quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Quando os engodos assolam a vida nacional

Tenho para mim que vivemos num país debaixo de engodos. Quando o governo anuncia tolerância zero para combater a corrupção, não se observa apoio algum dos políticos que exercem cargos representativos, todos se amoitam, se escondem, não há uma declaração sequer nos noticiários, nos sites deles, nos blogs, no facebook, no inovador tweeter, que muitos usam e abusam. Nas defesas, como visto nesta semana a partir do ministro do Trabalho, chega-se a debochar de quem o nomeou e a quem deve obediência, com bravatas sonoras diante de microfones e câmeras. Todo o dinheiro roubado, desviado, 'dado' para ONGs acopladas ao sistema de benesses governamentais ou partidárias, não volta aos cofres da nação adormecida em berço esplêndido...

O engodo do nosso combustível varonil: pagamos quase 3 reais por litro de gasolina mista quando a estatal privatizada em gabinetes nacionais vende gasolina sem mistura para a combalida Argentina por 65 centavos e, lá, nossos hermanos pagam o equivalente a 1 real por litro. Os motores dos seus carros, se usarem a nossa gasolina, pifam em seguida. E aqui, se usarmos gasolina pura, nossos veículos pifam também por não estarem preparados para isso, para usar gasolina limpa.

Se você estiver num coquetel qualquer, saborear um chocolate com licor, e, na volta para sua casa, tiver a infelicidade de se envolver num acidente de trânsito, ou for abordado por um guarda de trânsito, esteja certo que vai se submeter a mais um engodo: vão lhe condenar até 10 anos. Os 'congressistas' preocupam-se com coisas amenas; quem beber além da conta deve ser responsabilizado pelos seus atos, deve pagar pela infração, mesmo que as leis existentes devam ser aplicadas e cumpridas, que os executores das penalidades se comportem lenientes, complacentes, empurrando com a barriga decisões que imponham respeito aos direitos e deveres dos cidadãos.

Soltar fumaça em ambientes abertos, e até em praça pública, é coisa de criminoso, muitos protestam, reclamam, mas usam carros que poluem, permitem que empresas queimem resíduos e larguem mau cheiro em todos os cantos. Se realmente o fumo é prejudicial à saúde, como se proclama por aí, iniba-se a produção e o plantio, fechem as fábricas de cigarros ou aumentem seus impostos mais ainda para acabar de vez com o tal problema da fumaça. Mas, como deixar de recolher bilhões de impostos anualmente para que um gabinete presidencial possa gastar 20% do orçamento sem justificar destinos? Melhor continuar com o engodo.

Muitas enganações poderíamos ainda registrar para justificar nossas constantes perplexidades, sem soluções para um viver justo, respeitoso, adequado. Mas, tudo vai para debaixo dos tapetes nas salas de quem tem o poder, concursados, nomeados, designados ou simplesmente abrigados nas dezenas de partidos políticos...

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