sábado, 28 de julho de 2007

Como passar 100 dias fora de sua casa

Alguns que me conhecem sabem que sempre fui de movimentar pessoas, grupos, coisas. Pois desta feita, num projeto pessoal acalentado durante bom tempo, resolvi dar um tempo para parte de minha família que mora fora do Brasil, que vive rodando a vida pelos Estados Unidos, primeiro em Pasadena, Califórnia, depois em São Francisco e em Philadelphia, Pensilvânia. Mais tarde, em Durban, África do Sul, e agora em Pendleton, Oregon, cidade de origem da família de meu genro Sam Clark, marido de Clarissa, minha filha mais velha, e pai das netas Sophia Cristina e Paula e a partir de junho de Oliver Thomas.

Pois bem. Como minhas atividades profissionais estariam em compasso de férias, pois estamos aguardando a retomada do projeto de construção da uma usina hidrelétrica em Lages/São Joaquim e Bom Jesus, no Rio Pelotas, pela demora do licenciamentoprévio ambiental pelo Governo Federal, pedi um tempo para ficar fora do país, junto com Clarissa, marido e netos.

Como hoje estou completando exatos 100 dias aqui em Pendleton, posso tentar resumir o que fiz, vi e vivenciei nesta temporada norte-americana.

Primeiro, posso dizer que parecia difícil ficar longe de minha casa, dos meus familiares, da minha mulher Cristina, durante tanto tempo. Bom, Cristina veio para cá há um mês e está retornando comigo neste início da semana para Curitiba. Olhem, passar 100 dias fora do seu costumeiro, do seu viver em Curitiba ou em Araucária, foi até leve e especial pela oportunidade de você conviver mais de perto com as netas, com o genro e com a filha mais velha, coisa nunca acontecida em nosso convívio, desde que Clarissa saiu de casa para estudar na casa da avó e o avô, em Curitiba, quando morávamos em Cascavel.

Bom, muitas curiosidades pude vivenciar, no dia-a-dia, com os familiares daqui. Com Clarissa, pude colocar alguns assuntos em dia, embora falássemos antes quase todos os dias pelo skype ou mesmo com trocas de e-mails. Fizemos alguns trabalhos juntos e foi super agradável em tradução e transcrição.

Com minha neta Sophia Cristina, que tem 10 anos, entregamos jornais, já que ela tem 62 assinantes do jornal East Oregonian, normalmente no início da tarde e aos sábados e domingos entre 4 e 6 horas da madruga. Cristina se juntou a ela nos últimos trinta dias e faz companhia numa das duas rotas. Imaginem que uma professora universitária e doutoranda esteve entregando exemplares de jornais nas casas por aqui. E eu, de jornalista, virei newspaper's carrier, jornaleiro. Uma boa, foi legal à beça.

Com a Paula Beatrice, de 6 anos, a gente teve agradáveis lances e algumas curiosidades bem curtidas. Ela gosta de nadar de costas, está aprendendo numas aulas aqui no Parque de Natação. Ela ainda tem receio de nadar solta, então a gente a apara quando pula na piscina. Ela costuma brincar sozinha, com amiguinhos imaginários, gosta de ter tudo arrumadinho, aprecia ajudar a montar e servir mesa, faz simulações de pedidos de comida, apresenta faturas. As ciumeiras normais pela 'concorrência' do bebê Oliver, nos últimos dias, têm sido resolvidas pelos pais com tranqüilidade, avalio.

Com o genro Sam, que trabalha na Universidade de Washington, em Seattle, pude fazer alguns trabalhos de raspagens de portas e janelas, hall da entrada e pintar alguma coisa. E sempre curtindo uma boa comida, que ele faz com esmero, com temperos especiais e saborosos. Sua superorganização é de fazer inveja a qualquer um.

E a chegada de Oliver Thomas, no dia 25 de junho, quase que nascendo no dia do meu aniversário real, segundo minha mãe, dia 27 (fui registrado pelo meu avô José Gembarowski no dia 25 de julho), aumentou mais ainda a alegria e a felicidade familiares. Clarissa e Sam foram para o Hospital de Walla-Walla, quase na divisa com o Estado de Washington, para o nascimento dele. E que menino lindo que chegou! Fiquei com as meninas e as levei para o Hospital duas horas após o seu nascimento. As fotos que tiramos e já mostramos dão alguma dimensão do que foi a vinda de Oliver. Toma leite bastante, chora quando precisa ser trocado, e já cresceu e aumentou de peso. Temos ainda a curiosidade de que cor são os seus olhos. Por enquanto, um acinzentado pode chegar à cor azulada.

Ganhei uma camiseta, presente da Jenny, uma das amigas da Clarissa e mãe da Kristen, menina da idade da Paula que buscamos nas últimos semanas na sua escola e a levamos às aulas de natação, devolvendo-a à escola ou ao local onde as crianças almoçam.

Conheci muita gente, sim, vizinhos, amigos diversos de minha filha e do meu genro. Conheci pessoalmente as famílias Bill e Shirley, com a filha; Larry e Dorothy Larson; e mais Bob e sua mulher, eles que foram responsáveis por acolherem Clarissa quando ela veio para Pendleton participar do Intercâmbio Internacional de Jovens de Rotary, vinte anos atrás.

Fui algumas vezes ao Rotary Club de Pendleton, um pessoal amável e animado, tendo oportunidade de conviver com seus sócios, líderes em suas profissões. Por algumas vezes sentei com o diretor geral do jornal East Oregonian, Murdoch, e com algumas de suas diretorias executivas, também companheiras rotarianas. Recebi do clube uma linda flâmula e deverei enviar do Brasil a flâmula do meu clube, o RC de Curitiba, que nesta gestão rotária do afilhado Fábio de Souza Neto está completando 75 anos.

Meu lado culinário teve que ser melhorado, pois cheguei a fazer arroz e feijão, espetinho, bolinhos de batata. Tentei um dia inventar uma receita com ervilhas, mas - embora por educação a Clarissa tivesse elogiado - não pegou bem. Vou ter que dar uma ajeitada nos ingredientes e no tempo de preparo. Na nova churrasqueira do Sam, assamos carnes diversas e cebolas, que foram bem apreciadas em muitas oportunidades.

Fiquei responsável pelo novo ajardinamento aqui. Fiz testes, semeei diversos tipos de flores, limpei os canteiros, revirei terra, reguei tudo todos os dias, plantamos abóbora, cenoura (só na segunda tentativa funcionou), espinafre, endro e tomates, dos quais já colhemos alguns frutos. Se não ficou uma brastemp, seguramente me deu noções de como plantar flores numa região super seca, onde você tem que irrigar duas vezes por dia os canteiros para ter algum sucesso. É impressionante como os moradores daqui cuidam dos seus jardins e de suas flores. São petúnias, dálias, orquídeas e dezenas de outros tipos de flores que 'afloram' e perfumam os jardins.

Bom, que mais? Já descrevi as diferenças e as semelhanças entre costumes e jeitos brasileiros e norte-americanos. Já abordei a vida de primeiro mundo que os friends têm, embora distantes uns dos outros. Abraços e aproximações maiores, como acontecem entre brasileiros, dificilmente ocorrem. Eles, entretanto, têm uma forma própria de comunicação, mais para a impessoalidade no meu ângulo de analisar. Cada um cuida de sua vida e se importa pouco com os outros. Mas sempre há pessoas, como o vizinho Dan, que nas horas necessárias estão prontos para ajudar. E os conhecidos se ligam e ficam à disposição para eventuais emergências e necessidades.

Sim, passar 100 dias fora do seu ninho, ou longe de suas coisas e cacoetes diários, pode parecer difícil nos primeiros momentos. Mas é super especial você poder se dar quase três meses para a família e curtir por várias vezes a culinária da Cristina, que veio em fins de junho e que fez pierogis e outros pratos aqui que mataram as saudades. E deixou um estoque montado para o pessoal daqui.

Voltaremos ao nosso reduto na próxima semana, claro que sempre com a sensação de que a vida é bela, se a gente puder e souber curtir.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

O céu existe, mas sabemos disso?

Mesmo que você não tenha alguma religião ou mesmo não tenha fé, ou não acredite nisso, deve imaginar como seria o céu. O céu, exemplo, para todos os brasileiros, quando passarem desta para melhor.

Já no popular, a frase ressoa facilmente no nosso raciocínio: quando morrermos, ou seja, quando passarmos para melhor, esse melhor deve ser algo muito bom, diferente do que temos vivido. Deve ser o céu ou estaria eu errado em dizer assim?

Se você não tivesse que pagar a prestação cada vez mais elevada, com juros que não se entende e com estalecimento de taxas e mais taxas diferenciadas, para ter uma casa própria, sonho acalentado por muitos das classes média e remendada, você estaria vivendo no céu.

Você estaria no céu, sim, se não tivesse de lutar para manter a sua família com míseros salários-mínimos, com o governo penalizando quem trabalha e quem produz e fazendo doações de cestas e de benefícios que incentivam o desemprego, o não produzir.

Estaríamos no céu se não tivéssemos que enfrentar a luta pela nossa manutenção mensal, tendo que pagar impostos cada vez maiores e não retornáveis para benefício comum e sim para manter uma máquina estatal, que só consome, nada produz.

O céu existiria para todos se 10% dos preceitos constitucionais fossem cumpridos em nosso país; teríamos uma justiça mais rápida e mais justa, teríamos segurança mais segura, contaríamos com remédios eficientes, teríamos menos doenças se apenas a água que tomamos fosse melhor tratada.

Sim, o céu existiria antes de morrermos se ficássemos atentos na hora de definir nossas leis, através dos representantes que elegemos periodicamente. Se tivéssemos uma população mais culta, mais esclarecida e que as notícias que lhe chegarem fossem sempre as mais verdadeiras, aa mais sensatas e as mais corretas, estaríamos experimentando desde já as benesses do sonhado e falado céu.

Por último, um desafio: em sã consciência, com o que você está fazendo e vivendo pela sua família, pela sua vizinhança, pela sua cidade, pelo seu Estado e pelo seu Brasil, você acha que mereceria o céu? Eu, de minha parte, acho que posso me candidatar mas tenho muita coisa ainda por fazer para merecer uma inscrição de estar ou viver no céu...

Por enquanto, penso que o céu é o limite, mas tenho que me esforçar muito para chegar lá.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Notas vão e vêm

O Presidente Bush anunciou, através de um assessor, um novo plano de saúde para que a população andasse mais a pé. O plano anunciado foi elevar o preço da gasolina nos USA a 3 dólares o galão. Ou seja, o super preço da gasolina nos Estados Unidos chega a US$ 0,90 o litro, o equivalente no Brasil a R$ 1,80. Vocês estão concordado comigo que países como o Brasil subsidiam, valendo, a gasolina dos nossos friends...

Nos Estados Unidos, em 2004, o tesouro emitiu 122 milhões de dólares em notas de 2 dólares. Pois parece que a população gostou, pois seu governo, tendo o guerreador (não guerreiro, de jeito algum) Bush como responsável, emitiu em 2006 nada menos que 230 milhões de dólares em notas de 2. E a gente não encontra essas notas aqui nos Estados Unidos com facilidade.

Um ônibus de turistas polonesas caiu num rio da Françaa, tendo morrido 26 passageiras. De imediato, preocupado com a repercussão do acidente e com a dor dos familiares, o presidente polonês Kaczynski se deslocou até o local para dar socorro às vítimas. E telefonou aos familiares, dando a infausta notícia e informando sobre o apoio do seu governo. Enquanto isso, no Brasil, morrem 200 num acidente aéreo em que setores do Governo foram responsáveis e o nosso grande presidente nem deu o ar de sua graça. Para não levar apupos, desistiu de viajar ao Sul para entregar verbas e rumou ao seu Nordeste...

Falando em poloneses: vocês sabiam que existe apenas um tradutor credenciado no Paraná para documentos que exijam trabalhos oficiais junto ao Governo polonês e vice-versa? Pois é. O segundo tradutor, mais antigo e mais competente em língua polonesa e portuguesa, jornalista e Padre, chamado Jorge Morkis, como delegado polonês do Brasil numa entidade latino-americana de polônicos, assinou documento de protesto sobre alguma atitude do Governo de Kaczynski. Pois não é que ele foi descredenciado pelo Governo polonês! E quem precisa agora de tradução juramentada sofre para achar o único credenciado e ainda assim o próprio Consulado tem que ajudar para que o documento tenha a veracidade necessária. Não seria bom abrir concurso para novos candidatos?

Como é diferente o comportamento das crianças nos supermercados aqui nos USA! Não correm nos corredores, não brincam de carrinho, não gritam e, o que é mais interessante, não há mães chamando em voz alta os seus filhos pelo ambiente... Enquanto isso, em nosso querido Brasil....

domingo, 22 de julho de 2007

Crescer, manter ou apenas sobreviver?

Alguns amigos até fizeram chegar a mim uma dedução, de que meu blog seria majoritamente sobre assuntos de Rotary, organização ao qual pertenço desde novembro de 1979. Pois a idéia não tinha sido aventada nesse sentido, por mim, pois queria fazer o que venho fazendo, historiando coisas, estoriando idem, fornecendo algumas notícias. E, claro, temas de e para rotarianos são muito bons, ainda mais que a organização é uma das poucas que se mantém intata em termos de cumprimentos éticos e morais, sempre construindo um futuro melhor para as comunidades mundiais necessitadas.

Assim, neste domingo, coloco um assunto para rotarianos, almejando que sirva para alguns líderes que estão chegando e outros chegados antes mas que poderiam acompanhar um pouco meu raciocínio sobre admitir sócios, manter os atuais ou criar novos clubes, temas bastante controversos em alguns meios rotários. Vaí lá:

Compartilhadores de Rotary!

Todo ano, sempre entre um PETS e o início da divulgação dos planos dos novos Governadores distritais, tenho observado que há constantemente uma dificuldade de ação e visão sobre o crescimento em Rotary. E olhem que tenho visitado diversos Distritos, visto muitas cartas mensais e anotado com certa tristeza que as metas sobre criação de novos clubes e aumento real do quadro social não são atingidas e muito menos justificadas.

Uns Governadores, parece-nos, assumem os desalentos do passado e tentam por vezes justificar os planos que não foram alcançados na área. Outros jogam a culpa nos líderes escolhidos que não atuaram e nem fizeram esforços para entender as mensagens de desenvolvimento do quadro social pretendidos anualmente por RI. Outros mais, a maioria segundo meu entendimento, fazem o que acontece nos seus próprios clubes: há planos e metas, divulga-se um pouco o que se pretende fazer na hora da posse, mencionam-se os nomes dos responsáveis pela programação toda e se fica nisso.

Claro que há clubes quase perfeitos nos seus programas anuais, mas eles são poucos. Os governadores, antes de suas conferências, têm alguma dificuldade para enumerar os sucessos obtidos pelos clubes, para fazerem reconhecimentos nos seus eventos principais. E, vem ano, vai ano, praticamente são os mesmos clubes, aqueles bem organizados, conhecedores dos regulamentos e das potencialidades de Rotary junto às comunidades, que disputam as premiações distritais.

Não tenho os números do aumento real de associados em Rotary, no Brasil, na gestão passada, mas tomei conhecimento de que 49 novos clubes foram admitidos em Rotary International no ano 2006-2007. Seguramente, esses quase mil novos nomes (considerando que em média cada novo clube tem 20 sócios - a lista inicial é de 25, mas nas primeiras semanas a média diminui, infelizmente) devem ter pesado bastante no balanço final do desenvolvimento do quadro social.

O que gostaria de dizer, se é que me é permitido depois de ter sido governador há dez anos, é que se no Distrito o novo Governador não estabelecer metas reais e plausíveis para o desenvolvimento do quadro social e para a expansão/criação de novos clubes, na mesma vontade de agir, sem traumas e sem assumir desalentos/frustrações do passado nessas duas áreas, teremos que amargar balanços negativos a cada ano.

Tenho, sim, meu pedaço de culpa nisso tudo, naquilo que me concerne como líder rotariano. Queria apenas deixar esse alerta aos novos governadores e suas equipes de trabalho.

No mais, compartilhemos Rotary, admitindo sócios qualificados em suas profissões, mantendo os atuais encantados com o rotarismo e fundando novos clubes, novos núcleos do servir para líderes que ainda não estão cerrando forças conosco, pela comunidade.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

As invejáveis/invejadas diferenças

1.
Tive oportunidade de acompanhar a colheita de trigo em seis mil acres, aqui em Pendleton, Oregon, USA, de propriedade de um amigo de minha filha Clarissa, o Bob, e pude ver uma invejável diferença na tecnologia e nos acessos aos locais da plantação. Maquinários super confortáveis e ágeis e os acessos todos asfaltados às propriedades. O que temos nós, no Paraná principalmente, em termos de rodovias que o Governo chama de vicinais, sem acostamentos e cheias de curvas, aqui elas ligam uma propriedade à outra.

2.
Calçadas nas ruas de cidades tanto pequenas como grandes. Uma descomunal diferença. O piso é antiderrapante mesmo, usam material adequado, cimento, areia em quantidades adequadas para que não partam. A cada esquina, há recortes para que os cadeirantes possam descer e subir nas e das calçadas. Enquanto isso, em nossa cidade mais próxima, as coisas mais lastimáveis ocorrem ou, melhor, não ocorrem as soluções para quem ainda vota, ainda tem influência na hora das eleições. Nossas principais autoridades fingem que sabem e que delegam, mas querem é que os idosos e os cadeirantes se lixem. Na acepção dupla da palavra.

3.
E os materiais recicláveis, então!? Aqui nos Estados Unidos, pelo menos na cidade onde fico mais tempo, o cidadão paga para que o Município, a cidade, recolham o material, tanto papelão, vidros, plásticos, etc. Quando você leva jornais e papéis em geral para serem picotados, há um pagamento se não atingir determinado peso. Caso o volume e o peso sejam maiores, você nada paga pela responsabilidade que se delega à autoridade.

4.
O fazendeiro é acusado pelos que não conhecem o sistema americano de receber subsídios do Governo para plantar, ou, cultivar a terra. Ledo engano: enquanto o americano tem incentivos apenas para aquisição de maquinário e eventualmente algum benefício no pagamento de imposto de renda, para comprar veículos para seu trabalho e sua atividade, ele apenas pode plantar uma vez ao ano e não há como fazer seguro da produção agrícola. Deu problema, ele arca com tudo. Enquanto isso, no Brasil, vocês conhecem quanto apoio o agricultor recebe! Só se for integrante do MST, na verdade, este recebe todo incentivo de como não produzir a terra.

5.
Sinaleiros nas ruas, eis outra grande diferença. Aqui a coisa aperta quando algum motorista atropela ou mesmo ameaça atropelar uma pessoa, ou apressa para que ele desimpeça a rua. Todos se cuidam. Poucos sinaleiros existem, dando-se preferência sempre para o pedestre. E, onde não há sinaleiro, existem quatro placas de STOP. Ou seja, tem preferência quem tenha chegado antes e daí pode seguir. Claro, depois de qualquer pedestre passar.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Onde você se encontra? (I)

1. Você descobriu que em sua casa um ou ambos os membros do casal não podem/querem procriar, por vários motivos, de saúde, convicção ou decisão pessoal. Mas soube por alguns amigos que muitas crianças de países diversos, como a China, Índia, algum país africano ou sul-americano, precisam e querem ser adotadas. Você decidiria fazer inseminação artificial ou pr cirurgia ou resolveria buscar uma ou mais crianças para adotar?

2. Sua convicção religiosa não permite que alguém provoque aborto, você já tem cinco filhos próprios; mas, pela sua vivência e pela sua exemplar atitude religiosa, se coloca à disposição para adotar uma criança quando sabe que algum casal, jovem e sem recursos, estaria querendo praticar o aborto. Onde você se colocaria nesse quadro?

terça-feira, 17 de julho de 2007

Tenhamos fé

Como acontece nos jornais e revistas, nem todo anúncio representa a vontade do editor. Assim acontece neste blog, pois aceitamos incluir anúncios em função de acordo comercial com a Google.

Como todo ser pensante, tenho meu lado religioso e não faço propaganda dele. Mas considero que professar uma religião, não interessa de que tendência bíblica for, é ser útil para o semelhante. É ser útil para si mesmo e para sua família. Sem se fanatizar, claro.

Quantas e quantas comunidades são carentes de uma direção religiosa!? Conheço muitas. E as que possuem algum tipo de atividade religiosa, na maioria das vezes observei que elas têm uma vida melhor, são mais solidárias, mais humanas, mais gente.

Passei diversos momentos na vida e sempre acreditei que Deus me ajudou e continua me ajudando. E acho que crer, ter fé em Deus, em Cristo, ameniza muitos dos sofrimentos pelos quais uma pessoa passa, ou tem que enfrentar.

Assim, quando vocês acompanharem este blog e verificarem que há até propaganda para que interessados sejam pastores, não estranhem. Embora eu seja de outra igreja, vejo no anúncio algo bom para as pessoas que aceitem trabalham a fé dos seus semelhantes.

Tenha fé, caro irmão.

Quando se vaia um presidente

Quando o presidente Lula vai a um estádio para abrir os Jogos Pan-Americanos e leva uma vaia de vários minutos, os costumeiros aduladores tentam dizer que isso foi uma coisa orquestrada, um plano da oposição para constranger e uma coisa que até ou principalmente Nelson Rodrigues explica, que no Maracanã até minuto de silêncio leva vaia. Ninguém leu direito a cartilha da vontade popular: quando não está gostando de alguma coisa, vaia.

E provavelmente o povo estava vaiando a figura do responsável pelo governo que tem atualmente, omisso, corrupto, conivente com falcatruas, incentivador de movimentos sociais desastrosos para o meio ambiente e pouco patriótico perante as demais nações, sul-americanas principalmente.

Tomara que tenhamos no futuro presidentes que não temam as demonstrações puras da população.

Procura-se um estadista paranaense

Quando lemos e tentamos acompanhar os acontecimentos em nossa cidade, nosso Estado ou em nosso Brasil, dirigimos os nossos pensamentos para épocas outras em que havia personalidades conhecidas por todos e colocadas na posição de estadistas. Ou seja, pessoas que iam além de seus limites ou posições pessoais quando se tratava de coisa e causa públicas.

Claro está que minha memória vai falhar com respeito a alguns nomes, mas se pusermos nossa lembrança a funcionar um pouco vamos encontrar líderes paranaenses como Bento Munhoz da Rocha Netto, Pedro Viriato Parigot de Souza, Francisco Accioly Filho, Ney Aminthas de Barros Braga, José Richa, Othon Maeder, entre outros, que seguramente poderiam figurar como estadistas brasileiros.

Das personalidades ainda vivas, ouso mencionar alguns nomes que poderiam figurar como verdadeiros estadistas atuais, embora estejam presos, acuados e inutizados dentro do caótico sistema político-partidiário, manipulado pelo poder econômico: Euclides Scalco, Osmar Serraglio, Rubens Bueno, Alceni Guerra, Gustavo Fruet. Tenho esperanças de que eles, e mais alguns outros, possam entrar na galeria de estadistas que o Paraná merece ter, se conseguirem sair das amarras partidárias em que se encontram.

Não estranhem que não incluí os senadores atuais, os últimos governadores, alguns prefeitos de cidades maiores ou menores na minha lista; calculo que eles tiveram inúmeras oportunidades de serem vistos como estadistas mas resolveram tratar dos seus sonhos apenas pessoais, poucas vezes em nome da comunidade paranaense. Infelizmente.

No resto, nossa esperança é de que possamos um dia, não muito distante, espero, descobrir que temos, finalmente, gente nos honrando e se situando como estadista...

sábado, 14 de julho de 2007

Incêndios, Biodiesel, o Bem ou o Mal

1. Mais de 90 mil acres no Noroeste dos Estados Unidos, apenas no Estado do Oregon, foram afetados por incêndios. Com isso, muito de sua produção foi afetado, implicando em aumento de importações de produtos agrícolas.

2. O Estado do Oregon está entusiasmado com seu projeto de produzir em breve 84 milhões de galões de biodiesel.

3. O filme de Harry Potter, que tanto movimentou a juventude mundial nesta semana, está sendo visto como fraco pela crítica norte-americana, que parece refletir o atual momento mundial, o da dúvida. Se faz ou não faz, se usa ou não os amigos, se se decide por qual rumo tomar, pelo bem ou pelo mal.

A dureza da primeira pessoa

Confesso que tive muitas dificuldades, e isso durou alguns anos, para me condicionar a usar a primeira pessoa quando escrevia qualquer tipo de texto jornalístico. Você imagina sair do seu costume, do seu jeito, quando durante mais de 10 anos usava nos textos apenas a terceira pessoa? Pois foi assim.

No início da atividade jornalística, na redação da 'Última Hora', nosso manual de redação orientava que os textos deveriam sempre ser impessoais, nada de comentários na notícia e muito menos o uso da primeira pessoa. A não ser que fosse coluna social, então comandada pela saudosa amiga Celina Luz e pelo não menos saudoso Nelsinho Faria.

No UH, minha coluna era chamada 'Fala o Povo", tendo substituído um grande amigo, inclusive de moradia, Sérgio Almeida (ele, Mauro e Dutra me deixavam morar no seu apartamento do Edifício Asa), claro que a primeira pessoa não era usada. Quando passamos, Mauro Ticianelli, Celina Luz e eu, para o jornal 'Diário do Paraná', ainda em 1964, depois de fechado o jornal UH, minha coluna continuava usando a terceira pessoa, com o nome 'O Povo Reclama'. Mais tarde, assumindo a coluna 'Ciranda dos Clubes', o tratamento na terceira pessoa continuou.

Mesmo quando assumi o lugar de Eddy Antonio Franciosi, tanto na coordenação do Concurso Miss Paraná quanto na coluna social do 'Diário do Paraná', dei continuidade ao padrão, sempre na terceira pessoa.

E estava bem assim até que assumi a Assessoria de Relações Públicas da Copel em Cascavel e, ao mesmo tempo, a coluna social do jornal 'O Paraná', em meados de 1976. Começou meu drama interior de usar a primeira pessoa, até pelo costume dali, em coluna social. Acho que cheguei a me acostumar com isso uns três anos depois. Sempre achei que era um tanto pretensioso vocë usar a primeira pessoa nos textos. E tinha meus motivos: a simplicidade na comunicação deveria ser a mais impessoal possível, ela se apresentaria ao leitor mais suavemente sem uma postura pessoal, sem uma posição, sem um direcionamento, sem impor nada a ninguém.

Bom, continuo achando que redigir qualquer assunto, com conteúdo, na terceira pessoa, ainda seria uma boa. Você se compromete menos, não opina, não chama processos e desmentidos e permite que o seu leitor decida em que posição está, se está a favor ou contra, se aquele conteúdo acrescenta ou não no seu conhecimento, se a função jornalística foi ou está sendo bem exercida.

Tenho alguns autores que são mestres no tema. Prometo, um dia, mencionar seus nomes.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Isso não nos pertence mais!

Lembram daquele quadro da TV em que a atriz fala que "isso não lhe pertence mais", dirigindo-se aos que ainda se consideravam ricos, privilegiados com as coisas? Pois poderemos ir nesse diapasão e usar a mesma expressão para:

1. VIAJAR DE AVIÃO - antes, bastava você comprar uma passagem, um pacote e, mala em punho ou no carrinho, puff, lá ia você sem problemas curtir umas férias por onde queria. Isso não nos pertence mais, somos hoje vistos e tratados como gado, com dinheiro claro, para não viajar no horário, não ser bem atendido, não ter a quem reclamar muito menos à Justiça e não ter governo que respeite ou defenda o cidadão.


2. PEQUENAS CAUSAS - foram criadas varas especiais para as chamadas pequenas causas, de até certo valor, evitando assim que os Tribunais acumulassem processos de importâncias menores. Pois bem: hoje, as audiências levam meses e meses para serem marcadas, são remarcadas para seis a oito meses quando uma das pares não comparece e, pasmem, somem processos atualmente quando os envolvidos são grandes corporações, bancos, etc!!!! Justiça ágil não nos pertence mais...

(continuaremos, sim, nos próximos dias)

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Então, tá (I)

1. O pessoal que coordena os Jogos Pan-Americanos, no Rio, encontra-se com um problema: antes mesmo de começarem, já terminou o estoque de camisinhas que foram distribuídas aos atletas. A pergunta é uma só: para se exercitarem e se prepararem para as competições, o sexo é um dos quesitos de treinamento? Então, tá.

2. Numa visível cumplicidade (!) existente entre o presidente da Assembléia Legislativa do Paraná, Nelson Justus, e o líder da bancada do Governo no Legislativo, Luiz Cláudio Romanelli, este queria saber quanto tempo duraria o depoimento do ex-procurador do Estado Sérgio Botto de Lacerda. A resposta do 'amigo' Justus: "o tempo que durar". Então, tá.

3. De repente surgem notícias sobre diversas ONGs, sob os mais variados títulos, envolvidas em situações de irregularidades. Essas irregularidades, claro, estão no dinheiro recebido e não aplicado, sem prestações de contas, apropriações indébitas, contas bancárias físicas envolvidas. A maioria aquinhoada com recursos da União, parece, a fundo perdido. O Banco Central, e os órgãos fiscalizadores disso tudo, informam que têm dificuldades em esclarecer isso, mesmo possuindo potentes sistemas eletrônicos que podem levantar de modo instantâneo dados dos repasses recebidos e redistribuídos. Então, tá.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Nem tudo são flores cheirosas

1. Acabaram de descobrir esquemas escabrosos na Petrobrás, a maior empresa dita brasileira (embora a composição acionária apenas permite que o Brasil designe diretorias, as decisões são tomadas por um corpo acionário que detém mais de 65% das ações), com empresas terceirizadas e quarterizadas (ou seria cartelizadas?) tendo acesso a detalhes de licitações, informações privilegiadas, etc. Há quem analise desde já que muita coisa vai ser posta debaixo do tapete, até que tudo esfrie, e a imprensa maldita pare de atasanar os que estão no poder.

2. O governo venezuelano vai comprar títulos da Bolívia, sim, repassar dinheiro, para que a Bolívia pague a Petrobrás a título de indenização pelos equipamentos que a empresa dita brasileira deixe ali, para que os dois, Evo e Chavez, se divirtam com a passividade do governo brasileiro. E nós, aqui embaixo, pagaremos os prejuízos, como sempre, pois o dinheiro perdido é cobrado no combustível que temos que usar por aqui... Para que anualmente os 65% dos acionistas da Petrobrás tenham bilhões de lucro.

3. Lá como cá, a passividade e a falta de educação são as mesmas. No cinema local, de Pendeton, Oregon, USA, houve na madrugada desta quarta-feira o lançamento do último filme do Harry Potter. Muita gente, que ficou mais de oito horas na fila, à espera da abertura da bilheteria, teve que enfrentar um grupo de adultos mal-educados, com alguns jovens idem, que simplesmente quinze minutos antes da abertura invadiu o local e furou a fila. De nada adiantaram reclamações e outras medidas, eles furaram a fila e pronto. Não é só no Brasil que isso acontece.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

E se fossem abertas algumas caixas-pretas?

Cá para nós, e se no Brasil fossem abertas algumas verdadeiras "caixas-pretas"? Aconteceria alguma coisa boa ou apenas teríamos que manter, claro que a custos mais econômicos, todos os envolvidos nas prisões. Afinal, presos eles não onerariam tanto o país, deduzimos, a não ser que os presos fossem do time do Marcola. Vejamos:

1. E se tirassem as imunidades do Ibrahim Abi-Akel, reapareceriam os diamantes e outras pedras apreendidas em flagrante quando ele era ministro poderoso da nossa Justiça?

2. E se todos os ex-ministros da Previdência Social do Brasil, digamos, os dos últimos trinta anos, fossem chamados para revelar o que aconteceu com as arrecadações específicas previdenciárias e nos dizerem quais e quantas leis exdrúxulas foram aplicadas para diferenciarem pensões e aposentadorias das áreas privadas e oficiais? Estaria resolvido o nosso problema do chamado falido sistema previdenciário brasileiro?

3. E se os fundos de pensões do nosso Estado e do nosso país revelassem assinaturas, datas e maiores dados de ordens emanadas de gabinetes vários para que comprassem títulos evidentemente pré-podres antes das eleições recentes, digamos, as três últimas? Os seus balanços certamente apresentariam maiores rentabilidades...

4. E se alguém realmente interessado em aclarear falcatruas em nosso país reabrisse todas as operações do antigo DNER, digamos dos últimos trinta anos? Teríamos talvez de volta tanto dinheiro que daria para implantar sistemas de transporte ferroviário perfeito, com trens-bala ligando o país inteiro. Um chute meu, mas não estaria longe da realidade.

5. E se alguém pedisse que os diários oficiais divulgassem realmente todos os títulos emitidos pelos Governos dos Estados, que levaram a denominação de precatórios, para responsabilizar quem os emitiu e quem prevaricou nos cargos e nas funções exercidas?

6. E se os bancos oficiais publicassem suas normas internas que estabelecem juros menores para seus funcionários, sistemas habitacionais subsidiados que afrontam leis e regulamentos estabelecidos para os cidadãos comuns, os maiores contribuintes e mantenedores do poder público?

sábado, 7 de julho de 2007

Os e-emails são pródigos, sim (I)

Veja quanta coisa inútil e útil você consegue receber através de sua caixa postal, através do seu e-mail. Eu tenho um certo filtro que automaticamente manda para a lixeira aquilo que chamam de spam e uma série de outras coisas eu deleto e pronto. Tenho me deliciado, e rido também, claro, com as ações de reações de meus colegas internetados comigo. Vejamos:


1. O Pina Ribeiro, de saudosas maravilhosas ocorrências tanto nos campos jornalísticos e de TV quanto nos círculos rotarianos atuais, me envia uma questão semântica do mês: qual a diferença entre solução e dissolução? Resposta: colocar UM político num tanque de ácido, é uma dissolução. Colocar TODOS os políticos é uma solução.


2. Quando envio mensagens e alguns arquivos, mesmo pesados, para o meu companheiro ex-governador de Rotary, Algacyr Morgenstern, ele responde que leu e gostou, e a querida Dalilla também. Mas, no final de uma série de análise sobre a vida, valores e tais que uma pessoa poderia ou deveria cultivar agora e no futuro, ele diz que prefiro, no final, seguir os preceitos de Rotary International, acho que na Prova Quádrupla que usamos, para buscar a verdade, ser justo para todos os interessados, criar boa vontade e melhores amizades e se o que estamos fazendo é benéficos para todos.

3. Num português sempre castiço e bem postado em tudo que faz e comunica, Maria Tereza, uma grande amiga desde os tempos da querida e apoquentada Cascavel, costuma entrar neste blog, ou mesmo enviar lindas mensagens sobre família, amigos, gente e política. Do rol dos listados por mim, ela é uma mutante na essência, provocante por excelência na postura verbal e gramatical e instigante no senso e na intelectualidade.

4. Rubens Cerqueira Couto, viajante e lajeante, pois foi uma companhia perfeita nas viagens que fizemos durante mais de dois anos a Lajes, Santa Catarina, por força de trabalho meu e dele por lá, costuma inspirar com mensagens de cunho político, humano e de atualização profissional. Há um círculo bom com ele, pois acoplamos nos contatos gente especial da empresa pela qual se aposentou, a Eletrosul. A rede é elétrica por ali, muitas vezes em alta tensão...

5. Não poderiam faltar os atleticanos na lista, para nos tirar os maiores sarros quando meu Coritiba consegue perder para alguns adversários bisonhos (aliás, está sendo isso uma constante). Normalmente, o Júnior envia charges da Tribuna, o Marquinhos manda apimentadas frases sobre. Bom, sempre benvindas as suas brincadeiras, que nos melhoram o humor nas manhãs de segundas, principalmente.

6. E há também a Eliza Galantier, advogada, mãe e esposa, de São Paulo, conhecida pela Internet, cujas mensagens são picantes principalmente diante do que está fazendo contra o Brasil o atual partido do Presidente. Nos últimos meses um tanto sumida, mas seguramente deve estar se concentrando para retorno triunfal nos e-mails.

(vamos continuar, sim, nesse tema dos e-mails pródigos de amizade)

Novidades e arriscadas comparações

1. Claro que muito do capital norte-americamo já se encontra na China há um bom tempo, mas de 2002 para cá nada menos que 89 bilhões de dólares foram usados para importar produtos et badulaques daquele país. Esta é uma das notícias desta semana aqui nos Estados Unidos, que revela também que um carro pequeno, super econômico, produzido pela Chrysler na China, chamado Chery, está para entrar valendo no mercado americano.

2. O déficit comercial dos americanos com a China é nada menos de 233 bilhões de dólares, registrado no último ano. Revelam que as exportações americanas para a China atingiram a cifra de US$ 55 bilhões, enquanto que suas importações de lá exigiram pagamentos de US$ 233 bilhões. Ou seja, de cada 1 dólar enviado em bens e produtos para a os chineses, de lá vêm 5 dólares em coisas e mais coisas. Claro que há gente muito irritada com o Governo Bush também na sua balança comercial.

3. Essa nossa mania de dar nomes de pessoas às ruas parece que é proveniente de alguns países europeus, mas não da Inglaterra ou dos Estados Unidos. Não seria mais fácil para nós darmos números às artérias citadinas, é uma pergunta, como ocorre em quase todas as cidades americanas ou inglesas. Para cada região, Norte, Sul, Leste e Oeste, as ruas vão sendo primeira, segunda, terceira. É fácil se localizar. Mas, isso pode ser cultura diferenciada trazida das áreas ibéricas...

4. Há uma lei em Curitiba, de autoria do ex-vereador Arlindo Ribas de Oliveira, que obriga que nas placas que denominam logradouros públicos (entenda-se aqui ruas, avenidas, praças, travessas, etc.) haja acréscimo da profissão ou atividade do homenageado. Mas, como muita coisa na cidade, essas coisas são ou foram esquecidas. A idéia do então vereador era de que a cidade tivesse uma identidade mais humana, mais histórica, homenageando a sua gente.

5. Imaginemos como ficaria caótica a situação do trânsito em Curitiba ou qualquer outra cidade brasileira se em cada sinal Pare os carros realmente parassem, como ocorre nas esquinas das ruas americanas! Mas, não, nós preferimos mesmo milhares de sinaleiros na cidade, castigando o cidadão que compra carro para seu vai-e-vem, paga os maiores tributos do mundo para isso e consome combustível ao preço praticado nos chamados países do primeiro mundo (não se sabe de que mundo, mas vamos usar uma velha expressão que denominaria paises com PIB maior).

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Só alegria na presidência

Nós, latinos, temos uma visível e risível tendência de, quando assumimos a presidência de alguma entidade, alguma associação, acharmos que temos o poder, tudo podemos fazer e que ninguém vai nos tirar dos caminhos que desejamos, que traçamos.
Se estiver errado, quero que me corrijam nesse raciocínio.
Quantas pessoas já assumiram presidência de clubes, sociedades e foram verdadeiros desastres em termos de manutenção, desenvolvimento ou mesmo cumprir simplesmente a tabela, ou seja, fazer o que o mandato ou a gestão pediam. Presidir a entidade, dar a ela seqüência em sua vida e em suas atividades, com base na vontade daqueles que a mantinham.
Já vi presidente que simplesmente esqueceu de ler o estatuto e o regimento da sua entidade, nunca fazendo assembléia, prestação de contas. Foi um desastre: ele mesmo resolveu ser presidente, secretário, tesoureiro e executivo, ignorando que na sua diretoria os cargos estavam ocupados e exercidos pelos eleitos. Foi um desastre total: o próprio conselho diretor deu as contas a ele, pediu que renunciasse.
Já tive que conviver com presidente que mantinha seus negócios particulares patrocinados pela entidade que presidia, telefones, escritórios, móveis, etc, tudo era patrocinado pelo caixa, pelos recursos que os contribuintes, na confiança, depositavam periodicamente para manutenção das atividades e investimentos em melhorias. Desastre que fez a entidade perder valiosíssimo patrimônio.
E os presidentes que se mantém no cargo ad eternum, esses estão aí aos montes, com recursos não se sabe de onde e de quem, mas sempre aparecendo nos círculos políticos principalmente em seu país ou internacionalmente, provocando verdadeiro "frisson" nos detentores de poderes com base de votos. Conheço um deles que parecia estar esperando nosso convite para criarmos uma entidade sul-americana que representasse as vontades dos descendentes de poloneses perante o mundo. Pois a entidade não tem renda, só gastos e uma pessoa só, ele, o presidente, manda e desmanda, sem contribuições das entidades filiadas ou recursos. Os planos são somente dele, as ações idem, os eventos são para a mídia eventualmente registrar e as festas normalmente são por ele patrocinadas. Impossível ver numa entidade assim qualquer tipo de representatividade.
Bom, o que eu queria dizer, e de certa forma, abominar, é a passividade de muitos diante de presidências desastradas, ocupadas por pessoas sem qualquer liderança, sem qualquer auto-crítica. Dizem que cada povo merece a presidência que tem, ou, cada sócio tem uma diretoria que merece.
Posso estar errado, mas acho que as escolas e universidades deveriam trabalhar os talentos das pessoas direcionados para participar da coletividade em prol dessa mesma coletividade. Dar um jeito de, formal e até abusivamente, ensinar o que é empatia, o que é estar no lugar do outro, o que é sentir as coisas pela ótica, pelo sentimento e pelo coração do semelhante.
Pois, esse nosso jeito latino de presidir as coisas pode nos levar a mais desastres em termos comuns. Não existem imperadores mais por aqui, reis, barões, duques e príncipes muito menos,
o que precisamos é acabar com a idéia de que ser presidente é ter o poder total sobre as coisas, sobre as pessoas e sobre os seus liderados.
Com certa bagagem no ramo, posso afirmar que obterá total sucesso aquele presidente se ele apenas cumprir o seu papel, o de fazer cumprir a vontade da maioria dos seus sócios, dos cidadãos. O restante das coisas é só alegria, pelo dever cumprido.

domingo, 1 de julho de 2007

Nós, analfabetos digitais e virtuais

Considere-se uma pessoa privilegiada se, por acaso, você não se sentir excluído em conversas com pessoal mais jovem quando o assunto gira em torno de internet, computador, softwares, aplicativos, e-mails, web, etc. Esse isolamento pode não ser tão evidente se essas pessoas jovens do seu contato têm um certo discernimento, alguma relação mais próxima com você.

Eu, antes de me aposentar (fato acontecido em 91), ali pelos fins da década de 1980, olhava para alguns micro-computadores instalados numa só sala da então Assessoria de Relações Públicas da Copel como uns bichos de sete cabeças, uns monstros imaginários que - pensava - nunca entrariam na minha vida. Ainda mais quando estivesse aposentado, usufruindo das anunciadas benesses de um descanso dito merecido por ter trabalhado mais de 32 anos.

Pois um pouco antes de decidir me aposentar, tive que tomar contato direto com a computação gráfica, mercê de ter assumido, como mais dois sócios, o jornal chamado LUD (O Povo), que estava com dificuldades de se manter e continuar circulando em vista de seus custos de produção, pois era feito ainda com linotipagem.

Pois bem, com meus dois sócios e mais meu filho Cassiano, então com 14-15 anos, e com ajuda de um pessoal especializado da Copel, montamos um projeto em que o jornal saiu da linotipo e passou diretamente para a computação gráfica. E foi uma grande viagem. Primeiro, para imprimirmos em off-set, tínhamos que compor em linotipo os textos em ambas as línguas, português e polonês, tirávamos uma prova em papel branco e levávamos para o fotolitagem. E dali para a impressora, normalmente contratada na praça de Curitiba.

Mas, com o projeto de computação gráfica, o problema seria ter um programa que compusesse no idioma polonês. Descobrimos que em Chicago, o jornal diário polonês dali estava mudando seu sistema para a computação eletrônica. Fomos lá, eu e meu sócio Paulo, e trouxemos o programa WordPerfect. Cassiano, lendo o manual, soube como criar as letras polonesas em DOS e passamos a fazer o past-up a partir das tiras compostas pelo programa. Claro, tínhamos que aprender tudo para modernizar o jornal.

Podemos dizer que o LUD, que só perdia em idade para a Gazeta do Povo em alguns meses, nessa época, 1989 a 91, passou a ter custos menores e se tornou um veículo bastante atraente para a comunidade e para os leitores eventuais que apreciavam e apreciam a cultura polonesa e polônica.

Tivemos verdadeiras peripécias para eletronicar esse jornal: saímos da linotipo e do past-up para o windows. Trouxe eu de Varsóvia, em 1991, o windows polonês, com nosso pessoal tendo que sair e entrar nos sistemas quando fosse editar textos nas duas línguas. Continuamos usando o WordPerfect e entramos na montagem de páginas com o programa Ventura, usado pelos principais jornais na época. Depois, com a evolução eletrônica, isso menos de 15 anos atrás, usamos e abusamos dos novos sistemas, pois as composições pelo windows permitiam compatibilizações de idiomas. O PageMaker, então, foi uma coisa extraordinária pela facilidade gráfica que nos permitia fazer o jornal semanal em poucas horas.

Enfim, quando levanto algumas passagens vividas no campo gráfico, com o aprendizado forçado da chamada cibernética (que termo mais ultrapassado!) para assimilar uma nova forma de atividade, e esta foi bastante curiosa que devemos abordar mais qualquer dia destes, chego a me divertir quando alguns mais jovens comentam assuntos da informática dando-nos a impressão de que somente eles conhecem o tema...