domingo, 11 de setembro de 2011

Um jacu morreu no console do meu carro

Era manhã do dia 8 de agosto, eu apressado na estrada para dar uma palestra a alunos do Colégio Estadual de Faxinal da Boa Vista, em Turvo, quase divisa com Prudentópolis. Num dado momento, nas proximidades de Irati, eis que ouço um barulho enorme no lado direito do painel, com o vidro para-brisa quebrado e algo caindo no console do meu carro, perninhas se mexendo para a dianteira, cabeça para trás. E uma nuvem de penas tomando todo o interior do veículo. Um susto, uma coisa de louco, nunca tinha experimentado tal situação. O carro em movimento, até parar e dá-lhe penas para todo o lado, todo o interior do carro. - - - - - Assustado e brabo, logo que o carro foi parado, pego a ave e sem olhar bem para ela, abro o vidro da janela esquerda e atiro o aninal para o acostamento. E começo a dirigir o carro até a cidade para dar um jeito no para-brisa. Claro que as penas continuavam a circular dentro do carro, algumas saindo pelas janelas abertas. Quando chego na oficina e descrevo o que aconteceu, o mecânico me diz que eu fui batido por um jacu, uma ave um pouco maior que uma galinha que normalmente está nas estradas em busca de alimento, de milho ou soja caido das carretas. E. de fato, tive que concordar com ele, pois dificilmente uma galinha voaria de um barranco na altura da parte superior do para-brisa do carro. O jacu deveria estar no barranco e tentou voar para outro lado da estrada, desgraçadamente para ele e para mim, naquela exata hora de minha passagem por ali.... - - - - - Lamentável que a ave escolheu (se é que poderia escolher) uma forma de morrer no console do meu carro. Sinal de alguma superstição? Isso estava marcado na agenda da minha vida? Serei um predador das estradas? Muita coisa se passa pela cabeça em situações assim. Terei que me conformar com a denominação de que sou pessoa diferente: quando acontecem as coisas, elas são inusitadas. Penso que deixarei isso para os posteriores.

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