quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Valores cada vez mais distantes

O crescente aumento de atividades informais, com pessoas esquivando-se de pagar mais taxas e tributos sobre mercadorias e serviços, torna o nosso país num lugar extenso fadado a ter trabalhadores protegidos pela máquina maior, que é o Estado nos diferentes níveis, federal, estadual e municipal.
Avaliemos quantos funcionários, concursados ou não, ingressaram nos últimos quinze anos no paraíso que muitos chamam de serviço público. Segundo os grandes veículos, apenas na esfera federal adentraram mais de trezentos mil. Uma vez dentro, tenham atividades ou não, vindos por indicações partidárias ou não, eis que a classe do servidor público busca ter um emprego em que se oferecem regalias e responsabilidades, e principalmente direitos, garantindo um futuro melhor.
Se possuem sistema previdenciário adequado, isso pouco importa aos servidores; se existem condições de subirem na carreira ou mesmo acessarem níveis melhores nas funções, deixa isso para lá, o importante é que no final do mês seu ´holerite´ esteja garantido.
Analistas desse quadro, cada vez mais viciado, ficam constrangidos com a prática estatizante que observam a cada período governamental. A máquina cada vez mais onerosa, despesas aumentando e pouca coisa sendo racionalizada, diminuindo custos. Houve épocas em que ministros e governadores ficavam abismados com a burocratização do serviço público, leis até foram baixadas e com o tempo relaxadas e a sonhada desburocratização ficou apenas no papel e nos sonhos não concretizados.
Quando você precisa de algum serviço público, primeiro terá que ficar em filas e aguardando atendimento. Terá que agendar horário, pois os expedientes são móveis, principalmente quando você mais precisa. Pega senhas e aguarda tempos e horas para chegar sua vez.
Penso que, em raras exceções, o servidor público não é informado da essência de suas atribuições, que é servir, ser útil ao povo, que paga seus vencimentos através de tributos e taxas que atingem todos os produtos que consome ou serviços que recebe ou deveria receber. O seu patrão não é o governante de plantão e sim o contribuinte que está ali à sua frente, querendo atendimento às suas necessidades.
As expectativas dos brasileiros conscientes de sua cidadania é que, no serviço público, seja executivo, legislativo ou judiciário, deveria haver uma ordem unida: todos são iguais perante a lei e têm os mesmos direitos e deveres. Não importa se estão antes ou depois dos balcões de atendimento público.
As castas surgiram há tempos e continuam surgindo sem que os cidadãos saibam de seus imutáveis direitos. O Estado pode e deve ser perfeito quando seus atores e atrizes usarem valores e princípios nos níveis do patrão maior, o povo, que mantém o sistema todo.

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