sábado, 16 de junho de 2007

Que tal dar um tempo?

Muita gente vive e cresce e talvez não percebe que as coisas vividas e por viver deveriam ou deverão receber um tratamento mais carinhoso, mais especial.
Refiro-me ao fato de dar um tempo na vida, no serviço, no trabalho voluntário, talvez buscando ocupar alguma área que por qualquer motivo não teve oportunidade de atender, olhar, avaliar.
Bom, primeiro, lembre-se do que não conseguiu fazer na vida. Desde os tempos de criança. Das épocas em que a busca dos espaços parecia tão difícil, quase inatingível. Dos dias que não passavam depressa. Da ansiedade pelos dias e tempos que não vinham mais depressa como se queria para ficar adulto, buscando o inimaginável para a mente infantil ou do aborrescente.
Quanta coisa se desejava mas não se sabia como chegar lá.
Revejo algumas coisas, de como fomos influenciados pelo meio, pelo jeito da família, dos familiares, dos conhecidos, como adquirimos sem custos coisas que nem imaginávamos serem importantes, nem que fosse levemente.
Pois dar um tempo na vida é uma decisão que todos poderiam, ou deveriam, tomar. Se pudéssemos ter tomado essa decisão num tempo mais atrás, ou um longo tempo atrás, talvez não nos defrontaríamos com algumas situações desnecessárias.
Em nome das tradições e de referências culturais, de outros povos, de outros lugares, de histórias ou estórias que nos contaram como verdadeiras, tantas e tão confortantes horas poderíamos ter curtido, no decorrer da nossa existência.
Assim, proponho que demos um tempo, nos espaços que já ocupamos e que não voltam mais, nos lugares já percorridos e nos quais apenas tênues imagens ficaram gravadas. Nos papéis que acumulamos, material, fisica ou espiritualmente. Nos diversos papéis que tivemos que representar, em em milhares de palcos, alguns iluminados, outros, nem tanto. Nos baús que insistimos em fechar contendo ingratidões, lamentos, incoerências, incompreensões, feridas mal cicatrizadas que, lembradas por vezes, estariam querendo ser reabertas, buscando dores, de novo.
Sim, seria bom, saudável, emocionante, dar um tempo no nosso imaginável e perceptível respirar precioso, pois o melhor de tudo é curtir a vida, ter vivido e vislumbrar a belíssima possibilidade de poder continuar curtindo o nosso amadurecimento.
Pois a vida é bela, desde que saibamos dar um tempo, bem legal, nela.

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