terça-feira, 13 de abril de 2010

Estamos preparados?

Uma pergunta que nos vem constantemente, nos últimos tempos: estamos preparados para desastres naturais ou provocados por alguém ou por alguma coisa? A primeira resposta, talvez a única insofismável, é... não estamos preparados.
-
Vejamos: quando se quer construir legalmente uma residência ou erguer qualquer tipo de obra, vamos à Municipalidade e, ali, um monte de exigências é feita e temos que cumprir. Ou seja: quem está autorizando a construção deve estar preparado para isso. Mas, estará preparado mesmo para isso?
-
Você é um pagador de taxas e de impostos mil e sabe que, para ter alguma coisa oficial, deve cumprir com as exigências legais. Mas, e o povão que invade áreas, ergue barracos em qualquer lugar e ainda por cima recebe de imediato água encanada e luz e até iluminação pública? Pagaram alguma taxa para a PM ou para algum órgão público de água e saneamento ou de fornecimento de energia? Ganham até o poste interno e não se duvida se até os fios, tomadas, etc.
-
Temos administrações públicas, municipais, estaduais e federais que seguem o que foi projetado e muitas vezes comprometido financeiramente pelas gestões anteriores? Houve em algum momento ação de continuidade? Nada, nada, nada, tudo o que foi da administração passada não presta, deixam de lado e na maioria das vezes abandonam obras, ficam ao relento e são saqueadas por populares. Está na cabeça do povão que tudo que foi abandonado, derrubado, caído pertence ao povo, ele saqueia sem dó nem piedade. Algum de vocês viu o que acontece com uma carga derrubada, caída na estrada? Como formigas, povão aparece e vai levando, tendo no pensamento que o que está na rua abandonado é de todos... Não incursiono, aqui, sobre o verdadeiro significado do ´slogan´ do atual governo federal, Brasil de Todos...
-
Alguém se preocupou com a construção de meios-fio nas estradas que não fossem cortantes? Da para ver que o mestre de obras nem estava aí quando obrigou os seus trabalhadores a concretar meios-fio sem abaular a parte superior deles. Se você encostar o seu pneu ali, um desastre, corta o dito e você camela com várias centenas de reais.
-
Sou a favor de que as coisas públicas devam ser tratadas por profissionais, lembrando que ser político não é, e nunca foi, função ou categoria profissional de carteira. A CLT ainda não criou essa profissão, embora muitos, milhares, quando entram na política pensam que passaram a ser profissionais do ramo. No mínimo seriam representantes das vontades e necessidades dos eleitores. No mínimo.
-
Acho que não estamos preparados para eleger ninguém, pois em quem votamos depositamos esperanças e estas acabam no exato momento em que o fulano, ou a fulana, iniciam suas atividades. Pouquíssimos têm consciência de que são apenas nossos representantes e não representantes de interesses seus e de suas famílias.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Saudades daqueles tempos

Com mais de trinta anos na organização, tive uma provocação recentemente em Lages, durante jantar com colegas ex-governadores sobre motivos porque continuo em Rotary. De pronto, relatei alguma coisa mentalizada nos últimos tempos e acrescento um pouco mais neste artigo:

- Tenho saudade dos tempos em que recebia atenções de companheiros de determinado clube no momento em que adentrava ao recinto. Eram os rotarianos componentes da comissão de recepção e companheirismo. Chegava, era saudado e recebido com palavras amáveis e, depois de fornecer meu nome, levado a um lugar de preferência entre companheiros da minha profissão, ou próximas.

- Tenho saudade dos tempos em que fazíamos visitas domiciliares a companheiros que estavam faltando, pouco participando dos programas do clube ou mesmo desenvolvendo mais uma ação de motivação rotária entre os membros do quadro social.

- Saudades eu tenho daqueles tempos em que os coordenadores de assembléias distritais ou mesmo e principalmente Conferências Distritais emitiam cartas a determinados clubes e pediam que estes escolhessem um companheiro para elaborar e apresentar uma palestra sobre determinados temas antecipadamente determinados.

- Tenho muitas saudades daquelas reuniões que ocorriam no tempo adequado, nem mais e nem menos de 60 minutos, com refeições no meio.

- Diante de tantas preocupações com manutenção e aumento do quadro social, tenho saudades de ações de certos clubes que atualizavam e distribuíam aos seus sócios a lista de classificações, mostrando as vagas que poderiam ser preenchidas a cada mandato de conselhos diretores. Lembranças de esquemas de escolher nomes e convidar para falar no clube sobre suas atividades e, depois de uma análise e eleição, sem avisar antes da campanha admissional, ingressar os profissionais de forma solene e especial.

- Face a tantas colocações dos tempos que não voltam mais, ou que podem apenas ser lembrados pelos mais antigos rotarianos, fiquei imaginando quanta culpa ou quantas ações que vivi e compartilhei estariam sendo esquecidas para impulsionarem a que permaneça na organização.

- Se estamos de forma constante orientando e sugerindo soluções para a vivência e sobrevivência de muitos clubes, com os novos líderes que surgem e que ficam nas reuniões, penso que algumas novidades implantadas por conselhos diretores tiram no momento aquilo que foi bom no passado. Coisas do passado já eram.

- Fico com saudades daqueles maravilhosos líderes que acompanham a minha vida rotária, incentivando, mostrando os caminhos, tolerando meus impulsos, fazendo com que as ações profissionais, dentro e fora do recinto do trabalho, conjugassem a Prova Quádrupla.

- Esqueço as incompreensões, as formas desorientadas com que algum programa ou algum projeto foram apresentados e rechaçados apenas pelo fato de terem sido apresentados por mim ou por algum companheiro cuja liderança estava super motivada.

- Continuo em Rotary porque o caminhar das pessoas privilegiadas como eu serve para me autodeterminar, conhecer o meu interior e meus potenciais em poder atuar sem outro interesse a não ser servir.

- Permaneço em Rotary principal e finalmente porque sei de minhas possibilidades de conviver com o semelhante, abraçar causas que diminuam as diferenças, mostrar que meus exemplos (quero-os sempre positivos) possam servir a quem busca um espaço no mundo cada vez mais distante, cheio de conflitos de interesses nada ou pouco coletivos.

- Continuo firme em Rotary porque posso dar de mim antes de pensar em mim.