terça-feira, 13 de setembro de 2011

Gestão, co-gestão e congestão

Nada como viver num país em que ninguém se preocupa com a palavra gestão. Para resolver qualquer problema, o governo (ou seja, nós, que elegemos as pessoas que ali estão) busca aumentar os impostos. Qualquer reforma que se faça, principalmente envolvendo valores financeiros, nunca o resultado diminui os custos, sempre há aumento dos custos. Corrijam-me se por acaso estou errado. - - - - - - O famigerado IPMF, sigla de Imposto Provisório de Movimentação Financeira, acabou quando se descobriu que a grande parte do que era recolhido compulsoriamente das nossas contas bancárias era desviada para outros setores e não especificamente para atender às necessidades da saúde. Lembram disso? Pois bem. O problema estava na gestão das coisas, como fazer chegar os recursos para atender às necessidades de saúde da população. Mas o que acontecia era que os recursos eram gestionados para cobrir buracos do orçamento da União, empréstimos internacionais não pagos, juros astronômicos de contas feitas por governos principalmente para atender a interesses de grandes empreiteiras... - - - - - - Temos um emaranhado sistema de poderes: todos querem mandar e poucos obedecer. Vejamos o que acontece com nossas leis, complicadas para serem seguidas: fazemos leis e mais leis para ordenar as coisas e elas nos custam os olhos da cara. Temos representantes eleitos para executar os programas e as necessidades da população e um monte de órgãos para fiscalizar. Sabemos o que isso nos custa, os olhos da cara, sim. Quando alguém está querendo implantar alguma obra, eis que um órgão descobre que os procedimentos não estão legalizados, não são normais, não estão dentro dos preceitos normativos. E dá-lhe atraso no benefício. - - - - - Nosso país é mais estatal do que privado, temos certamente mais funcionários públicos do que particulares. Terei que pesquisar isso, mas acredito que meu chute está acertado. Se tirarmos os jovens ainda sem trabalho e a multidão de desempregados, teremos sim um país de servidores públicos. E tenho absoluta certeza de que a maioria está na área burocrática, de preenchimento de papéis e de fiscalização, poucos estão na produção. Porque, quando existe uma obra comandada por empresa estatal, a maioria absoluta de trabalhadores virá de empreiteiras do serviço público, ou seja, pessoas contratadas por empresas particulares Os chamados terceirizados. Pois os servidores públicos, mesmo aqueles de empresas da dita economia mista, estão lá, belos e perfumados, atrás de uma mesinha, computadores modernos à sua frente, `fiscalizando`..... - - - - - Creio que os nossos maiores problemas estão na gestão das coisas comuns. O sonhado sistema de co-gestão, em que todos estariam envolvidos nos problemas e nas soluções dos problemas, virou apenas uma efetiva congestão mental... E todos sofremos com isso.

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