quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Os desejos ideais para 2011

Se tivéssemos uma bola de cristal e acreditássemos que ela funciona, poderíamos imaginar o que poderia acontecer no próximo ano:

- que Jáder Barbalho, enquanto comandante da Sudene, morta depois da descoberta de desvio de mais de 4 bilhões de reais e ressuscitada mais tarde por interesse dos grupos nordestinos, fosse efetivamente condenado a devolver dito valor aos cofres públicos.

- que a Lei da Ficha Limpa tenha aplicação pela Justiça e que os julgadores não procurem tergiversações inócuas jurídicas para proteger apaniguados...

- que políticos e governantes diminuam as despesas evitando contratações de cabos eleitorais para funções que desconhecem técnica e profissionalmente.

- que Câmara Federal, Senado Federal, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais deixem de contratar assessores fantasmas, prestem contas mensais dos seus gastos e seus membros atuem como verdadeiros representantes das vontades da população.

- que licitações públicas sejam efetivamente corretas para as obras públicas e se acabe com os caixas dois, três ou quatro para os governantes de plantão.

- que sejam promulgadas as leis da reforma tributária, eleitoral e judiciária com diminuição de custos para se viver no Brasil.

- que as bolsas família sejam concedidas apenas para aquelas que mandam seus filhos para a escola, com adultos escolarizados, acabando-se com o assistencialismo eleitoral.

- que as tarifas de serviço público essencal, como energia elétrica e água/saneamento, sejam de custo social, sem os aumentos acima da inflação.

- que todos sejamos honestos, paguemos justos tributos e cobremos retorno efetivo dos benefícios pelos quais pagamos.

- que os remédios sejam mais baratos e que a saúde pública funcione sem cobranças adicionais em impostos ou taxas que asfixiam o bolso popular.

- que todas as decisões tomadas pelos legisladores e executivos sejam republicanas, ou seja, atingindo todos os brasileiros, estejam onde estiverem.

- que o próximo ano novo traga alegrias e realizações a todos os brasileiros, sem banditismo, tráfico de drogas e de interesses, segurança realmente pública.

Se conseguirmos 10 por cento de tudo isso, o ano de 2011 poderá ser marcado como um ano super especial, na história do nosso Brasil.

As notícias que desejamos esquecer....

O nome do Campo Tupi, com potencial enorme de petróleo, era provisório, segundo a Petrobrás, e a partir de agora foi chamado de Campo do Lula. A dissimulação, para não dizer cara-de-pau, é tamanha que, logo após as reações de muitos de que denominar obra com nome de pessoa viva é ilegal, explicam que não, não é em homenagem ao presidente retirante do nosso combalido e desvalorizado Brasil, e sim de um molusco. E, pasmem a cara-de-pau do 'homenageado', este diz que gostou da denominação pois viu um molusco gigante, de até 17 metros, e que o dito molusco merece ser homenageado assim. Ah, me engane que pronunciados 87% de aprovadores do governo que termina devem estar gostando!...
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Em final de governo e de período Legislativo, eis que membros do Congresso resolveram aumentar os seus salários e dos membros do próximo executivo com índices astronômicos. Enquanto isso, aposentados e trabalhadores em geral pouco recebem de aumento anual, abaixo da inflação e dos índices de preços. E os 'ricos', aqueles que depositaram no INSS valores equivalentes a mais de dez salários mínimos, e ganham mais de 1 mil reais por mês, são punidos por 'falta de caixa', como se aposentadoria fosse despesa orçamentária e não retorno financeiro/pecuniário pelo aporte de 30 a 35 anos dos trabalhadores num caixa desadministrado pelos ocupantes de plantão do poder central. Enganem-nos, sim, que os cordeiros gostam...
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Famosos fichas sujas deste nosso Brasil estarão assumindo suas cadeiras no Congresso, quando fevereiro chegar, dando risada dos brasileiros que sonhavam em finalmente extirpar os maus administradores das coisas públicas.
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Todos falam da extraordinária aprovação do governo que está terminando seu mandato e se esquecem que temos mais de um trilhão de reais de dívida interna, normalmente paga com precatórios que, no mercado comum, valem menos de 50%... E que a dívida externa está lá nas alturas, mais de 260 bilhões de dólares junto ao FMI...
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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O Tempo Voa e Muita Coisa Fica à Toa

O tempo passa, o tempo voa e as coisas muitas vezes ficam à toa. Parodio uma celebrada propaganda de um banco já inexistente para levantar um tema que poucos abordam, o conhecimento necessáro para se viver, progredir, aumentar relacionamentos, melhorar individual e coletivamente, decidir melhor os destinos que todos merecem. Quantas obtusidades vemos pelos quatro cantos de nossa vida!
Vejamos: há pessoas, jovens ainda, que têm medo de sentar diante de um computador e, ali, no teclado, dedilhar alguma coisa para despertar suas curiosidades ou aumentar o seu conhecimento sobre esse monstro sobre o qual todos falam, dizem, fazem e estão usando, se comunicando, negociando, passando o tempo! Não raras vezes, num encontro, você pergunta a determinada pessoa sobre o seu email e ela lhe informa mas a gente sente que esse email não é tão usado como devia, a não ser que conte com ajuda de um neto, um filho ou um amigo ou uma amiga.
Quando você tenta comentar sobre música com algumas pessoas, jovens principalmente, fica atônito com o pouco conhecimento sobre música clássica, erudita, música popular brasileira, bossa nova, samba brasileiro ou mesmo aquelas da moda dos anos 60, 70 ou 80. A falta de interesse de ter o mínimo conhecimento sobre autores, compositores, etc. é endêmica nesse meio jovem. Dizem que isso é coisa de velho, de gente que vai morrer daqui a pouco e tudo se esquece.
Se perguntarmos sobre qual livro ou obra que costumam ler, ou que leram na sua vida de trinta, ou quarenta anos, as pessoas olharão para você como se tivesse vindo de outro planeta! Quanta ousadia perguntar isso, isso já era! É de estarrecer um país como o nosso, com quase 200 milhões de almas quase penadas, ter tão pouca leitura. Poucas tiragens para o potencial de leitores se estes tivessem o hábito de viajar pelo mundo do conhecimento.
Tenho para mim que o Brasil somente chegará a melhores posições quando não for medido apenas pelo tamanho de seu território e de suas riquezas, abaixo ou acima do solo, ou mesmo pelo seu expressivo consumismo fútil. Quando seu povo for mais interessado em ter uma real educação, hábitos coletivos com valores, olhar de futuro e não viseirado pelo que tem ou ganha no presente. Será melhor quando não se deixar levar pelos cantos populistas dos governantes que, parece, almejam alienação contínua e super interessante para não serem exigidos e cobrados como deviam.
Até quando continuaremos obtusos e alienados pelo porvir?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Como você gostaria de ser lembrado?

Se uma pessoa soubesse que iria morrer digamos daqui um ou dois anos, e tivesse até data e hora para sair dessa existência mortal, ou, como alguém diria, “desta para outra melhor”, como é que ela gostaria de ser lembrada pelos seus familiares, amigos, conhecidos?
Nas motivações de platéias, principalmente naquelas de profissionais comunicadores de palcos empurrando para o alto a nossa autoestima, ou para melhorar de relacionamento ou nos induzir a comprar alguma coisa, é comum se trabalhar nas emoções e nos impulsos orais e visuais de como gostaríamos de ser lembrados.
Esse exercício é feito por poucos, nos dias atuais. Queremos ser lembrados porque fizemos algum bem, proporcionamos alegrias e satisfação para outros, os que nos rodeiam ou rodeavam?
Quando falarem da gente, estaremos em que posição nas avaliações: éramos divertidos, humorados, praticávamos o bem para o próximo ou simplesmente ´morgamos´, ou seja, deixamos a vida passar e vivemos do jeito que deu?
Qual a verdadeira herança que deixamos para os nossos descendentes, para a nossa viúva ou nosso viúvo? Deixamos exemplos de comportamento e de vida, ou deixamos os bens que acumulamos? Quais foram esses bens?
Será que fomos verdadeiros e justos com os outros? Criamos por acaso boa vontade e melhores amizades, fizemos as coisas que realmente eram importantes para todos os interessados?
Que rastros foram deixados, espinhosos, perfumados, tortuosos, cheios de curvas impedindo visões mais distantes para os semelhantes? Ou deixamos pegadas em que todos andam com facilidade, sinais abertos para o sucesso nas suas vidas, tanto em nível familiar quanto coletivo ou profissional?
Trilhamos caminhos que buscaram harmonia entre as pessoas, fomos criativos e benéficos para todos os interessados? Teríamos na verdade feito o melhor de nós, buscando mais o bem comum ou fizemos de tudo para levantarmos bens materiais que imaginamos poder levar ao túmulo? Ou nem nos passou isso pela cabeça?
Essas inúmeras perguntas devem-se a análise sobre o comportamento humano numa terra como a nossa: muitos nascem, crescem, estudam, casam, formam famílias ou deformam e por vezes têm pouco tempo para avaliar os motivos porque vivem ou viveram.
Temos certeza de que pessoas com valores, criadas em ambientes sólidos na fé e na religiosidade, contemplando os exemplos passados como ponto importante para dar rumos melhores ao seu viver, junto aos seus e aos que conhecem e curtem como seres viventes, podem até se despreocupar de como serão lembrados. De uma forma ou várias formas, terão deixado imagens e exemplos de que valeu a pena passar desta para uma melhor.
Neste tempo de Natal, transformado em um grande consumismo, cada vez mais crescente, talvez o melhor presente que cada um pode dar a si mesmo seja fazer uma lista do último ano, do que demos e do que recebemos, porque neste comparativo teríamos ao menos um lampejo de como seremos ou gostaríamos de ser lembrados.

Valores cada vez mais distantes

O crescente aumento de atividades informais, com pessoas esquivando-se de pagar mais taxas e tributos sobre mercadorias e serviços, torna o nosso país num lugar extenso fadado a ter trabalhadores protegidos pela máquina maior, que é o Estado nos diferentes níveis, federal, estadual e municipal.
Avaliemos quantos funcionários, concursados ou não, ingressaram nos últimos quinze anos no paraíso que muitos chamam de serviço público. Segundo os grandes veículos, apenas na esfera federal adentraram mais de trezentos mil. Uma vez dentro, tenham atividades ou não, vindos por indicações partidárias ou não, eis que a classe do servidor público busca ter um emprego em que se oferecem regalias e responsabilidades, e principalmente direitos, garantindo um futuro melhor.
Se possuem sistema previdenciário adequado, isso pouco importa aos servidores; se existem condições de subirem na carreira ou mesmo acessarem níveis melhores nas funções, deixa isso para lá, o importante é que no final do mês seu ´holerite´ esteja garantido.
Analistas desse quadro, cada vez mais viciado, ficam constrangidos com a prática estatizante que observam a cada período governamental. A máquina cada vez mais onerosa, despesas aumentando e pouca coisa sendo racionalizada, diminuindo custos. Houve épocas em que ministros e governadores ficavam abismados com a burocratização do serviço público, leis até foram baixadas e com o tempo relaxadas e a sonhada desburocratização ficou apenas no papel e nos sonhos não concretizados.
Quando você precisa de algum serviço público, primeiro terá que ficar em filas e aguardando atendimento. Terá que agendar horário, pois os expedientes são móveis, principalmente quando você mais precisa. Pega senhas e aguarda tempos e horas para chegar sua vez.
Penso que, em raras exceções, o servidor público não é informado da essência de suas atribuições, que é servir, ser útil ao povo, que paga seus vencimentos através de tributos e taxas que atingem todos os produtos que consome ou serviços que recebe ou deveria receber. O seu patrão não é o governante de plantão e sim o contribuinte que está ali à sua frente, querendo atendimento às suas necessidades.
As expectativas dos brasileiros conscientes de sua cidadania é que, no serviço público, seja executivo, legislativo ou judiciário, deveria haver uma ordem unida: todos são iguais perante a lei e têm os mesmos direitos e deveres. Não importa se estão antes ou depois dos balcões de atendimento público.
As castas surgiram há tempos e continuam surgindo sem que os cidadãos saibam de seus imutáveis direitos. O Estado pode e deve ser perfeito quando seus atores e atrizes usarem valores e princípios nos níveis do patrão maior, o povo, que mantém o sistema todo.