quarta-feira, 23 de abril de 2008

Queria apenas entender...

Primeiro, jeito é não deixar abril terminar sem postar algum artigo. O de hoje pode ser visto como um desabafo de um quase estressado brasileiro, morador de Curitiba e Araucária e hoje curtindo as belezas de uma pequena cidade catarinense, Vidal Ramos, com seus 5.800 habitantes, metade na área rural.

Queria entender como é aplicada a multa pela Prefeitura de Curitiba, no seu chamado Estar. O título deve ser entendido como estar multado, estar sempre pagando taxas e mais taxas. No sistema de Curitiba, não se pode entender as taxas quando você erra no talão do estacionamento. Hoje imprimiram um talão para raspar os números, ano, dia, hora e minutos, super caro, e claro pago por nós, pobres usuários das áreas apropriadas que deveriam ter uma fiscalização contra roubos, assaltos, etc.

Pois bem: se você erra, ou deixa de raspar um dos itens dali, recebe logo uma multa. A folhinha do talão custa 1 real e você deve procurar o guardinha em qualquer esquina curitibana em cinco dias, pagando - pasmem! - 10 vezes mais o valor da folha! Se você deixar passar, eis que vem uma multinha de - continuem pasmos - 53 vezes mais! O justo e correto, nesses casos, seria apenas cobrar uma nova folha, que seria uma multa de 100%.

Queria entender a cabeça de alguns vizinhos meus, da Travessa Lange, em Curitiba, que costumam entrar em suas garagens sempre contra-mão. E, claro, ninguém do policiamento municipal de trânsito para corrigir essas pessoas que colocam em risco a sua e a vida dos outros. Ah, sim, e são mal-educadas quando você as aborda, reclamando.

Queria entender o que vai na cabeça de muitos donos de veículos com placas de Blumenau, SC, que fazem da BR 470 uma verdadeira pista de corrida, ultrapassando em faixas contínuas, entrando na sua frente como se fossem donos do mundo. Que mundo esses caras devem ter e como devem ser poderosos em suas casas, no seu dia-a-dia!

Queria entender qual o critério que pessoas (ir)responsáveis dos Governos usaram para decretar cobranças de pedágio em estradas federais que não possuem condição alguma para serem pedagiadas. Não têm pistas adicionais nas subidas e descidas, as pontes são de apenas duas pistas, os acostamentos inexistem. Continuam cobrando IPVA e outras taxas dos proprietários de veículos apenas para pagar a sua manutenção, ou seja, dos seus salários; arrumar as rodovias, oferecendo segurança aos seus mantenedores, nada...

Queria entender os motivos porque se briga tanto na questão de construção de usinas hidrelétricas em nosso país, quando se deveria lutar contra a poluição que os veículos causam nas cidades e nas estradas, usando combustível poluidor que realmente aquece o planeta. Ninguém briga contra a transnacional Petrobrás que joga combustível poluidor nos nossos narizes.

Queria entender o porque de cidadãos pagarem obras e mais obras, na maioria superfaturadas, sem que pudesse participar de audiência pública que definisse a sua necessidade. Os legislativos estão comprometidos com o Executivo e uma constante e evidente complacência do judiciário e defensoria pública. Ou seja, o cidadão é sempre o pagador pelas coisas executadas sem que ele pudesse pelo menos opinar.

Queria entender os motivos porque o Governo dá um aumento maior para os aposentados que ganham até 1 mil reais e bem menos, a cada ano, aos que ganham mais do que isso. Os que pagaram menos previdência social são beneficiados e aqueles que descontaram mais sobre seus salários maiores cada vez ficam com poder aquisitivo diminuído. A Constituição Federal é pisoteada e ninguém dos 'dignos representantes do Povo' no Legislativo se lembra de que o justo deveria prevalecer no nosso dia-a-dia. Ou seja, a nossa Carta Magna é Mínima...

Enfim, são ilações de um quase estressado brasileiro.

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