sábado, 5 de maio de 2012

O começo do fim?

Nesse mundo cada vez mais impessoal, com comunidades surgindo e tentando se manter na normalidade da vida (se é que podemos chamar assim), eis que os relacionamentos entre pessoas ficam cada vez mais difíceis.

Vejamos: vocês se lembram da última vez que alguém lhe disse por favor, por gentileza ou obrigado?
Raríssimas são as situações atualmente em que alguém é gentil com a outra pessoa. Se lhe telefonam, para talvez agilizar alguma coisa, você nem deixa tempo para o atendente lhe explicar para que veio na comunicação: você explode, não dá chance de explicações maiores e desliga, quando não xinga o profissional que tem uma tarefa e pretende ter algum resultado do contato.
Confesso, sim, que estou nessa fase da impaciência com as coisas que me cercam. Seria a idade, sim, mas minha experiência e minha idade poderiam ser mais respeitadas, com pessoas melhor preparadas para contatar consumidores, usuários de linhas telefônicas, canais de TV, bandas largas (que de largas têm pouco).
Sou da época em que o cliente sempre tinha razão. Lembram-se disso? Pois é: em qualquer contato que fazem com você, primeiro o tratam como sendo debilóide: colocam a você várias teclas para apertar, fazem mil propagandas de seus ‘produtos’ ou ‘serviços’ e você fica ali quase cinco minutos ouvindo, ouvindo até que chegue numa tecla para falar com o atendente. Quando chega nisso, depois de você explicar o que pretende, mandam você para outro ramal e lá vai vocë a explicar o que quer e o que pretende. Passaram-se mais de 10 minutos nisso.
Quando você quer mudar a portabilicidade (eita palavra bonita, hein?) e pede que o atendente lhe envie por email uma proposta, recebe a informação de que ele,  o atendente, não tem acesso a emails para se comunicar com clientes...
Somos medidos por baixo, pelo baixo conhecimento e pela baixa percepção das coisas, triste realidade dos atuais tempos. Mesmo que digam que aquele atendimentpo está sendo gravado, você acredita mesmo que algum supervisor terá ‘saco’ para ouvir a conversa que você teve com o atendente? Não terá...
Consolo-me com meus botões mentais ao decidir que somente em última situação manterei contato com os serviços de atendimento ao consumidor. Ou seja, quando estiver calmo,  quando o batimento cardíaco estiver normal, quando minhas contas estiverem em dia sem precisar falar com gerentes bancários de ‘minhas contas’, quando minha pressão arterial estiver normal e eu começar a sentir subir a adrenalina, farei um esforço para buscar atendimento online....
Nesse dia, sim, sentirei que estou começando a minha caminhada para o fim. Podemos dizer, fim da picada, no amplo sentido das coisas, da paciência, da endêmica passividade do nosso povo e do irrecuperável analfabetismo que grassa no nosso adormecido e combalido país.

Haja!




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