quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Esta terra tem dono!

Posso até estar equivocado em algumas avaliações sobre o meio ambiente e sua necessária defesa, mas têm carradas de razões o prefeito de Lages, Renato Oliveira, e outras expressivas lideranças regionais quando dizem que esta terra tem dono ao verificarem que muitos decretos e normas emanadas de Brasília estabelecem `modus vivendi´ aos moradores de diversificadas áreas brasileiras sem consultas prévias.
Teorizam seguramente sobre necessidades de defesas ambientais, no uso e sustentação de regiões, imaginam um Brasil dos sonhos sem realizarem consultas estabelecidas pela legislação ambiental que os próprios decretadores do Distrito Federal deveriam obedecer.
Que país é este onde os habitantes apenas têm deveres e responsabilidades e poucos direitos? Direitos de sobreviver, de viver e de produzir de modo sustentável?
Se as autoridades políticas, técnicas e de fiscalização legal se preocupassem com o saneamento básico, com o ar que se respira e com os sistemas tributários mais justos e melhor distribuídos para a população que sustenta o Estado como um todo, certamente teríamos um Brasil melhor, onde haveria um povo contente com as suas coisas e com a sua vida.
Por não termos seriedade no trato com as coisas públicas, ficamos assistindo de forma passiva o surgir de leis que não são debatidas devidamente com os próprios interessados, os mantenedores dos Poderes nacionais, a população.
O sistema bancário é blindado, ninguém mexe nele, tem lucros exorbitantes à custa do bolso da população, bancos privados e estatais se orgulham em terem ´superavit´ astronômico a cada ano.
O sistema de saúde passou para os Municípios e estes não recebem as verbas constitucionais e se fica querendo aumentar a contribuição de todo jeito (vide a Provisória/permanente CPMF!). Para melhorar a saúde do povo, não seria melhor encanar e enviar os remédios preventivos através da água tratada?
O Brasil dos sonhos poderia existir se as leis se direcionassem efetivamente, sem desvios e corrupções, para o bem da população. O Brasil dos sonhos poderia existir se houvesse uma revolução federalista, onde Estados se administrassem com os seus municípios, deixando para o poder central apenas as coisas centrais, nacionais, como segurança, diplomacia.
Do jeito como está, o Brasil é de um dono só, um poder plenipotenciário oculto no qual crescem os gastos em cima de uma produção cada vez menor, fruto de série de leis e decretos que se aplicam aos habitantes apenas como deveres e responsabilidades, e pouquíssimos direitos.
Quero estar errado nessas colocações.

Nenhum comentário: