sexta-feira, 2 de abril de 2010

Saudades daqueles tempos

Com mais de trinta anos na organização, tive uma provocação recentemente em Lages, durante jantar com colegas ex-governadores sobre motivos porque continuo em Rotary. De pronto, relatei alguma coisa mentalizada nos últimos tempos e acrescento um pouco mais neste artigo:

- Tenho saudade dos tempos em que recebia atenções de companheiros de determinado clube no momento em que adentrava ao recinto. Eram os rotarianos componentes da comissão de recepção e companheirismo. Chegava, era saudado e recebido com palavras amáveis e, depois de fornecer meu nome, levado a um lugar de preferência entre companheiros da minha profissão, ou próximas.

- Tenho saudade dos tempos em que fazíamos visitas domiciliares a companheiros que estavam faltando, pouco participando dos programas do clube ou mesmo desenvolvendo mais uma ação de motivação rotária entre os membros do quadro social.

- Saudades eu tenho daqueles tempos em que os coordenadores de assembléias distritais ou mesmo e principalmente Conferências Distritais emitiam cartas a determinados clubes e pediam que estes escolhessem um companheiro para elaborar e apresentar uma palestra sobre determinados temas antecipadamente determinados.

- Tenho muitas saudades daquelas reuniões que ocorriam no tempo adequado, nem mais e nem menos de 60 minutos, com refeições no meio.

- Diante de tantas preocupações com manutenção e aumento do quadro social, tenho saudades de ações de certos clubes que atualizavam e distribuíam aos seus sócios a lista de classificações, mostrando as vagas que poderiam ser preenchidas a cada mandato de conselhos diretores. Lembranças de esquemas de escolher nomes e convidar para falar no clube sobre suas atividades e, depois de uma análise e eleição, sem avisar antes da campanha admissional, ingressar os profissionais de forma solene e especial.

- Face a tantas colocações dos tempos que não voltam mais, ou que podem apenas ser lembrados pelos mais antigos rotarianos, fiquei imaginando quanta culpa ou quantas ações que vivi e compartilhei estariam sendo esquecidas para impulsionarem a que permaneça na organização.

- Se estamos de forma constante orientando e sugerindo soluções para a vivência e sobrevivência de muitos clubes, com os novos líderes que surgem e que ficam nas reuniões, penso que algumas novidades implantadas por conselhos diretores tiram no momento aquilo que foi bom no passado. Coisas do passado já eram.

- Fico com saudades daqueles maravilhosos líderes que acompanham a minha vida rotária, incentivando, mostrando os caminhos, tolerando meus impulsos, fazendo com que as ações profissionais, dentro e fora do recinto do trabalho, conjugassem a Prova Quádrupla.

- Esqueço as incompreensões, as formas desorientadas com que algum programa ou algum projeto foram apresentados e rechaçados apenas pelo fato de terem sido apresentados por mim ou por algum companheiro cuja liderança estava super motivada.

- Continuo em Rotary porque o caminhar das pessoas privilegiadas como eu serve para me autodeterminar, conhecer o meu interior e meus potenciais em poder atuar sem outro interesse a não ser servir.

- Permaneço em Rotary principal e finalmente porque sei de minhas possibilidades de conviver com o semelhante, abraçar causas que diminuam as diferenças, mostrar que meus exemplos (quero-os sempre positivos) possam servir a quem busca um espaço no mundo cada vez mais distante, cheio de conflitos de interesses nada ou pouco coletivos.

- Continuo firme em Rotary porque posso dar de mim antes de pensar em mim.

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