quarta-feira, 15 de agosto de 2007

De volta ao Brasil

Que diferença e que saudade, na verdade, voltar ao ninho, depois de passar mais de cem dias fora do seu dia-a-dia, com Sol, ventanias, verdes totais em volta, flores, amigos e conhecidos. Claro que estive com eles, muitas vezes, mas de forma virtual. O olho-no-olho continua sendo momento especial a cada encontro.

Todos vocês sabem, pelas minhas anteriores descrições, que a minha viagem para ficar um tempo fora com familiares que víamos esporadicamente de forma física foi extraordinária em termos paternais. Vivendo e convivendo com Clarissa, Sam, as meninas Sophia Cristina e Paula Beatrice, e mais com a chegada do primeiro neto homem Oliver Thomas, pude dar uma continuidade nos laços indissolúveis familiares, trocando experiências, conhecendo novas pessoas e novos lugares e ao mesmo tempo, como disse, dando um maravilhoso tempo na vida. Tem preço isso tudo? Evidente que não.

De volta, eis que reencontro com alegria a netinha Stella, já nos seus três anos completos, cheios de vida e de descobertas, falando com um papagaio; a nora preferida (pois é a única que tenho) Déborah Regina depois de mais de oito meses longe, já que está com Cassiano na Inglaterra; a sogra Lódia com sua vontade férrea de viver o mais longe possível, mesmo com suas dores e suas dificuldades de idade; a filha Alessandra e o genro Carlos Augusto, ambos cada vez mais revitalizados nas atividades profissionais, ela no HSBC e ele na empresa da Audi; e, claro, a esposa Cristina Luiza, que esteve conosco durante um mês nos USA e que, no seu retorno, ficou retida em Atlanta por questões de overbooking durante um dia. Com Cristina a gente conseguiu curtir bons momentos junto a Clarissa, genro e netos, ela sempre atribulada com sua função de coordenadora de pesquisa e extensão na Faculdade Curitiba, que agora virou um Centro Universitário.

Com os problemas de aeroportos e de aviões, claro que estávamos preocupados com nosso retorno. Eu, já em Seatle, Washington, fiquei mais de duas horas esperando sair para Los Angeles, tendo que trocar de aeronave da Alaska Airlines. Vejam que ali, qualquer probleminha eventualmente detectado, logo trocam de aeronave e evitam correr riscos. Responsabilidade total. Corri um pouco com as malas repletas de coisas e, em Los Angeles, eis que um funcionário da Lan Peru me propõe ficar mais um dia, abrir meu lugar porque - sussurou-me - a empresa estava com overbooking também. Não aceitei e embarquei para o Brasil, já saindo de LA com atraso de mais de uma hora. Em Lima, nova correria para embarcar em outra aeronave. Mas deu certo. Cheguei em Guarulhos e nunca tido visto tanta gente se batendo pelos saguões e corredores. Pronto, pensei, cheguei ao meu costumeiro rincão, cheio de problemas. Estava no Brasil...

No desembarque, esqueci de trazer o papel para o Ministério da Agricultura e fui levado à revista na alfândega. Não me lembrava o que Cristina colocou nas malonas, sabendo apenas que numa delas estava uma batedeira especial, que pesava mais de 11 kg, encomendada pela Alessandra, da cor verde coritibana. Ao passar pelo detector, uma das funcionárias já falou que ela não acreditava que estava trazendo uma batedeira, depois de uma viagem pelo exterior. Disse que se seu marido viajasse e trouxesse uma batedeira, ela bateria nele. De modo descontraído, ela não quis que eu abrisse para lhe mostrar, mas queria dar uma olhada no laptop que viu na minha mala de mão. Era um novo que Clarissa me comprou, mas estava empoeirado. Um outro funcionário deu uma rápida olhada e constatou que era um laptop usado. Deixou passar, sem problemas. Ou seja: a batedeira me salvou de pagar um adicional sobre 260 dólares além da cota pessoal permitida. Numa boa, lá fui eu feliz para minha terra, pela TAM, em Guarulhos, que foi super atenciosa e permitiu que eu trouxesse as malas com mais de 60 kg.

Já Cristina, que deveria estar comigo no Afonso Pena no início de terça-feira, dia 31, teve que pernoitar em Atlanta com série de problemas no seu vaucher da Delta, que não era aceito pelos hotéis e restaurantes da cidade. A Delta parece que está caindo das pernas por ali. Voltou no dia seguinte com malas todas, sendo despachada sem dificuldades e sem verificações. É que uma verdadeira multidão de brasileiros estava voltando de Miami e, claro, repleta de potenciais compras a serem tarifadas pela alfândega...

Nos primeiros dias, dirigir nas ruas de Curitiba foi uma lentidão total para mim. Um cuidado redobrado principalmente pelos motoqueiros que tiram finas da minha camionete. Suei frio várias vezes, até me acostumar com o tresloucado trânsito em Curitiba cada vez mais ocupada por gente e por veículos. Dirigi muito em Pendleton e em outras cidades norte-americanas, com a diferença do respeito pelas regras de trânsito. Até me acostumar com os apressadinhos que furam sinaleiros sem olhar para os perigos, realmente levei mais de dez dias. Estou assustado ainda, mas levando a vida, como sempre.

Saí de um calor de mais de 40 graus e cheguei aqui num frio danado. Viajei estes dias com o Rubens Habitzreuter e com o José Anchieta, de Florianópolis até Lages e Bom Jesus, em SC e RS respectivamente, chegando a pegar na estrada mais de 2 graus negativos. O corpo teve que ser readaptado com alguns quentões, vinhos e algumas sopas.

O retorno foi bom, mesmo, embora a experiência lá fora tenha sido bastante proveitosa. Os próximos programas, se Deus quiser, já estão sendo vistos pela Cristina com Cassiano e Déborah e a assim caminha a vida, desde que com saúde, o corpo correspondendo e a mente sempre aberta para o bom viver.

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