantis em tempos de outrora, liberando o parque gráfico da Imprensa Oficial do Estado.

Não deu certo no final das contas porque muitos dos profissionais já tinham falecido e uns poucos como Mussa José Assis, Adherbal Fortes Sá Jr, Geraldo Mazza, Milton, eu, Mauro, etc ainda estavam na ativa. O próprio Milton Ivan fez várias entrevistas, lembro que uma delas foi com o Mussa, que faleceu anos depois. Não chegávamos a um denominador como editar, se deixaríamos livre pensar ou com um certo direcionamento pela esquerda. Ficou no ar a ideia.

Pois a Redentora ou a Ditadura ocorreu,com o nosso pessoal se espalhando por outras redações ou ramos empresariais, como o ativo Walmor Weiss, hoje um dos expressivos empresários do Paraná e Brasil. Eu, Mauro e Sérgio Almeida passamos para os Diários Associados, Celina Luz foi a Paris e a vida continuou.

Já falei que fui funcionário da Copel durante quatro anos, de 1969 a 1973, e, ao sair do Diário do Paraná em fevereiro de 1976, retornei à empresa para trabalhar como relações públicas na superintendência regional de Cascavel, atuando em quase setenta municípios do Oeste e Sudoeste, de Palmas a Guaíra. A promessa era de que havia necessidade de um profissional experiente para atender às necessidades de comunicação e uma delas era que o principal consumidor de energia estava em Foz do Iguaçu, o canteiro de obras da usina em construção, Itaipu Binacional.

Fiz muitas viagens até ali, montamos um trabalho de preservação e promoção de imagem, da nossa empresa perante a comunidade e suas lideranças. Quando o primeiro gerador foi colocado em ação, de um total de doze, mais tarde chegando a vinte, estive na inauguração, em maio de 1984, ainda relações públicas em Cascavel, maravilhado, sim, como a maioria dos brasileiros, com a maior usina hidrelétrica do mundo, no Rio Paraná, fazendo divisa com o Paraguai. Saí de Cascavel, em fins de 1985.

Pegando o gancho acima, e não entrando por ora no mérito de serem tempos de ditadura ou revolução, faria uma colocação aos que tanto condenam o tal do regime que não foi fácil para os mais radicais daquela época e por vezes grassando nos tempos de agora: se o regime da época não fosse firme, seria possível termos hoje, trinta e cinco anos depois, essa monumental geradora de energia, pergunto.

Mais águas sobre isso poderemos acrescentar em próximos aportes.