sábado, 5 de fevereiro de 2011

Ora, isso tem pouca importância!!!!

Foi o que pude deduzir na reunião que debatia e tentava aprovar o primeiro regimento interno de um edifício na República Argentina. Quando revelei que o documento estava eivado de erros de digitação, de português, de dúbia interpretação, eis que um grupo de moradores e acompanhantes chegou a dizer, através de um membro, que isso não tinha tanta importância, o importante era decidir os assuntos que interessavam naquele momento. E o grupo iniciou um barulho aprovativo. Pode isso?
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Pode ser que apresentei o assunto de uma forma muito incisiva, com tom de voz bastante crítico, que é um dos meus pecados orais em alguns dias mais atribulados, mas não dar importância ao que está e como está escrito, num documento que norteará normas e condutas num residencial vai além das inconsequências do comportamento e entendimento do que é coletivo, numa comunidade.
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O pessoal da administradora tentou justificar os erros, informando-me até que o teor do documento foi uma junção de dois regimentos internos de outros edifícios. Tudo bem, isso até é bom, pois se pega duas experiências e se aplica numa edificação nova, cuja maior parte de proprietários se constitui de jovens casais, certamente iniciando suas vidas a dois e com pouca experiência nos procedimentos dentro de um sistema de convívio condominial.
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Quando há reuniões de pessoas em que os aspectos documentais aparecem errados, são discutidos de modo impositivo e quem comanda parece mais interessado em passar as coisas para a frente, encurtando o tempo para debates, ou dizendo que isso vai ser melhorado no futuro, o meu espírito por justiça igualitária assume por vezes comportamento que mais tarde até me arrependo: brigo por coisas certas, ainda mais quando se trata de um documento que vai regrar as coisas num condomínio.
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Quando uma pessoa sai de uma casa, onde as dificuldades estavam nas divisas de paredes ou de muros com vizinhos, folhas de árvores ´sujando´ as calçadas e as calhas, grama e jardim por cuidar, ali havia um comando e um domínio apenas seu ou de seus familiares. Ao passar a morar num conjunto residencial, essa pessoa e seus familiares teriam que assumir uma nova postura, agora as coisas com vizinhos é diferente. Alguém vai ser eleito síndico, subsíndico, haverá um conselho fiscal e, em seu nome, um grupo fará a administração de sua ´nova casa´. Alguns esquecem que sua nova residência, ressalvado o interior de seu apartamento, de sua fração ideal, agora terá que funcionar em expressiva forma coletiva, onde as palavras bom senso, tolerância, paciência e espírito comunitário predominam ou devem predominar.
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Espero que as pessoas de bom senso, de visão comunitária e de cidadania tenham entendido que meus aportes no plenário foram apenas em busca de coisa certa, justa e que não tenhamos problemas futuros quando ocorrerem transgressões e conflitos na interpretação dos regulamentos. Os limites de uns começam ou terminam nos limites dos outros. Vamos apreciar ou vivenciar os efeitos de um novo laboratório de vida. Estou agora num verdadeiro clube, espero que seja socialmente interessante, patrimonialmente respeitável e valorizado e que meus 263 novos vizinhos curtam comigo e com minha mulher momentos de ordem, paz e de vizinhança educada, com as regras e os documentos no vernáculo. No mínimo, isso.

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