quinta-feira, 10 de junho de 2010

Raciocínios desbotando...

Tenho ouvido, quando em viagem,o programa ' Voz do Brasil' e confesso que minha curiosidade e meu raciocínio devem estar desbotando. Pode ser que o corporativismo é fruto do jeito do brasileiro de ver e usar as coisas chamadas de públicas. Entendo, e receio não estar errado, que o povo, o público, ao delegar a seus co-irmãos alguma representação nos poderes executivo, legislativo e judiciário (aqui não se delega, ele existe por decisão de tabelas, escolhas indiretas) deveria merecer um tratamento digno dessa ação. Ou seja, quem está exercendo alguma atividade em seu nome teria que respeitar os seus delegadores. Mas a coisa não é bem assim, como podemos raciocinar nas seguintes palavras.
-----
Posso entender que um deputado federal apresenta um requerimento para registrar os cumprimentos da Casa de Leis pelo aniversário de um pastor de sua clientela eleitoral? Pois isso aconteceu na última segunda-feira! Para isso que o cara foi eleito deputado federal?
-----
Quase metade dos nossos políticos (´representantes do povo´)está envolvida em processos no Judiciário, em todos os seus níveis. As decisões ocorrem quando um deles, ou vários, incomodam currais de seus adversários que, coincidentemente, estão nos diversos escalões do poder. Quando se observa o seu comportamento sobre o projeto de lei sancionado sobre Ficha Limpa, dá para entender que muitos dos atuais ´representantes´querem que a coisa seja validada para a PRÓXIMA eleição! A honestidade, a probidade, os valores éticos e o comportamento ilibado precisariam ser aplicados por decreto lei? Mas, não temos uma Constituição, onde todos esses quesitos estão a dizer que o cidadão brasileiro deve ser cidadão brasileiro? Ou essas coisas são apenas coisas de papel, para não serem respeitadas? E que papel aceita tudo... Cria-se uma lei em cima da lei maior e, pasmemos juntos, o Judiciário, que não é eleito pelo povo, decide se aplica nesta ou noutra eleição. Indagamos finalmente: não seria melhor acabar com o Legislativo e ficar apenas com o Judicário? Talvez o custo continuasse crescendo, sem clareza pública nos volumes de dinheiro que opera, mas que seria uma economia inicial, isso seria.
-----
E que dizer de uma Casa de Leis, como a nossa Assembléia Legislativa, no Paraná, em que mais de 40 deputados acobertam os diários secretos de várias gestões e não prestam contas de seus atos à população que os colocou ali?! Deixam que a raposa administre o galinheiro. Não tiram dos cargos os que administram e escondem a sua própria craca.
-----
Confesso, sim, em plena consciência, que meus raciocínios estão desbotando. Até quando, até quando?

Nenhum comentário: