quarta-feira, 18 de março de 2009

Estórias da vida

Um cidadão comum, como a gente, poderia imaginar o que acontece nos bastidores e nos esquemas internos das casas legislativas deste nosso rincão brasileiro? Difícil, sim, aceitar muitas coisas que os nossos ´representantes´ fazem quando no exercício da confiança que depositamos neles. No caso do Senado Federal, estamos vendo o que ocorre quando um diretor geral é afastado das funções e continua na casa, percebendo seu rico provento mensal e sem ter que explicar como conseguiu amealhar tantos recursos para possuir um palacete em pleno lago da Ilha da Fantasia que é a nossa Brasília, a famosa capital federal. Na sequência, 146 cargos comissionados de diretores, assessores e etc. foram defenestrados por serem imorais e ilegais, no mínimo poderíamos chamar de mordomias adicionais às custas do erário público... Mas seus empregos continuam lá, sob as bençãos dos srs. senadores, nossos ´representantes´.

Se lá no Senado acontece isso, imaginemos o que ocorre na Câmara Federal, nas Assembléias Legislativas dos Estados e nas mais de 5500 Câmaras Municipais brasileiras. Para não ir tão longe, apenas ficando nas nossas proximidades, quero lembrar uma vivência minha num município do Litoral do nosso Estado, o Paraná. Conheço vários vereadores dali, e um deles, um dia, quando estava em sua loja de material de construção, ofereceu-me abertamente o uso de seu computador, do sinal de sua internet, que eram pagos pela Câmara Municipal. Em sua casa, sim! Ele tinha também um celular, doado pela sua Câmara Municipal, sem ter que pagar nada pelo seu uso. Toda a despesa era coberta pelo Legislativo ou, na verdade, pela população, por nós mesmos, os bobos que acreditam que as funções a eles delegadas seriam exercidas com comportamento justo, ético, moral. E tinha também uma Kombi para fazer os trabalhos assistenciais junto aos seus eleitores, com manutenção e combustível bancados pelo erário, pelo bolso dos habitantes.

Vamos lá que generalizar seria injusto com algumas Câmaras que tem mesas diretoras corretas e normais, diante do comportamento ético representativo ideal. Mas, se 5 mil Legislativos, com uma média de 9 a 12 vereadores, oferecem esse tipo de mordomias, podemos aquilatar o volume de recursos públicos malversados e postos pelo ´ladrão´, sem que isso represente melhores condições de vida dos cidadãos comuns como você e eu. Ganha-se uma representação e exercita-se a Lei de Gerson diante dos promotores, procuradores, juízes, enfim, da justiça que permanece cega e quer continuar assim por muito tempo.

Ah, se a nossa Constituição fosse cumprida!...

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